Elas se realizam vasculhando
prateleiras em busca do próximo
texto. É o caso de Ítalo
Gomes. Servidor público de 46
anos, sua paixão pelos livros e
pelo saber o levou a trabalhar
em uma biblioteca. Ele é funcionário
da Biblioteca Pública
Estadual Dr. Isaías Paim, mas
reserva suas manhãs para visitar
outra, instalada numa sala
do Serviço Social do Comércio
(Sesc) Horto Florestal, mais
conhecida como Biblioteca do
Horto.
“Tenho esse hábito desde
jovem, quando ia ao espaço
do Colégio Dom Bosco, que era
aberto ao público. Venho aqui
(ao Sesc) para ler livros e jornais.
No momento, estou lendo
uma biografia do cineasta
Roman Polanski, que encontrei
por acaso”, conta Ítalo. Ele,
que se define um leitor voraz,
explica que prefere ficar na biblioteca
do Sesc Horto por ser
um espaço tranquilo. “A Isaías
Paim é meu local de trabalho,
não dá para relaxar e aproveitar
um bom livro”, alega.
Ex-acadêmico do curso de
Jornalismo da Universidade
Federal de Mato Grosso do Sul
(UFMS), Ítalo afirma que o hábito
de leitura tomou força durante
a faculdade. Ele costuma
visitar a biblioteca diariamente,
permanecendo das 8h às 11h,
horário em que sai para almoçar
e depois se dirige para o trabalho,
onde permanece ao lado
dos livros que tanto adora.
Estudantes
Por volta das 10h da manhã,
no espaço bibliotecário
do Sesc Horto, havia cerca de
25 pessoas. Algumas liam livros
e jornais, mas a grande
maioria focava-se nos estudos
para prestar concursos. Esse é
o caso de Lidiane Castanheira
Ramos. Formada em Direito
desde 2006, pela UFMS, ela
criou uma rotina para os estudos.
“Chego às 8h e estudo até
às 11h30min. Almoço e, por
volta das 13h ou 14h, retorno
aos livros. É um expediente de
trabalho”, frisa.
Apesar de já ter passado no
concurso para o Tribunal de
Justiça de Mato Grosso do Sul,
ela continua pesquisando e se
atualizando. “Trago material
de casa para estudar, pois gosto
desse espaço. É bem iluminado,
arejado e tranquilo. Em casa eu
não consigo me concentrar do
jeito que consigo aqui”, argumenta
a jovem. Enquanto espera
ser chamada para ocupar
o cargo, Lidiane afirma que vai
manter a rotina. E mesmo depois
de ser convocada não vai
parar, pois gostaria de passar
em concursos para cargos ainda
melhores.
Outro frequentador diário
do local, Nestor Rufino da
Costa, também vai à biblioteca
para estudar e se atualizar.
“Trago livros jurídicos de casa
e venho aqui por gostar do ambiente.
Mas sempre arrumo um
tempo para ler alguma coisa
de literatura e dar uma olhada
nos jornais”, comenta. Ele leva
o notebook para aproveitar a
internet sem fio do local.
Antigamente conhecidos
como templos do saber, hoje,
as bibliotecas recebem em média
40 pessoas diariamente.
Além das públicas, as universidades
permitem o acesso da
população, limitando apenas o
empréstimo de livros aos acadêmicos.