O prefeito Nelsinho Trad decretou situação de emergência, ontem à tarde, por causa dos prejuízos causados pela tromba d’água que atingiu a cidade na noite de sábado. O decreto deve ser homologado hoje pelo governador André Puccinelli e, amanhã, o prefeito deve ir a Brasília para entregar o documento ao ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira de Lima. Os gastos com obras devem superar os R$ 11 milhões, conforme estimativa de técnicos da prefeitura, e os trabalhos serão divididos em três etapas. A primeira, emergencial, é a construção de barreira de contenção (talude) para evitar que a erosão continue na área do condomínio Cachoeirinha II, que fica ao lado do Córrego Prosa. Outro trabalho será o estudo das causas que provocaram as inundações e, por fim, a elaboração e execução de medidas preventivas para que situações como a ocorrida no fim de semana não voltem a acontecer. O prefeito reuniu grande parte da bancada federal e de vereadores e praticamente todo o secretariado para falar com a imprensa. Segundo avaliou, o cenário poderia ter sido mais “catastrófico” se não tivessem sido executadas obras como a drenagem do Bairro Santa Fé, a construção de três barragens de contenção no Córrego Sóter, o piscinão atrás do Shopping Campo Grande, todos feitos após as enchentes de 2005. “Para se ter uma ideia, as barragens do Córrego Sóter represaram, na hora da chuva, 80 milhões de litros de água. Se não tivéssemos executado a obra, todo esse volume teria ido em direção à Avenida Afonso Pena”, afirmou Nelsinho Trad. Ele defendeu o sistema de drenagem da Capital e culpou o volume pluviométrico atípico pelos transtornos. Foram 88 milímetros de chuva em cerca de 1h20min. Reunião O secretário municipal de Governo, Rodrigo Aquino, detalhou que na madrugada de domingo foi feita uma notificação preliminar de desastre, primeiro passo para a decretação da situação de emergência, que permite viabilizar, de maneira mais rápida, os recursos financeiros necessários para as obras. Durante o dia de ontem, técnicos da Defesa Civil e do município percorreram os pontos mais críticos para avaliar os danos. Todo o material seria encaminhado para a Procuradoria Jurídica do município para então publicar, no Diário Oficial — o que deve acontecer amanhã. A promotora Mara Cristiane Crisóstomo Bravo participou da coletiva em nome do Ministério Público Estadual (MPE). O prefeito Nelsinho Trad afirmou que está em vigor um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado com a promotoria, sobre a ocupação do solo, inclusive em áreas nas margens dos córregos. “O acordo está sendo cumprido integralmente. Inclusive, o Plano Diretor de Campo Grande será revisto neste ano, para atualizações”, disse.