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"Ratos de biblioteca"

"Ratos de biblioteca"

Redação

25/02/2010 - 04h34
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Elas se realizam vasculhando prateleiras em busca do próximo texto. É o caso de Ítalo Gomes. Servidor público de 46 anos, sua paixão pelos livros e pelo saber o levou a trabalhar em uma biblioteca. Ele é funcionário da Biblioteca Pública Estadual Dr. Isaías Paim, mas reserva suas manhãs para visitar outra, instalada numa sala do Serviço Social do Comércio (Sesc) Horto Florestal, mais conhecida como Biblioteca do Horto. “Tenho esse hábito desde jovem, quando ia ao espaço do Colégio Dom Bosco, que era aberto ao público. Venho aqui (ao Sesc) para ler livros e jornais. No momento, estou lendo uma biografia do cineasta Roman Polanski, que encontrei por acaso”, conta Ítalo. Ele, que se define um leitor voraz, explica que prefere ficar na biblioteca do Sesc Horto por ser um espaço tranquilo. “A Isaías Paim é meu local de trabalho, não dá para relaxar e aproveitar um bom livro”, alega. Ex-acadêmico do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Ítalo afirma que o hábito de leitura tomou força durante a faculdade. Ele costuma visitar a biblioteca diariamente, permanecendo das 8h às 11h, horário em que sai para almoçar e depois se dirige para o trabalho, onde permanece ao lado dos livros que tanto adora. Estudantes Por volta das 10h da manhã, no espaço bibliotecário do Sesc Horto, havia cerca de 25 pessoas. Algumas liam livros e jornais, mas a grande maioria focava-se nos estudos para prestar concursos. Esse é o caso de Lidiane Castanheira Ramos. Formada em Direito desde 2006, pela UFMS, ela criou uma rotina para os estudos. “Chego às 8h e estudo até às 11h30min. Almoço e, por volta das 13h ou 14h, retorno aos livros. É um expediente de trabalho”, frisa. Apesar de já ter passado no concurso para o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, ela continua pesquisando e se atualizando. “Trago material de casa para estudar, pois gosto desse espaço. É bem iluminado, arejado e tranquilo. Em casa eu não consigo me concentrar do jeito que consigo aqui”, argumenta a jovem. Enquanto espera ser chamada para ocupar o cargo, Lidiane afirma que vai manter a rotina. E mesmo depois de ser convocada não vai parar, pois gostaria de passar em concursos para cargos ainda melhores. Outro frequentador diário do local, Nestor Rufino da Costa, também vai à biblioteca para estudar e se atualizar. “Trago livros jurídicos de casa e venho aqui por gostar do ambiente. Mas sempre arrumo um tempo para ler alguma coisa de literatura e dar uma olhada nos jornais”, comenta. Ele leva o notebook para aproveitar a internet sem fio do local. Antigamente conhecidos como templos do saber, hoje, as bibliotecas recebem em média 40 pessoas diariamente. Além das públicas, as universidades permitem o acesso da população, limitando apenas o empréstimo de livros aos acadêmicos.

Política

Moraes diz que Justiça está acostumada a combater 'mercantilistas estrangeiros' e 'políticos extremi

Fala ocorre em meio à união entre Bolsonaro e o bilionário Elon Musk nas críticas ao ministro

19/04/2024 19h00

Ministro Alexandre de Moraes Arquivo/

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O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), afirmou nesta sexta-feira (19) que a Justiça Eleitoral está "acostumada a combater mercantilistas estrangeiros" e "políticos extremistas".

A fala é uma indireta a união entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o bilionário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), nas críticas às decisões de Moraes sobre a retirada de conteúdos das redes sociais durante a campanha eleitoral de 2022.

"A Justiça Eleitoral brasileira está acostumada a combater mercantilistas estrangeiros que tratam o Brasil como colônia. A Justiça Eleitoral brasileira e o Poder Judiciário brasileiro estão acostumados a combater políticos extremistas e antidemocráticos que preferem se subjugar a interesses internacionais do que defender o desenvolvimento no Brasil" afirmou o ministro na cerimônia de assinatura dos planos de trabalho para a construção do Museu da Democracia da Justiça Eleitoral, no centro do Rio de Janeiro.

Na presença do governador Cláudio Castro (PL), aliado de Bolsonaro, Moraes afirmou que a Justiça Eleitoral "continuará defendendo a vontade do eleitor contra a manipulação do poder econômico das redes sociais, algumas delas que só pretendem o lucro e a exploração sem qualquer responsabilidade".

"Essa antiquíssima mentalidade mercantilista que une o abuso do poder econômico com o autoritarismo extremista de novos políticos volta a atacar a soberania do Brasil. Volta a atacar a Justiça Eleitoral com a união de irresponsáveis mercantilistas ligados às redes sociais com políticos brasileiros extremistas", disse o magistrado.

Governo

Lula quer procurar Lira, Pacheco e outros ministros do STF para diminuir tensão entre Poderes

Lula e os ministros do Supremo fizeram na segunda uma análise da conjuntura política atual e diagnosticaram que há muitos focos de tensão entre os Poderes é preciso diminui-los

19/04/2024 17h00

O petista se reuniu na última segunda-feira (15) com uma ala do Supremo. Agência Brasil

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O presidente Lula (PT) pretende buscar Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que comandam a Câmara e o Senado, respectivamente, além de outros ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), em um esforço para diminuir as tensões entre os Poderes.

Nesta sexta-feira (19), Lula já trata da sua articulação política em um almoço no Palácio do Planalto. Participam os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil) e Paulo Pimenta (Secom), além de líderes do governo no Congresso Nacional.

Também estão presentes os líderes do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE); no Senado, Jaques Wagner (PT-BA); e no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP). A reunião acontece logo após a participação da cerimônia do Dia do Exército, no quartel-general da força. O almoço teve início por volta das 12h30.

O petista se reuniu na última segunda-feira (15) com uma ala do Supremo, formada pelos ministros Gilmar Mendes, Flávio Dino, Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin. O encontro ocorreu na casa de Gilmar. Estavam também no jantar os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União).

Na ocasião, Lula disse que pretendia buscar outros magistrados para conversas. O próprio presidente do STF, Luís Roberto Barroso, por exemplo, ficou de fora do encontro do início da semana. Na mesma linha, o presidente quer conversar com Lira e Pacheco.

Lula e os ministros do Supremo fizeram na segunda uma análise da conjuntura política atual e diagnosticaram que há muitos focos de tensão entre os Poderes é preciso diminui-los.

Embora não conste em sua agenda, há a possibilidade de Lula se reunir com Padilha e líderes aliados nesta sexta. Um dos objetivos do encontro seria para articular algumas dessas movimentações.

De um lado, o Senado e a Câmara têm demonstrado irritação com decisões da corte, sobretudo do ministro Alexandre de Moraes. Como consequência, ameaçam dar seguimento a projetos que miram o STF. O Senado já aprovou no ano passado uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que restringe decisões monocráticas.

Na Câmara, deputados querem abrir um grupo de trabalho para tratar das prerrogativas parlamentares, para avaliar eventuais exageros do Supremo. Também sugerem que podem abrir uma CPI para mirar o STF e TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Atualmente, há oito delas que aguardam a formalização, entre elas uma que pretende investigar "a violação de direitos e garantias fundamentais, a prática de condutas arbitrárias sem observância do processo legal, inclusive a adoção de censura e atos de abuso de autoridade por membros do STF e do TSE [Tribunal Superior Eleitoral]".

Lira indicou esta semana aos líderes que deverá instalar CPIs, mas reservadamente deputados acham difícil a ofensiva prosperar.

Em outra frente, parlamentares, incluindo Lira, estão incomodados com a articulação política do governo. O presidente da Câmara chegou a dizer que o ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) é seu "desafeto pessoal" e o chamou de incompetente.

Lula reagiu dizendo que só por "teimosia" não tiraria Padilha do cargo. O presidente, porém, tem pregado um apaziguamento das tensões. O receio do presidente é que o clima acabe por afetar o andamento de projetos prioritários para o governo no Congresso, além de a tensão avançar para uma crise entre Parlamento e Supremo.
 

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