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Regras para bibliotecas públicas mudam e Capital se adequa

Regras para bibliotecas públicas mudam e Capital se adequa

Laís Camargo

06/11/2011 - 14h20
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- Fulano, vai já para biblioteca pensar um pouquinho

Durante anos era essa a utilização mais comum das bibliotecas nas escolas – sala de castigo. Desde as últimas pesquisas que apontaram a dificuldade dos alunos em interpretação de texto, muita coisa começou a mudar – a adoção do Enem como 'vestibular', a criação do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL) e a do plano estadual de MS como o primeiro do Brasil, além das regras para utilização das bibliotecas.

Até 2019, todas as escolas públicas deverão dedicar uma hora semanal para a leitura e toda reforma ou construção escolar deve envolver o espaço da biblioteca. Em Campo Grande as mudanças já começaram, a Reme (Rede Municipal de Ensino) conta hoje com cinco bibliotecários concursados e aposta no sistema de assistentes. “A maioria deles não tem ensino superior, recebem capacitação e formação constante e com o tempo vestem a camisa e se encantam pela leitura também. É um desafio”, afirma Denise Arakaki Takemoto, chefe da divisão de tecnologia educacional da Semed (Secretaria Municipal de Educação).

Para sair da concepção da biblioteca como depósito para livros didáticos e local de tortura, várias ações tem aproximado a realidade das bibliotecas com o mundo tecnológicos das crianças e adolescentes entre 5 e 14 anos como os blogs e as contações de história. “Temos um grupo de professores e assistentes que contam as histórias dos livros de forma teatral para dinamizar a biblioteca, para apresentar o livro de forma que a criança tenha vontade de frequentar a biblioteca”, explica a professora Angela Brito, superintendente de gestão de políticas educacionais da Semed.

Veja os blogs:

Biblioteca Maria Isabel Cavalcante
Biblioteca João Evangelista

Integração

Como criança aprende por exemplo, é necessário integrar as ações escolares com o incentivo em casa. “Já fizemos a tentativa esse ano de colocar um livro para a criança ler com a família, pretendemos colocar livro no material didático que a criança vai receber e estamos elaborando um diário para a família, um manual para incentivar a participação”, adianta Angela. Porém, ela lembra que existem fatores adversos, como o analfabetismo dos pais e valores: “Às vezes a pessoa não tem nem o que comer, então para ela o livro é supérfluo, então a escola tem a obrigação de fornecer o material”.

Mesmo não sendo a estrutura dos sonhos, as bibliotecas começam a ter mais influência na vida estudantil e buscam unir linguagens. “Hoje a leitura está inclusa na disciplina de língua portuguesa, mas temos orientado os professores que tudo que aprendemos é com base na interpretação de textos e por isso a leitura tem que permear todas as áreas do conhecimento”, acredita Angela.

A expectativa é que projetos individuais se tornem leis coletivas, como é o caso de uma escola municipal que dedica uma hora semanal a leitura, um momento em que todos os funcionários e alunos, da cantina até a diretoria, param para ler. “Queremos quebrar os paradigmas do adulto,o livro é um encanto, se a criança recebe estímulo desde cedo, será um adulto leitor. Não importa o gênero, um Harry Potter, por exemplo, tem 400 páginas, ou seja, a criança está lendo, e muito”, atenta Angela.
 

PAC Saúde

Com investimento de R$ 89,5 milhões, municípios de MS irão receber novas Unidades Básicas de Saúde

Com as novas unidades o Ministério da Saúde estima que mais de 8,6 milhões de pessoas sejam atendidas pela Atenção Primária

27/03/2024 17h30

Marcello Casal Jr / Agência Brasil

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O Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC Saúde) disponibilizou R$ 89,5 milhões para investimento em construção de Unidades Básicas de Saúde (UBS) em 37 municípios de Mato Grosso do Sul.

Entre os municípios estão Campo Grande (R$ 4.945.820,90), Dourados (R$ 4.945.820,90) e Corumbá (R$ 2.276.907,66). Em todo país serão construídas 1,8 mil unidades em mais de 1,5 mil municípios. Com isso, o Ministério da Saúde estima que mais de 8,6 milhões de pessoas sejam atendidas pela Atenção Primária. 

Conforme divulgado pelo Ministério da Saúde, com as novas UBS haverá a necessidade de ampliação no quadro das equipes de Saúde da Família (eSF), se Saúde Bucal (eSB), multiprofissionais  (eMulti) e de Agentes Comunitários de Saúde (ACS).

A pasta informou que o investimento feito é de R$ 4,2 bilhões, sendo que os valores das novas UBS apresentam a variação de R$1,8 e R$6,6 milhões, de acordo com a região e o tamanho da unidade. 

Ainda, de acordo com o Ministério, os dez pedidos entre equipamentos e obras que o Novo Pac Saúde contempla, novas UBS representam o maior número de propostas apresentadas pelos municípios, um total de 5.665 propostas, referentes a 3.001 territórios.

Veja a relação dos municípios

Para a escolha dos municípios a receber as novas UBS foram vulnerabilidades socioeconômica; ausência assistencial na Atenção Primária; locais com baixo índice de cobertura e Estratégia de Saúde da Família.

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Cidades

Comissão vai analisar pedido de anistia coletivo dos povos indígenas Guarani e Kaiowa de Caarapó

Violações praticadas pelo governo brasileiro aos indígenas no período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade

27/03/2024 17h00

Arquivo/Correio do Estado

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A Comissão de Anistia irá analisar, em sessão histórica o pedido de anistia coletivo dos povos Guarani Kaiowa, da comunidade indígena Guyraroká, protocolado pelo Ministério Público Federal (MPF) em 31 de agosto de 2015.

Esta será a primeira sessão promovida pelo órgão, criado em 2002, e atualmente vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, para analisar eventual reparação a indígenas que tiveram os direitos humanos violados durante o período da ditadura militar no Brasil, entre 1947 e 1980.

A sessão de apreciação dos pedidos ocorrerá às 8 horas (horário de MS) no próximo dia 2 de abril, no Auditório do MDHC, em Brasília (DF). O procurador da República Marco Antonio Delfino de Almeida, que subscreve o requerimento, representará o MPF.

Além da comunidade indígena Guyraroká, localizada no município de Caarapó (MS), a cerca de 275 quilômetros de Campo Grande, também serão analisados durante a sessão os pedidos de anistia relacionados aos povos Krenak, de Minas Gerais.

Como o primeiro pedido foi protocolado há quase uma década, o MPF promoveu recentes reuniões com lideranças da aldeia Guyraroká, no intuito de debater e atualizar o documento contendo os requerimentos coletivos, cujo teor será apresentado durante o ato no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

Retirada do território

Políticas federais de povoamento do país, implementadas durante o período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai, levaram agentes estatais a promover traslados compulsórios dos indígenas de Guyraroká, provocando mortes e profunda desintegração dos modos de vida destes povos tradicionais.

O propósito era retirar os indígenas das vastas áreas por eles ocupadas segundo os seus modos tradicionais e confiná-los em espaços exíguos definidos unilateralmente pelo poder público. As terras ocupadas anteriormente por eles foram liberadas à ocupação de terceiros, que tiveram a posse dos terrenos legitimada por títulos de propriedade.

Estas violações praticadas à época pelo governo brasileiro aos indígenas de Mato Grosso do Sul foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), que esteve em Dourados e ouviu integrantes da comunidade Guyraroká sobre o processo de confinamento territorial que sofreram. Estima-se que mais de 8.300 indígenas foram mortos no período em decorrência da ação estatal ou da omissão do governo brasileiro.

Repercussões das violações

Após anos longe do território, aos poucos, os indígenas buscaram ocupar Guyraroká, num processo que começou em 2004, iniciando pela ocupação da faixa de domínio da rodovia estadual que ladeia a terra indígena (MS-156) e posteriormente ocupando uma parcela do perímetro declarado – 65 de um total de 11 mil hectares.

O MPF destaca, no pedido de anistia, que a principal atividade econômica desenvolvida pelos indígenas Kaiowa é a agricultura e, quando retirados do seu território forçadamente pelo governo brasileiro, ficaram completamente desprovidos do exercício de todas as suas atividades econômicas, merecendo a reparação.

Além disso, a desintegração do grupo e a ausência de acesso ao território tradicional, somada à extrema miséria, provocaram um número significativo de mortes por suicídio na comunidade. Em um grupo de 82 pessoas, registrou-se um caso de suicídio por ano entre 2004 e 2010.

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