O diretor-geral do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), Hermes Chipp, disse hoje que antes de terminar o período chuvoso, no fim de abril, não há possibilidade de se aplicar nenhuma medida de racionamento.
"Antes de abril não se toma nenhuma medida, porque a antecipação pode gerar um custo de arrependimento muito grande", disse. "Você incomoda o consumidor desnecessariamente com a redução de consumo, que também representa perda adicional para a distribuidora. A receita diminui."
A declaração do diretor veio pouco depois do Ministério de Minas e Energia divulgar uma nota em que considera o risco de desabastecimento no país como "baixo".
Em 13 de fevereiro, última vez que a pasta publicou nota sobre o assunto após reunião do CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico), esse risco havia sido considerado como "baixíssimo".
"Preocupante"
Segundo Chipp, a situação atual é "preocupante, mas não chega a ser crítica". Ainda é possível chegar ao mês de abril dentro das perspectivas do governo, de atingir volume médio de 43% de abastecimento nos reservatórios.
Assim, sem precisar que chova acima da média no período seco, os reservatórios conseguiriam atingir o mês de novembro abastecidos de 30% a 40%, percentual considerado suficiente para atender os consumidores.
"Se pode chegar a um valor menor [que 43%] em abril, desde que se tenha uma hidrologia mais favorável de maio a novembro. Quanto mais baixo chegarem os reservatórios em abril, mais eu preciso de chuva no período seco."
Chipp explicou ainda que se for "complicado" atingir as metas de hidrologia, o CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) "tomará medidas", mas não disse quais seriam.
"Atravessamos desde o final de dezembro uma das piores hidrologias da história. É o terceiro pior bimestre, mas o prognóstico é melhor agora que no período anterior", disse.