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Projeto prevê R$ 5,9 bi em ferrovias de MS para transporte de minério

Projeto prevê R$ 5,9 bi em ferrovias de MS para transporte de minério

Redação

24/05/2010 - 07h07
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Guilherme Soares Dias

O minério de ferro de Corumbá pode render a Mato Grosso do Sul o maior projeto privado em uma ferrovia na história do País. A América Latina Logística (ALL), concessionária da estrada de ferro que liga a cidade pantaneira a Bauru (SP) estuda projetos para transportar o minério até um porto, de onde possa ser exportado. 

Para concretizar o projeto, a empresa teria que dispor de, pelo menos, R$ 1 bilhão para a reforma da antiga Noroeste do Brasil ou até R$ 5,9 bilhões para construir uma nova ferrovia, paralela à atual, de acordo com estimativas de especialistas. A operação depende ainda da viabilização da exportação do minério por um terminal portuário. Entre as opções estudadas, estão o porto de Sepetiba (RJ), onde já há terminais para embarque do produto, ou ainda o porto de Santos (SP), onde não há exportação de minério e precisaria ser construídos terminais e toda a logística para possibilitar a atividade.

Para a ALL o projeto é considerado estratégico, já que vai possibilitar a geração de receita homogênea pela empresa ao longo do ano. Estruturalmente, o estudo da obra demonstra a retomada do setor, que foi jogado ao ostracismo na década de 90. A Noroeste é representativa nesse processo, já que foi uma das primeiras vias férreas concedidas à iniciativa privada no Brasil, em 1996. Concedida para a Novoeste, a ferrovia não recebeu investimentos e foi sucateada ao longo dos anos até a ALL assumir o controle, em 2006.

O diretor superintendente da ALL, Paulo Luiz Araújo Basílio, afirmou na semana passada, durante teleconferência com investidores, que devem ser transportados de 15 milhões a 25 milhões de toneladas de minério de ferro na operação. “Nosso projeto para a Novoeste é muito grande”, afirmou. Esse volume corresponde à metade do que é transportado pela companhia atualmente, que chega a 50 milhões por ano.
Ele lembrou que o negócio ainda depende de acordos com as empresas que extraem o minério e adiantou que uma das possibilidades é a exportação pelo Porto de Sepetiba. “Lá há terminais da CSN”, lembrou. Para que essa atividade se concretize, a empresa precisaria utilizar as linhas da MRS, que levam até Sepetiba.

Apesar de lembrar que o projeto é para o médio prazo, já que os investimentos atuais da ALL vão até 2012, Basílio ressaltou que todas as operações que agregam valor para a empresa são consideradas. “Essa operação é positiva, já que traz visibilidade maior para os negócios da ALL e possibilita que outras empresas do mesmo setor possam usar a nossa malha”, afirmou.

IMPOSTO-RENDA

Senado aprova isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 2.824

Segundo a Receita, 15,8 milhões de brasileiros deixarão de pagar imposto neste ano, medida válida para empregados, autônomos, aposentados, pensionistas e demais contribuintes, e outros 35 milhões de cidadãos

17/04/2024 20h00

A exemplo do que fez no ano passado, Lula reajustou a faixa de isenção do IR, ampliando o número de contribuintes que deixarão de pagar o tributo Marcos Oliveira / Agência Senado

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O Senado aprovou nesta quarta-feira (17) o projeto de lei que isenta de Imposto de Renda quem ganha até dois salários mínimos, R$ 2.824 mensais. O texto segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A medida adotada pelo governo vem para evitar que pessoas que estavam isentas de IRPF passem a recolher pela primeira faixa da tabela por causa do último reajuste do salário mínimo —que subiu para R$ 1.412 em 1º de janeiro.

A exemplo do que fez no ano passado, Lula reajustou a faixa de isenção do IR, ampliando o número de contribuintes que deixarão de pagar o tributo. Salários, aposentadorias e pensões de dois salários mínimos ficarão isentos.

O reajuste é de R$ 6,97% na faixa inicial, subindo de R$ 2.112 para R$ 2.559,20. O governo concedeu um desconto extra de R$ 564,80 para chegar à isenção ao R$ 2.824.

Segundo a Receita, 15,8 milhões de brasileiros deixarão de pagar imposto neste ano, medida válida para empregados, autônomos, aposentados, pensionistas e demais contribuintes, e outros 35 milhões de cidadãos pagarão menos IR por causa da progressividade da tabela.

O texto foi enviado ao Congresso em fevereiro como MP (medida provisória), mas acabou avançando via projeto de lei diante da resistência da Câmara com a tramitação de MPs, que exigem uma comissão formada por deputados e senadores.


O projeto de lei foi apresentado pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), e relatado no Senado pelo líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP).

Durante a votação, senadores de oposição lembraram a promessa de Lula de isentar de IR quem ganha até R$ 5.000 por mês e tentaram ampliar a isenção de dois para três salários mínimos, o equivalente a R$ 4.236,00.

A proposta, no entanto, acabou derrotada durante a votação.

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), disse que, antes de Lula, a tabela do Imposto de Renda não era corrigida desde 2015 —no governo Dilma Rousseff (PT).

"Não é não querer dar. É, infelizmente, tem que dar sem provocar um impacto negativo, que seria eventualmente o não controle das contas públicas. Nós já estamos com um problema que não é nosso, é das guerras lá fora. Sobe petróleo, sobe dólar. Daqui a pouco vão querer subir juros."

Em seu parecer, o líder do governo Lula no Congresso disse também que o debate sobre a isenção será "mais bem aprofundado" durante a tramitação da reforma do Imposto de Renda —que o governo pretende enviar ao Congresso até o fim do ano.


Em janeiro, Lula reforçou o compromisso de campanha em entrevista a uma rádio na Bahia: "Eu tenho um compromisso de chegar até o fim do meu mandato isentando todo mundo que ganhar até R$ 5.000. Nesse país, quem vive de dividendo não paga Imposto de Renda e quem vive de salário paga Imposto de Renda".

Segundo o governo federal, a redução de receitas prevista com a medida neste ano é de R$ 3,03 bilhões. O valor passa para R$ 3,53 bilhões no próximo ano e para R$ 3,77 bilhões em 2026.

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Economia

BC não intervém no câmbio quando mercado precifica risco de investir no Brasil, diz Campos Neto

Declaração foi dada após dólar ter tido cinco sessões consecutivas de fortes altas

17/04/2024 14h00

Marcelo Camargo/ Agência Brasil

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O Banco Central não faz intervenções no mercado de câmbio quando os agentes econômicos precificam o risco de investir no Brasil, afirmou Roberto Campos Neto, presidente da autoridade monetária, nesta quarta-feira (17).

A declaração foi dada em uma reunião com investidores, organizada pela XP, em Washington, nos Estados Unidos, um dia depois de o dólar ter encerrado a sessão de terça (16) cotado a R$ 5,268, operando em seu maior valor desde março de 2023.
Após cinco sessões consecutivas de fortes altas, a moeda americana operava em queda na manhã desta quarta, devolvendo parte dos ganhos.

Segundo Campos Neto, essa função é usada em casos de disfunção no mercado de câmbio, lacuna de liquidez ou episódios marcados por má interpretação dos investidores.
"Não reagimos ao fato de as pessoas estarem precificando nosso prêmio de risco. Reagir a isso é muito perigoso porque há muitas maneiras diferentes de fazer hedge [instrumento de proteção] do prêmio de risco no Brasil", disse.

O presidente do Banco Central atribuiu a maior parte do estresse do mercado financeiro à piora do cenário externo e outra parcela à questão fiscal doméstica.

No cenário global, o principal fator de atenção está relacionado à perspectiva de que o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) reduza os juros apenas no segundo semestre devido à resiliência da economia americana. Houve ainda o acirramento dos conflitos no Oriente Médio, com o ataque do Irã a Israel e um eventual impacto sobre o preço do petróleo.

Na política doméstica, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) propôs uma revisão na trajetória das contas públicas, reduzindo a velocidade do ajuste fiscal. Para 2025, a meta fiscal passa a ser zero, não mais um superávit 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto), conforme o PLDO (projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias) do próximo ano.

"Há muito tempo dizemos que é muito importante perseverar com as metas. Novamente, não há relação mecânica [entre a questão fiscal e a política de juros]. [...] Mas a evidência que temos do que aconteceu nos últimos dias nos diz que o mercado ficou mais preocupado com a parte fiscal", disse.

"Isso pode mudar as expectativas sobre qual será o equilíbrio fiscal no futuro e isso terá um efeito no prêmio de risco. Isso também torna o trabalho [do BC], em termos de política monetária, mais difícil e mais custoso. A reação do mercado implica que parte da revisão recente vem da parte fiscal, mas uma parte muito maior vem do [ambiente] externo", complementou.

Campos Neto voltou a afirmar que as âncoras fiscal e monetária estão muito relacionadas e que, com a mudança em um dos lados, a autoridade monetária precisa entender agora como isso influenciará a sua função de reação.
"Sempre defendemos o fato de que eles deveriam se ater à meta e fazer o que fosse necessário para alcançá-la. Entendemos que houve a necessidade de mudança. A ideia não é comentar tanto sobre fiscal, mas tentar ver como isso vai influenciar nossas funções de reação através das várias medidas que são importantes para nós", disse.

"O importante para nós é como essas variáveis [decorrentes da questão fiscal e do cenário externo] influenciam nosso quadro e se achamos que isso é temporário ou se há uma mudança mais estrutural na qual precisamos prestar atenção", acrescentou.

Diante de uma nova turbulência no cenário econômico, Campos Neto relembrou uma conversa que teve com seu antecessor, Ilan Goldfajn, quando assumiu o comando da autarquia.

"Ele me disse que nunca há um momento calmo no Banco Central. Acho que estava certo. Quando olho para trás naqueles anos em que começamos, tivemos crise na Argentina, depois Brumadinho [rompimento da barragem]. Acho que não tivemos um período de três meses sem qualquer tipo de crise", afirmou.

O presidente do BC disse também que a autoridade monetária fará o que for necessário para levar as expectativas de inflação em direção às metas definidas pelo CMN (Conselho Monetário Nacional).

A partir deste ano, o alvo é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Isso significa que o objetivo é considerado cumprido se oscilar entre 1,5% (piso) e 4,5% (teto).

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