lidiane kober
O PSB deve caminhar com o PT na sucessão estadual e indicar o vice na chapa do ex-governador José Orcírio dos Santos (PT). Hoje, o favorito para ocupar a vaga é o professor universitário de Dourados, Cláudio Freire (PSB). Em 2002, ele concorreu ao Governo do Estado e conquistou 1,73% dos votos válidos (18.222). Por meio da indicação, os petistas esperam fortalecer a candidatura de Orcírio na região da Grande Dourados e fechar de vez aliança com o PSB.
No PT, é unânime a vontade de ter um representante do segundo maior colégio eleitoral do Estado na chapa majoritária. A estratégia é fazer contraponto ao governador André Puccinelli (PMDB), que escolheu uma liderança de Três Lagoas, a ex-prefeita Simone Tebet (PMDB), como parceira de chapa, deixando Dourados de lado.
Em recente entrevista à rádio Grande FM, Orcírio citou cinco nomes da região para ser seu vice. Na lista, figuraram os ex-prefeitos Humberto Teixeira e José Elias Moreira, ambos do PDT, além de três nomes do PSB: o presidente da Caixa de Assistência dos Servidores de Mato Grosso do Sul (Cassems), Lauro Sérgio David, o professor universitário Cláudio Freire e o vereador José Carlos Cimatti.
Para setores do PT, o nome de Cláudio é o favorito. “Ele não tem rejeição”, destacou um petista. No PSB, a indicação do professor universitário também é vista com bons olhos. “No partido, não existe objeção ao nome do Cláudio”, revelou o presidente regional da sigla, Sérgio Assis.
Hoje, a indicação do vice de Orcírio estará em debate em mais uma edição do Encontro Regional do PT, em Dourados. O ex-governador está na cidade desde ontem à noite a fim de adiantar as negociações.
Aliança com o PSB
No entanto, antes de escolher o vice, Orcírio precisa atrair de vez o PSB para seu arco de alianças. Sérgio Assis reconheceu que a “tendência do partido é reproduzir a coligação nacional, firmando parceria com o PT”, mas antes, ele quer ouvir a proposta do PMDB. “Indicar o vice é interessante, porém, a nossa prioridade é eleger deputado estadual e federal”, ressaltou. “Por isso, precisamos conhecer bem as chapas proporcionais para fazer as contas e analisar em qual temos mais chances de emplacar candidatos”, explicou.
Por enquanto, Sérgio Assis só conhece as propostas do PT. “Já nos reunimos várias vezes com os petistas, mas com o André ainda não conversamos”, frisou. O plano é conversar com o governador depois do dia 21, após encontro nacional do PSB. “Até o final do mês decidimos nosso futuro”, prometeu.
Na eventualidade de confirmar-se a aliança com o PT, segundo o dirigente do PSB, é interessante participar de uma chapa, reunindo PDT, PSL, PCdoB, PMN, PRB e PSB. A lista de partidos está em negociação com Orcírio.
Por outro lado, setores do PT entendem que seria mais vantajoso lançar um chapão dos grandes partidos (PDT, PP, PT e PSB) e outro reunindo as siglas menores (PSL, PCdoB, PMN e PRB). “Não cogitamos integrar chapa com o PT e PP, nem com o PMDB, DEM, PSDB e PR”, avisou Assis. Para ele, o ideal seria um grupo reunir PP e PT e o outro os demais partidos, que confirmem aliança com Orcírio.