As articulações do presidente regional do PTB, Ivan Louzada, visando a levar o partido para o palanque do governador André Puccinelli (PMDB) na campanha eleitoral, podem deflagrar rebelião nas bases. O pré-candidato a governador, pecuarista Zelito Ribeiro, apontou dois caminhos para o partido na sucessão estadual: candidatura própria ou aliança com o PT. Segundo ele, trata-se de decisão da executiva regional do partido. Portanto, rejeita acordo com o PSDB ou PMDB nas eleições deste ano. Segundo Zelito, até o início de abril, o partido vai decidir, em conjunto, seu rumo na sucessão estadual – candidatura própria ou aliança com o PT – e não aceitará imposições de ninguém. Para ele, Louzada vai ter de respeitar a decisão da executiva. Hoje, o PTB tem pré-candidato a governador, no caso, o próprio Zelito. Mas se o comando petista forçar aliança para a reeleição de Puccinelli, o pecuarista admitiu a formação de rebelião nas bases do partido contra o acordo com o PMDB. Segundo ele, as bases rejeitam subir no palanque de André. Se não concorrer ao governo, Zelito aponta como proposta mais viável ao PTB a indicação do vice na chapa do ex-governador José Orcírio dos Santos, onde terá ainda a chance de ocupar a primeira suplência de senador de Delcídio do Amaral. “Até agora, apenas o PT oficializou convite ao PTB”, explicou. Por outro lado, o presidente regional da sigla, Ivan Louzada, defende a aliança com o PSDB na hipótese de Zelito recuar de concorrer ao Governo do Estado. A opinião leva em conta a decisão da direção nacional de apoiar o candidato tucano à sucessão presidencial. O problema, observou Zelito, é o fato de o PSDB nem sequer ter decidido entrar na disputa pelo Governo do Estado. O partido só vai participar da corrida eleitoral no caso de o PMDB apoiar a candidatura da ministra Dilma Rousseff (PT) a presidente da República. Diante da indefinição dos tucanos, petebistas suspeitam da aproximação de Louzada com Puccinelli. “Não tenho a informação de que o presidente regional firmou acordo com o PMDB. Só sei que eles conversaram”, disse Zelito. A questão, segundo ele, é o PTB já ter descartado aliança com o PSDB ou com o PMDB. “Em reunião da executiva, decidimos que, até o início de abril, vamos tomar nosso caminho: ou lançar candidato próprio ou aliar-se ao PT”, reforçou. Questionado se abriria mão do projeto de disputar o Governo do Estado para apoiar o PT, Zelito não deixou dúvidas: “com certeza”. Segundo ele, em troca da parceria, os petistas estão dispostos a oferecer a vaga de vice e o comando de duas secretarias. “A proposta vai fortalecer o partido para as próximas eleições”, ressaltou. No caso de ocorrer uma reviravolta aproximando o partido do PMDB, Zelito destacou que cabe à maioria da executiva decidir o rumo do PTB. Ele afastou a possibilidade de aceitar a decisão de caciques e até admitiu a formação de rebelião nas bases da sigla. “Na filiação de diversas lideranças, houve compromisso de o partido não tomar atitudes isoladas”, revelou. Sobre a h ipótese de o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, exigir a reprodução da aliança nacional em Mato Grosso do Sul, Zelito foi taxativo: “de jeito nenhum”. “A direção nacional nos deu liberdade para seguir o melhor caminho no Estado”, explicou.