Brasília
Segundo o diretor do Instituto Sensus, Ricardo Guedes, a evolução de Dilma Rousseff (PT) nas pesquisas de intenção de votos está relacionada, principalmente, à alta da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva “e também à percepção do aumento de emprego e renda”. “À medida que Dilma vai sendo identificada como a candidata do presidente Lula, vai subindo”, disse.
A pesquisa revelou que a aprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva atingiu em maio taxa recorde 76,1%. Mas Guedes fez questão de deixar claro que os números disponíveis até o momento não permitem chegar a nenhuma conclusão sobre o resultado das eleições.
Segundo a CNT Sensus, Dilma tem a menor rejeição entre os três principais candidatos, de 26,1% contra 29,5% de Serra e 34,4% de Marina Silva (PV).
Poder de transferência
Segundo a pesquisa, a aprovação pessoal ao presidente Lula também está em alta, chegando a 83,7% em maio, o segundo maior nível da série histórica, perdendo apenas para os 84,0% registrados em janeiro de 2009. A popularidade de Lula foi o principal fator que fez com que Dilma aparecesse nesta mesma pesquisa pela primeira vez à frente do pré-candidato do PSDB, José Serra, tanto em uma lista de primeiro turno, quanto de segundo turno.
O levantamento foi feito com 2 mil eleitores entre os dias 10 e 14 de maio. Assim, pelo menos em um dia - a sexta-feira da semana passada - os entrevistados possivelmente já teriam assistido ao programa político do PT veiculado na quinta-feira. Mas, para o diretor do Sensus, o efeito no levantamento não foi relevante.
Segundo a pesquisa, o poder de transferência de voto de Lula aumentou e é maior do que o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que também cresceu. Em novembro de 2009, 20,1% dos entrevistados diziam que só votariam em alguém apoiado por Lula. Esse porcentual subiu para 27,1% este mês. Já o porcentual daqueles que somente votariam alguém indicado por Fernando Henrique Cardoso passou de 3% em novembro para 5,7% em maio.
Os benefícios econômicos e sociais são o principal critério dos eleitores no momento de escolher em quem vão votar para presidente da República. Segundo a pesquisa, 44% dos entrevistados têm os aspectos econômicos e sociais como principal critério de voto. Em segundo lugar, com 34,9%, aparece o currículo e a experiência administrativa do candidato. De acordo com o levantamento, 13,6% afirmaram que levam em conta uma combinação de ambos os fatores.