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Quanto custa (vale) um professor?

Quanto custa (vale) um professor?

DRA. ÂNGELA MARIA COSTA

29/01/2010 - 09h25
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Estamos vivendo no epicentro de uma grande crise de valores. Roubar e mentir já não são tão feios assim. Recentemente, assistimos perplexos, a alguns políticos escondendo vultosa quantia de dinheiro em bolsas, meias e cuecas. Filmadas, para quem quisesse ver, as cenas passadas e repassadas na televisão invadiram nossas casas, atingindo diretamente nossas crianças e nossos jovens. Já passados alguns meses, ninguém foi posto atrás das grades. Ué! Mas lugar de ladrão não é na cadeia?! E nós, bobos da corte, continuamos vivendo como se nada tivesse acontecido. Até quando vamos acreditar que não existe jogo do bicho, debaixo do nosso nariz, e com ele o enriquecimento ilícito? Que o nosso conhecido, que ganha um salário igual ou menor que o nosso, pode ter um carrão e morar em uma casa maravilhosa, ostentando orgulhosamente a sua esperteza? Que para se dar bem, nesse País, não é preciso estudar e ser inteligente, mas primordialmente – ESPERTO?! Muito das causas que afligem a humanidade hoje está na negação dos principais valores, como: honestidade, verdade, justiça, ética, disciplina, integridade. A vivência desses valores alicerça o caráter e reflete-se na conduta como uma conquista espiritual da personalidade. Por tudo isso, temos que insistir e exigir uma educação de qualidade. Atualmente estamos vivendo num sistema econômico baseado no conhecimento, em que a inovação passa a ser um fator de competitividade nas empresas. E inovação é própria do ser humano, não adianta os empresários investirem nas melhores e mais modernas máquinas, sem investir no seu funcionário e ou trabalhador. As grandes empresas e as mais modernas já entenderam isso. Por um motivo bem simples, porque é ele (que põe a mão na massa) que pode ou não realizar o que a empresa propõe. O motor do carro mais moderno não é feito pelos engravatados das diretorias. De modo que considero oportuno falar um pouco sobre o lugar e o valor de cada um – trabalhador e gestor. E no meu caso, logicamente, sobre meus colegas de profissão – os professores. Em outubro do ano passado foi apresentado, em São Paulo, o resultado de um pesquisa feita por Mona Mourshed, Ph.D do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, que teve como objetivo saber como os melhores sistemas educacionais do mundo chegaram ao topo. Este trabalho radiografou as práticas de 20 sistemas de reconhecido sucesso e constatou que a aprendizagem só foi reforçada quando os governos implantaram políticas eficientes para valorizar o professor. Acredita-se que a qualidade de um sistema educacional não pode ser maior que a qualidade de seus professores, isto é, o professor não é o único, mas é o principal responsável pelo sucesso da aprendizagem. Seu conhecimento e sua atuação em sala de aula (seu território) são os fatores mais decisivos para o desempenho da turma, ultrapassando em importância o material didático e as metodologias de ensino. Não por acaso, escolher bons profissionais é uma das políticas mais disseminadas entre os países de alto desempenho. Na Coreia do Sul, a receita para seduzir os melhores professores foi uma combinação de salário inicial atraente, o equivalente a 4 mil reais mensais, a possibilidade de aprimoramento profissional e a chance de trabalhar numa carreira valorizada socialmente – coisas distantes da nossa realidade. Em Taiwan, formaram seu quadro docente com algumas das melhores cabeças do país. Ali, um professor ganha tanto quanto um engenheiro – o que, por si só, já atrai os alunos mais talentosos para a docência. Não sei se é teimosia, falta de estudo ou de discernimento, mas o Brasil continua com a ideia equivocada de que o que vai melhorar a qualidade na educação são prédios novos, livros didáticos, materiais pedagógicos, programas, equipamentos (computadores) e gestão. Basta ver que o salário médio do docente do ensino fundamental em início de carreira no Brasil é o terceiro mais baixo do mundo, no universo de 38 países desenvolvidos e em desenvolvimento, segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Neste estudo, apenas Peru e Indonésia pagam salários menores do que o Brasil. O salário anual médio de um professor na Indonésia é US$ 1.624. No Peru, US$ 4.752. No Brasil é de US$ 4.818, metade do encontrado nos vizinhos Uruguai (US$ 9.842) e Argentina (US$ 9.857) e muito abaixo da média dos países desenvolvidos, onde o maior salário nesse nível de ensino foi encontrado na Suíça (US$ 33.209). Enquanto isso, aqui em MS, no final do ano, assistiu-se a mais uma desastrada ação governamental! Após reunião com mais de 500 diretores de escolas, no Yotedy, o Governo do Estado anunciou o aumento salarial, para 2010, de 9,73% para os professores da rede pública estadual, enquanto as gratificações para os diretores, diretores adjuntos e secretários das escolas tiveram ajuste de 15% e 30%. A explicação, absolutamente equivocada, dada na TV pelos gestores desse processo, foi que essa diferença de percentual se deve ao fato de que a educação é feita (acontece) na gestão. Não sei, não mas estou, de novo, com a sensação de que, em nosso Estado, continuamos seguindo na contramão da história.

Encontro Internacional

Conservação no Pantanal vira pauta mundial durante encontro de exploradores em Nova Iorque

Presidente do IHP, Ângelo Rabelo, foi indicado junto com outros brasileiros para tratar temas nacionais nos Estados Unidos

23/04/2024 18h25

A entidade existe há 120 anos e reúne mais de 3,6 mil pessoas de referência global que desempenharam ou realizam ações para transformar positivamente o mundo Divulgação IHP

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O grupo The Explorers Club, que reúne autoridades e pessoas com reconhecimento global que desempenham medidas que envolvem promoção da ciência e da conservação, discutiu em um de seus encontros a situação do Pantanal. O presidente do IHP, sediado em Corumbá (MS), Ângelo Rabelo, participou das reuniões realizadas em Nova Iorque, durante o encontro anual do clube. Ele apontou que é preciso haver atenção mundial com relação à conservação do Pantanal e da riqueza cultural do território.

A entidade existe há 120 anos e reúne mais de 3,6 mil pessoas de referência global que desempenharam ou realizam ações para transformar positivamente o mundo. Os encontros ocorreram entre sexta-feira (19) e domingo (21). Foram realizados diversos encontros e reuniões entre os participantes do clube, bem como ocorreram discussões sobre temas globais a serem trabalhados para promoção da conservação do Planeta.

 

Ângelo Rabelo, que atua em ações de conservação no Pantanal há cerca de 40 anos, pontuou que há diferentes esforços em andamento para prevenir incêndios florestais e promover desenvolvimento sustentável. Na semana passada, os governos de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, junto com o governo federal, assinaram termo de cooperação visando a união de esforços na defesa, proteção e desenvolvimento sustentável do Pantanal. Além disso, um fundo foi criado para financiar ações que ajudam a proteger o bioma, porém até hoje somente o governo de MS fez aporte de recursos (R$ 40 milhões) e o setor pública busca outras linhas de subsídio para essas ações. A promoção do Pantanal para o exterior pode contribuir nesse propósito, como já ocorre com a Amazônia, por exemplo.

“A maior área úmida do mundo, o Pantanal, está no mapa sobre as grandes explorações e os relatos que indicam locais que são desafiadores no Planeta. Por esse caminho cheio de desafios temos, primeiro, os povos originários que ainda habitam o território, como é o caso dos Guatós. Depois vieram as pantaneiras e os pantaneiros, que também seguem no Pantanal sabendo lidar com a ocupação e a conservação. Depois, temos os registros de outros esforços de pessoas que também se dedicam pela conservação desse Patrimônio Natural da Humanidade”, comentou Rabelo.

O bioma Pantanal é considerado uma das maiores extensões úmidas contínuas do Planeta e apesar de ser o menor em extensão territorial no Brasil, abriga 263 espécies de peixes, 41 espécies de anfíbios, 113 espécies de répteis, 463 espécies de aves e 132 espécies de mamíferos, conforme dados do Ministério do Meio Ambiente. Além disso, o Programa de Monitoramento dos Biomas Brasileiros por Satélite – PMDBBS, realizado com imagens de satélite de 2009, mostrou que o Pantanal mantêm 83,07% de sua cobertura vegetal nativa. Mais de 90% do bioma está em propriedades privadas, enquanto 4,6% estão classificadas como unidades de conservação, dos quais 2,9% correspondem a UCs de proteção integral e 1,7% a UCs de uso sustentável.

A participação de Rabelo na reunião do The Explorers Club ocorreu porque ele foi nomeado, neste ano, como uma das 50 pessoas a fazer a diferença no Planeta. A escolha foi feita por integrantes do The Explorers Club e o presidente do IHP entrou na lista do EC50 2024. Concorreu com mais de 200 pessoas indicadas. Seus apoiadores na nomeação foram Dereck Joubert e Beverly Joubert, exploradores que atuam diretamente pela conservação da vida selvagem e desenvolvimento sustentável em países africanos. O casal convidou, neste mês, o governador Eduardo Riedel (PSDB) para conhecer iniciativas que são realizadas no continente africano.

Além do presidente do IHP, os brasileiros nomeados nesse grupo chamado EC50 deste ano foram a geóloga Fernanda Avelar Santos, o ictiologista Luiz Rocha, o designer naturalista Lvcas Fiat e o paraquedista profissional Luigi Cani. Além dos brasileiros recém-nomeados, personalidades mundiais fazem parte do Clube, como a ex-astronauta e géologa Kathryn Sullivan, veterana de três missões a bordo de ônibus espacial; o geneticista e biólogo nuclear James Dewey Watson, um dos autores do modelo de dupla hélice para estrutura da mólecula de DNA; bem como o explorador que fez parte do primeiro voo solar ao redor do mundo, concluído em 2016, André Borschberg; e Dominique Gonçalves, criadora do Programa de Ecologia de Elefantes no Parque Nacional da Gorongosa, em Moçambique, entre outras pessoas.

Também em Nova Iorque, a diretora-executiva do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, localizado em Corumbá (MS), Márcia Rolon, participou dos eventos abertos do The Explorers Club para divulgar o trabalho de diminuir a vulnerabilidade social de crianças e adolescentes da região de fronteira do Brasil por meio da arte.

 

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Cotidiano

Com 300 doses disponíveis, vacinação contra dengue deve acabar nesta semana

Aproximadamente 130 doses estão sendo aplicadas por dia; segundo a expectativa da pasta é que a vacinação se encerre até o final desta semana.

23/04/2024 18h15

Gerson Oliveira/

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As vacinas contra a dengue com prazo de validade até 30 de abril e que estão disponíveis pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) devem ser aplicadas até o final desta semana. A expectativa da pasta é que nenhuma dose deve ser descartada em Campo Grande. 

De acordo com a secretária, cerca de 130 doses estão sendo aplicadas por dia nos postos de saúde da cidade. Por causa disso, a expectativa é que todas as doses que estão perto do vencimento sejam aplicadas até sexta-feira (26).

A baixa procura do imunizante em Mato Grosso do Sul levou o Ministério da Saúde a informar aos municípios para ampliar a idade de vacinação. Segundo a pasta, pediu para todas as cidades priorizar a faixa etária entre 6 e 16 anos, mas com imunização ampliada para pessoas entre 4 e 59 anos. 

A medida foi tomada para reduzir a perda de doses que estão perto do vencimento, cabendo a cada município definir a estratégia de aplicação.  As doses que estão sendo utilizadas vencem no dia 30 de abril. 
 
Segundo a Sesau, em Campo Grande tem cerca de 300 doses estão espalhadas pelos postos de saúde da Capital. 

 

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