VERA HALFEN
O reajuste em torno de 10% sobre o preço do trigo, ainda não chegou ao pão francês. Por enquanto o aumento incide apenas sobre o trigo, mas os panificadores acreditam que a alta do insumo poderá chegar nos próximos dias ao consumidor. Por enquanto, padarias e supermercados pesquisados pelo Correio do Estado, mantêm o mesmo valor do quilo do produto, apurado em 10 de março. A única exceção é um supermercado localizado na região central de Campo Grande, que reajustou os valores do pão em 7%, passando de R$ 4,29 para R$ 4,59.
O preço médio do pão francês é de R$ 5,51/kg. A variação, de acordo com o levantamento feito ontem, é de R$ 4,59 a R$ 6,90. Ainda segundo a pesquisa, os menores preços concentram-se nos bairros, enquanto na região central, o consumidor paga mais caro pelo pãozinho.
O panificador Nabor de Almeida, frisa que ainda não desembolsou mais pela farinha e explica que faz compras em grande quantidade, à vista, e essa prática acaba mantendo o preço por certo período após ocorrer algum reajuste. "Essa prática acaba garantindo o preço por pelo menos um mês. Mas pode ser que na próxima compra o preço esteja maior. Na última aquisição, paguei R$ 60 pela saca de farinha especial. Fala-se em repasse de 7%", diz.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Indústrias de Massas Alimentícias, Pães e Bolos Industrializados (Abima), o consumo de pães está crescendo. Em 2009, o crescimento chegou a 8% em relação ao ano anterior, elevando o faturamento em 12%. O crescimento no consumo, deve-se ao aumento do poder aquisitivo dos consumidores das classes C e D.
Trigo
A produção sul-mato-grossense de trigo, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para a safra 2009/2010, será de 65,7 mil toneladas, contra 74,2 mil do ano passado, apontando recuo de 11,4%. Com relação à área plantada, em 2009 foram 44,2 mil, contra 36,5 mil na atual safra, ou seja, 17,4% menor.
Em todo o País, de acordo com dados da Abima, a produção 2009/2010 é de 4,9 milhões de toneladas; já o consumo chega a 10,1 milhões de toneladas. Para abastecer o mercado interno, o Brasil importa trigo principalmente da Argentina.