lidiane kober
O ex-governador José Orcírio dos Santos (PT) prometeu ontem reduzir a carga tributária dos combustíveis, caso derrote o governador André Puccinelli (PMDB) na batalha pelo Governo do Estado. O petista ainda quer incluir em seu plano de governo a regionalização dos incentivos fiscais a fim de atrair indústrias para todas as regiões do Estado. Certo de que as propostas são superiores aos planos do seu adversário, Orcírio desafiou Puccinelli para o debate na Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems) sobre o desenvolvimento industrial do Estado.
Em reunião com empresários e, depois, com a militância, o ex-governador que, ao longo dos oito anos à frente do Executivo estadual, recusou-se a diminuir a alíquota dos combustíveis, firmou compromisso de diminuir a carga tributária. Hoje, a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do diesel é de 17%, enquanto em estados vizinhos, como São Paulo, Paraná e Goiás, o índice é de 12%.
José Orcírio espera, com esta medida, cair nas graças dos eleitores porque traz benefícios diretos a toda a população, principalmente, para o setor produtivo. Em média, mensalmente, são consumidos 90 milhões de litros de óleo diesel em Mato Grosso do Sul e 35 milhões de litros de gasolina.
Segundo o deputado federal Vander Loubet (PT), Orcírio só não adotou a medida anteriormente porque o Estado não tinha fluxo de caixa. "Quando o Zeca assumiu, a arrecadação mensal não passava de R$ 48 milhões, enquanto hoje, ultrapassa a ordem de R$ 350 milhões".
Incentivos fiscais
Outro compromisso do ex-governador é regionalizar os incentivos fiscais. "O plano é permitir perspectivas de desenvolvimento para outros municípios, criando incentivos fiscais diferentes para compensar cidades sem boa logística", explicou. Orcírio, no entanto, se apressou em esclarecer que não vai trabalhar para transferir empresas já instaladas em Três Lagoas. "Tentaram distorcer uma entrevista minha, plantando informação de que tiraria indústrias de Três Lagoas. Isso não existe", garantiu. "E vou na semana que vem à cidade para provar isso", concluiu.
Pelo contrário, os petistas acreditam que, ao desenvolver outras regiões, vão contribuir para garantir qualidade de vida aos moradores de Três Lagoas. "Por uma questão de logística, Três Lagoas está ficando congestionada e, por isso, já apresenta algumas dificuldades. Isso está refletindo, por exemplo, em falta de segurança e no aumento do custo de vida na cidade", comentou Vander.
A medida também tem foco político-eleitoreiro. Ao prometer expandir o desenvolvimento industrial, Orcírio vai agraciar regiões, como a da Grande Dourados, que manifestaram descontentamento pelo fato de Puccinelli ceder a vaga de vice-governador para a ex-prefeita de Três Lagoas, Simone Tebet (PMDB), encerrando ciclo de vices douradenses.