Carlos Henrique Braga
Aguardado como facilitador de exportação e importação de mercadorias, o Terminal Intermodal de Cargas de Campo Grande, no anel viário da BR-163, na saída para São Paulo, não deve funcionar tão cedo. Adiadas pela burocracia e contratempos, as obras de infraestrutura, que começaram em outubro de 2009 e seriam finalizadas neste mês, devem ser entregues até novembro.
Porém, não há data prevista para o início da operação. Seu funcionamento depende de como andará a licitação internacional para escolher a empresa que o administrará. A prefeitura ainda estuda o processo de abertura de concorrência.
“A obra terá que ser entregue até o fim do ano porque o contrato não permite mais adiamentos”, explicou o prefeito Nelson Trad Filho (PMDB), durante encontro com militares estrangeiros, na tarde de ontem.
Segundo informações da prefeitura, 58% da infraestrutura do local está pronta. O investimento de R$ 23 milhões saiu do caixa do governo federal e é administrado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit). Localizado entre ferrovia e rodovia, o intermodal vai oferecer mais opções de escoamento de cargas e atrair empresas do Centro-Oeste.
Até o fim deste ano, estarão prontos 6,5 quilômetros de estradas, 2,3 quilômetros de ferrovias, estacionamento para 290 caminhões e a duplicação do anel viário, que facilitará o acesso ao terminal.
Também estarão concluídos 700 metros de galerias para drenagem fluvial, 2,8 quilômetros de linhas de energia elétrica, 2,5 quilômetros de sistema de captação de água e 5,2 quilômetros de rede de esgoto.
“O passo seguinte será licitar um empresa de logística e transportes para administrar o terminal”, disse o secretário. Ele credita a demora na conclusão da infraestrutura à “burocracia das grandes obras”. Já o prefeito culpou o mau tempo: “Foi (adiada) por causa da chuva, que atrapalhou as obras, virou tudo um barro só”, conta. “Agora que essa etapa está vencida, a chuva não atrapalha mais”.
Porto seco
O terminal vai tornar o processo de exportação e importação mais rápido porque as mercadorias poderão ser enviadas ou retiradas por ele. Empresários não precisarão ir até os portos, como o de Paranaguá (PR), para cuidar dos morosos processos de liberação e pagamento de impostos. “Isso desembaraça o processo e diminui custos”, avalia Baglioni. “Teremos uma estrutura aduaneira, como as dos portos e aeroportos. Nela, o empresário vai transitar melhor do que nos complexos portuários, muito grandes”.
O local terá escritórios da Receita Federal, Vigilância Sanitária, Ministério da Agricultura e agências bancárias. Serão reservados espaços para construção de armazéns gerais para grãos, fertilizantes e combustíveis; e genéricos, para produtos diversos, como roupas.