As regiões central, norte e leste da Capital foram as mais afetadas pela forte chuva que atingiu Campo Grande no início da noite de sábado – deixando rastros de destruição –, de acordo com o Corpo de Bombeiros. Entre as 19h e 20h, o Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) registrou 48 chamados de moradores que estavam tendo suas casas alagadas. Os bairros mais atingidos foram Monte Castelo, Maria Aparecida Pedrossian, Jardim Panorama e Jardim Noroeste. Nesses locais, ontem pela manhã, havia muita lama e sujeira, sem contar que algumas das ruas tiveram o asfalto engolido pela enxurrada ou que foram tomadas por buracos e crateras. Na Rua São Leopoldo, no Monte Castelo – bairro da região central –, em frente à Escola Municipal Etalívio Pereira Martins, o asfalto cedeu e um buraco deixou à mostra a galeria de drenagem das águas pluviais que passa embaixo da via. De acordo com a auxiliar de cozinha, Neuzimara Almeida Oliveira, 47 anos, que mora em frente ao colégio, o problema no trecho é recorrente. “Não é a primeira vez que acontece isso aqui. Em dezembro do ano passado essa galeria abriu e depois arrumaram, agora vão ter que fazer a obra tudo de novo. Ontem (sábado), uma caminhonete caiu no buraco e teve de ser guinchada. É um perigo”. Segundo a moradora, “logo após a chuva” a Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) interditou o trecho. Na Rua da Liberdade, no mesmo bairro, uma casa foi invadida pela água, mas os residentes não tiveram prejuízos, segundo a Defesa Civil do Município. Buracos e isolamento No Jardim Panorama – localizado na região leste de Campo Grande, na saída para Três Lagoas –, o cenário é de destruição. Nas ruas Tibaji e Prudentópolis, as chuvas dos últimos meses tinham “cavado” valetas que ocupavam até metade da pista, mas o problema foi agravado com a tromba d’água que atingiu o bairro na noite de sábado. Em um dos trechos da Prudentópolis, uma cratera isolou moradores de um lado para outro da via. “A chuva terminou de acabar com tudo. Para atravessar o buraco, só a pé e a gente tem que desviar pelo terreno baldio que tem do lado da vala. Ficou muito perigoso agora, principalmente para as crianças”, afirma a dona de casa, Maria de Lourdes Virgílio, 33 anos. Já no Maria Aparecida Pedrossian, as ruas Orlando Daros e Minerva ficaram cobertas por areia e cascalho arrastados pela enxurrada, que “desce a toda velocidade do Jardim Noroeste”, segundo Leonice Santa, 39 anos. “A água veio com muita força nessa última chuva. Os carros tiveram que desviar o caminho para não serem arrastados. A gente ficou com muito medo na hora. A Orlando Daros virou um rio e o resultado é esse que todo mundo pode ver, muito lixo e terra trazida lá de cima para cá”, afirma a moradora do bairro. A situação é semelhante em ruas do Conjunto Oiti – que abriga, atualmente, 898 famílias e foi inaugurado, pela Prefeitura de Campo Grande, em agosto de 2009. O pintor Antônio Roberto, 46, que há três meses se mudou para a Rua Alzira Brandão, no residencial, diz que “não imaginava que a situação poderia ser tão grave”. A terra acumulada na rua onde mora formou uma camada sobre o asfalto de cerca de cinco centímetros de altura. “Não sei de onde que veio essa terra toda. A sorte nossa é que a enxurrada ficou só na rua e não invadiu nossas casas”. No Jardim Noroeste, a enxurrada invadiu casas e estabelecimentos comerciais. Na Avenida Redentor, na manhã de ontem, funcionários retiravam a lama de um motel.