O PT teve de lavar “roupa suja” para tentar acabar com as intrigas, ciumeira e brigas por espaço nas próximas eleições. Ontem, deputados estaduais comentaram estar causando mal-estar as decisões de composição de chapa sem passar antes por discussão interna. É o caso da indicação de candidato a suplente de senador e de nomes cogitados para ser o vice na chapa do ex-governador José Orcírio dos Santos. Outra queixa é com os privilégios dos pré-candidatos do PDT. Eles aparecem muito mais que os petistas nas reuniões do ex-governador. Também foi discutida a ausência de agenda conjunta de José Orcírio com o senador Delcídio do Amaral. Não é consenso no PT, por exemplo, a forma como ocorreu a indicação da esposa do ex-governador, Gilda Maria Gomes dos Santos, para ocupar a vaga de suplente de senador do deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT). A sugestão partiu do presidente interino do PDT, João Leite Schimidt, sem nem sequer ouvir a opinião dos petistas. “Isso quem precisa decidir é o PT, não o PDT”, comentou um deputado do PT. Da mesma forma, causou chiadeira o fato de ser cogitado o nome do presidente da Associação de Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), Francisco Maia, para ser o vice na chapa de Orcírio. “No PT não discutimos isso e é chato ficar sabendo esse tipo de informação pela imprensa”, observou o deputado Pedro Kemp (PT). “São assuntos que primeiro devem ser debatidos internamente”, reforçou o deputado Paulo Duarte (PT). Também vem irritando parlamentares do partido a conduta de alguns correligionários, que estariam dando prioridade a pré-candidatos do PDT em detrimentos dos do PT. Conforme Duarte, em eventos no interior, pedetistas estariam ganhando de lideranças da sigla mais espaço e apoio do que os petistas. Outro ponto angustiante no PT é o fato de Delcídio e Orcírio não estarem dividindo as agendas. “Prossegue a questão mal resolvida das duas principais lideranças do partido, que não estão falando a mesma língua”, disse Paulo Duarte. “A gente não vê os dois juntos”, acrescentou. Compromissos Diante do impasse, os petistas comprometeram-se a aparar as arestas. O primeiro passo, conforme Kemp, será casar as agendas de Delcídio e Orcírio. “O presidente do partido, Marcus Garcia, ficou de coordenar a questão”, contou. Outro acordo refere-se ao compromisso de todos respeitarem as decisões internas. “O mais importante da reunião é o consenso sobre a obrigação da necessidade de qualquer decisão ser referendada pelo diretório regional, antes de ser anunciada à imprensa”, avaliou o deputado Amarildo Cruz (PT). Na próxima segunda-feira (15), os líderes do PT se reúnem para discutir não mais os problemas internos, mas plano eleitoral, como alianças e composição de chapa. (LK)