Com preços até 10% mais baixos, os materiais de construção registraram no mês passado aumento de até 27% nas vendas em lojas de Campo Grande. No País, o crescimento foi de 12% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo pesquisa da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco). Já em comparação com janeiro deste ano, o acréscimo foi de cerca de 5%. Em Mato Grosso do Sul, o mercado desse tipo de produto está otimista, e segue apresentando crescimento superior aos números nacionais. O gerente de uma das filiais da loja Bigolin, Marcelo Bernarde, contabilizou expansão de 27% nas vendas de produtos para reforma e construção em fevereiro passado, em relação ao mesmo mês de 2009 – 15% a mais que a média nacional. Mas, segundo ele, os preços, que estão hoje cerca de 10% menores por conta da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), não são o principal motivo da alta demanda no setor. “Os bancos estão facilitando muito o crédito destinado à construção civil, principalmente para as classes B, C e D. Isso tem dado oportunidade para quem antes não tinha condições”, avalia. Atualmente diversas linhas de crédito têm se mostrado facilitadoras da realização do sonho da casa própria ou da reforma de um imóvel, chegando a financiar até 100% do montante necessário para toda a obra. Além disso, as lojas de materiais de construção também têm oferecido crediários e outras formas de pagamento, que chegam a parcelar o valor comprado em até 24 vezes. Com tantas facilidades de crédito disponíveis aos clientes e o cenário positivo, o gerente da Bigolin, espera incremento de mais 25% nas vendas das 17 lojas da rede em MS até o final de 2010. Quem compra também faz os cálculos das vantagens do período. O mestre de obras Genivaldo Fernandes da Silva, ontem foi adquirir o material de construção da empreitada em que está trabalhando, e conta que a obra de seu patrão vai ficar, além de 20% mais barata por conta dos preços reduzidos, bem mais acessível em relação à forma de pagamento. “Do ano passado para cá melhoraram muito as formas de pagamento. Os parcelamentos e financiamentos estão mais fáceis”, conta. Crédito A Caixa Econômica Federal (CEF) – o banco mais procurado para esse tipo de operação – registrou em Mato Grosso do Sul acréscimo de 184,7% no número de contratações das modalidades Construcard (somente para compra de materiais de construção) e financiamento de obra (para toda a construção) nos dois primeiros meses de 2010, em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 92 contratos no primeiro bimestre de 2009, contra 262 em 2010. Em valores, o crescimento verificado pela Caixa no Estado é ainda maior, revelando a forte tendência de ascensão do setor no ano. Foram quase 340% de acréscimo, passando de R$ 5 milhões para cerca de R$ 22,4 milhões contratados em janeiro e fevereiro dos anos de 2009 e 2010, respectivamente.