Elias da Silva, 30 anos e Renato Benites, 38 anos presos por estelionato na última quinta-feira (10) poderiam aplicar golpes de até R$ 2 milhões na Capital caso continuassem soltos. A informação foi repassada na manhã desta segunda-feira (14) pelo Delegado do 1º Distrito Policial, Márcio Rogério Custódio.
A dupla foi presa em uma loja de decoração, localizada na Rua 13 de Junho quando retiravam produtos adquiridos com cheques, que totalizaram R$ 4.343 reais.
Segundo o delegado, para aplicar o golpe, Elias e Renato usavam o nome da empresa fantasma Agro Ramos Locação e Transporte LTDA. Ainda de acordo com o delegado, um casal foragido, identificado como Airton Soares de Alencar Júnior e Katiane Maria Eugênio, é suspeito de agir como comparsa da dupla. Na casa do casal, localizada na Rua Itajuba, no Jardim Oracília, os policiais encontraram diversos materias de construção que possivelmente foram adquiridos pela quadrilha. Um outro fato que levou ao envolvimento do casal no crime, foi que a casa onde ambos moram foi reformada recentemente com materiais de primeira linha.
Os cheques utilizados pela quadrilha eram em nome de Luiz Marconde Ramos Sipriana, falecido no estado de Mato Grosso desde o ano de 2003. Para dar mais veracidade ao golpe, a dupla utilizava uma identidade falsa com a foto de Elias.
Conforme documentos adquiridos pela polícia, a empresa Agro Ramos teria movimentado R$ 1,5 milhão em apenas um ano, margem suficiente para realizar grandes empréstimos e consignações em bancos, que poderiam chegar até R$ 2 milhões. De acordo com o delegado, há possibilidade desses ducumentos serem falsos e o contador responsável pelo cálculo também será investigado.
Prisão
Elias e Renato foram presos após o vendedor da loja de decoração desconfiar da atitude de ambos, que realizaram uma compra alta com várias lâminas de cheques. Os dois teriam levado parte dos materiais comprados no ato da compra e voltaram para buscar o restante no dia 10 de março, quando foram surpreendidos por policiais e presos.
Até o momento, a polícia já apreendeu cerca de cem mil reais em materias de construção, artigos de decoração e produtos de informática que estavam armazenados em uma chácara de propriedade da mãe de Elias, localizada na saída para São Paulo. Outra parte dos materiais comprados de forma irregular foi encontrado na casa do casal que possivelmente agia como cúmplice da dupla.
Para que o endereço dos estelionatários não fosse cadastrado pelas lojas, os mesmos retiravam a as mercadorias no ato da compra, onde utilizavam um caminhão de carroceria de madeira com a identificação da empresa. O veículo foi encontrado abandonado próximo a UCDB e está em nome de uma empresa, que não teve o nome divulgado e também será investigada.
Uma possível sede da empresa fantasma estaria sendo construida às margens da BR 163, onde existe uma obra em andamento. A quadrilha envolvida nos golpes responderá por estelionato, falsidade ideológica e uso de documentos falsos. A polícia agora, trabalha na investigação do caso e na busca do casal que esta foragido desde a prisão dos dois envolvidos.
Vítimas
De acordo com o delegado, as empresas vítimas de golpes da quadrilha devem realizar um boletim de ocorrência na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (DEPAC) com os documentos e cópias de cheques pagos pelos estelionatários. Após esse procedimentos, um inquérito será aberto para comprovar a veracidade dos fatos e em seguida será feita a devolução da compra.