Promotora vai avaliar eficácia de obras contra as enchentes
17 MAR 10 - 00h:21
Além de apontar as possíveis
causas ou fatores que determinaram
os estragos provocados
pela tromba d’água
que caiu no último dia 27 de
fevereiro em Campo Grande,
laudo encomendado pelo Ministério
Público Estadual vai
avaliar a eficácia das obras
de controle de enchentes que
a prefeitura executou na Bacia
do Córrego Prosa, a um custo
de R$ 30 milhões. Os peritos
devem apresentar suas conclusões
em no máximo 30 dias. O
laudo vai subsidiar o inquérito
instaurado pela promotora
do Meio Ambiente, Mara Cristiane
Crisóstomo Bravo.
A promotora diz que, como
se trata de uma obra financiada
com recursos da Caixa
Econômica Federal, o trabalho
do Ministério Público Estadual,
ficará limitado apenas
a avaliar se os projetos foram
bem dimensionados, se as soluções
adotadas eram as mais
indicadas tecnicamente. Caso
se constate alguma falha, que
poderia caracterizar uso inadequado
do dinheiro público,
aí a competência de atuação
passaria a ser do Ministério
Público Federal, por se tratar
de recursos federais.
“Nosso objetivo é buscar
apurar as causas do que aconteceu
para, junto com a prefeitura
e segmentos da sociedade,
formular alternativas de solução”,
reafirmou a promotora.
O secretário de Infraestrutura,
João Antonio De Marco,
diz que as obras foram tecnicamente
bem executadas e tomaram
como base projetos elaborados
em 1985. Algumas obras
– como a construção de mais
seis barragens de contenção no
Córrego Sóter – não foram feitas
por falta de recursos.
Entre as obras para controle
de enchentes a prefeitura
construirá três barragens de
contenção no Córrego Sóter,
um piscinão próximo ao shopping,
além de recompor as
margens do Prosa (até a Rua
Padre João Crippa) com grama,
sacos de areia e gabião.
Provisória
Ontem o secretário procurou
se explicar diante do desmoronamento
das obras de
contenção realizadas na antiga
área de lazer do Condomínio
Cachoeirinha, com a chuva que
caiu na segunda-feira. Segundo
ele, tudo o que foi feito na área
próxima da cratera aberta na
Avenida Ceará, é provisório,
e serve apenas para segurar o
barranco e evitar novos desmoronamentos
de terra. “Este
material usado nas obras emergenciais
é de pequeno custo e
tem a função importante de
proteger toda a área afetada,
inclusive dar segurança aos
moradores do Condomínio Cachoeirinha.
Vamos fazer aqui
um muro de arrimo definitivo
para dar segurança a todos os
moradores deste local”, afirmou
De Marco.
Ontem pela manhã os operários
que trabalhavam na colocação
de tubulações no leito do Córrego Prosa, suspenderam
o serviço e retiraram o
que já havia sido colocado.
Segundo eles , essa providência
foi determinada diante
da informação de que estava
chovendo muito no trecho
acima do córrego, representando
risco de que, colocadas
as tubulações, o caminho da
água pode ser obstruído, trazendo
novos riscos.