Operação Mapinguari, da Polícia Federal de São Paulo para desmantelar organização criminosa especializada na exportação de cocaína por containers e pessoas - as conhecidas 'mulas' - dez mandados de prisão temporária foram expedidos hoje em São Paulo e no Mato Grosso do Sul. Segundo informações da agência de notícias da Polícia Federal, simultaneamente ocorrerm prisões e buscas na África do Sul, onde a SAPS – South African Police Service - investigou parte da quadrilha.
Além das prisões, sete mandados de busca e apreensão foram expedidos para cumprimento em Campinas (SP) e Ponta Porã (MS).
No Brasil, os investigados agiam como intermediadores, ao oferecer a droga para compradores do continente africano e da Itália. A cocaína era trazida do Paraguai e passava por território brasileiro.
Em agosto de 2010, um container-tanque foi apreendido na cidade portuária de Port Elizabeth, na África do Sul, onde estavam escondidos 166 quilos de cocaína. Quatro meses depois, um italiano, radicado no Brasil e também integrante da quadrilha, foi preso no aeroporto de Salvador (BA), quando transportava cerca de 9 quilos da droga no fundo falso de sua mala. O estrangeiro era o responsável pelo agenciamento das 'mulas'.
Ainda na África do Sul, também foi preso um ex-militar cubano, acusado pelos Estados Unidos de espionagem e tráfico de drogas. Ele mantinha contatos freqüentes com os intermediadores brasileiros e paraguaios com a finalidade de realizar novas exportações do entorpecente.
Recentemente, a partir de provas colhidas durante as investigações, a PF forneceu à Polícia Judiciária de Portugal, informações que possibilitaram, em meados de janeiro deste ano, a recaptura de dois brasileiros que estavam foragidos depois de terem participado de uma fuga cinematográfica quando eram transportados para uma audiência pelo serviço penitenciário português. Eles são acusados de participação no envio de 1,7 toneladas de cocaína apreendida naquele país em outubro de 2010.
As investigações da Polícia Federal brasileira foram apoiadas por órgãos da África do Sul e do Paraguai.
As pessoas envolvidas no esquema criminoso serão indiciadas por tráfico internacional de drogas e, se condenados, estão sujeitos a penas que variam de 5 a 15 anos de reclusão, além de multa.