Reconstruir o Haiti após
o devastador terremoto que
arrasou a nação caribenha no
dia 12 é algo que levará “pelo
menos dez anos”, disse nesta
segunda-feira o primeiro-ministro
do Canadá, Stephen
Harper, durante a conferência
internacional de doadores ao
Haiti, em Montreal. Governos
de vários países já anunciaram
ajuda de quase US$ 1 bilhão ao
Haiti, segundo estimativas da
Associated Press, incluídos
US$ 575 milhões da União Europeia.
A conferência de Montreal
é preparatória para um
grande encontro de doadores
que deverá acontecer na República
Dominicana em março
ou abril.
“Não é um exagero dizer
que pelo menos dez anos de
trabalho duro esperam o mundo
no Haiti”, disse Harper. “Nós
precisamos garantir que cada
reserva comprometida, cada
trabalho humanitário, cada
veículo, cada dólar sejam usados
da maneira mais efetiva”,
afirmou. Harper falou ao lado
do primeiro-ministro do Haiti,
Jean-Max Bellerive, e da secretária
de Estado americana,
Hillary Clinton.
“Nós precisamos responder
aos compromissos que fizemos.
Eu gostaria que desse
encontro emergisse um plano
que dirigirá a reconstrução do
Haiti de uma maneira efetiva,
coordenada e estratégica
para a próxima década”, disse
Harper. O primeiro-ministro
do Haiti, Bellerive, agradeceu
a ajuda internacional que seu
país recebeu, mas destacou que
serão os haitianos que dirigirão
as tarefas de reconstrução.
Segundo ele, as prioridades serão
“claramente delineadas pelos
haitianos”. “Estamos muito
conscientes de que a principal
prioridade para o nosso futuro
está nas mãos do Governo
e do povo haitianos”. Segundo
ele, no momento o principal é
“satisfazer as necessidades vitais
das vítimas, como água,
comida, abrigo e atendimento
médico”.
“O Haiti precisa do apoio
dos seus parceiros da comunidade
internacional a médio e
longo prazos”, ele disse.
O grupo dos “Amigos do
Haiti” foi formado por países
latinoamericanos – Argentina,
Brasil, Chile, Costa Rica, México,
Peru e Uruguai – somados
ao Canadá, França e Estados
Unidos.