Rio de Janeiro
O sargento Marcelo Leal de Souza Martins se apresentou por volta das 9h de ontem ao 23º Batalhão de Polícia Militar (BPM), no Leblon (zona sul), onde trabalha. Ele e o cabo Marcelo Bigen, que se apresentou na manhã de sábado, são suspeitos de tentar extorquir a família de Rafael Bussamra, que atropelou e matou o filho da atriz Cissa Guimarães, Rafael Mascarenhas, de 18 anos, na madrugada de terça-feira (20).
A prisão administrativa dos agentes foi determinada pelo comandante-geral da corporação, coronel Mário Sérgio Duarte, na noite de sexta-feira. No mesmo dia, o pai do atropelador, Roberto Bussamra, prestou depoimento na 15ª Delegacia de Polícia e contou que os PMs pediram R$ 10 mil para liberar seu filho. Ele disse ainda que pagou apenas R$ 1 mil e desistiu de entregar o restante do dinheiro quando soube, por um telefonema de sua mulher, que o jovem era filho da atriz e que havia morrido.
Segundo a PM, Bigen e Martins ficarão presos por um prazo de 72 horas a partir da apresentação. Expirado esse prazo, eles vão desempenhar trabalhos internos no batalhão aguardando conclusão do processo administrativo. No entanto, o Comando da Corregedoria Interna da corporação vai se reunir hoje com a juíza da Auditoria de Justiça Militar e o Ministério Público para solicitar a prisão preventiva dos PMs.
Sábado, o juiz de plantão do Tribunal de Justiça do Rio, Alberto Fraga, negou o pedido de prisão preventiva porque os agentes não têm antecedentes criminais, nem ofereceram no período em que estavam livres ameaças às testemunhas, nem ao andamento do processo.
O acidente aconteceu no túnel Acústico, na Gávea, que estava fechado para trânsito. No local, Rafael Mascarenhas andava de skate com dois amigos, quando Rafael Bussamra passou de carro em alta velocidade e o atropelou. A Polícia Civil investiga se Bussamra participava de um racha com amigos que o seguiam em um Honda Civic.
Novo caso
A Corregedoria da Polícia Militar deve investigar um possível novo caso de tentativa de extorsão por agentes do 9º BPM (Rocha Miranda, zona norte). Na noite de sexta-feira, um motorista particular teria sido parado por dois agentes em Vaz Lobo (zona norte), que lhe exigiram R$ 200 para liberar o carro, que estava com a documentação vencida. Como o rapaz se recusou a dar o dinheiro, foi agredido com socos e pontapés. Em nota, a PM informou que vai apurar o caso assim que receber detalhes do ocorrido.