A Polícia Civil está à procura
dos responsáveis pela
morte de J.C.S.F., de 13 anos,
cujo corpo foi encontrado
segunda-feira no Córrego
Sóter, em Campo Grande. Os
policiais já têm pistas dos envolvidos.
Testemunhas do crime
foram ouvidas ontem na
3ª Delegacia. Para a família, a
gangue que matou o garoto é
de classe média alta.
A polícia não revela detalhes,
mas afirma que os
relatos de quatro jovens e de
familiares da vítima foram
fundamentais para as primeiras
pistas sobre os assassinos,
que ainda não foram identificados.
Segundo a Polícia
Civil, os bandidos provavelmente
têm entre 20 e 25 anos.
Três dos quatro rapazes ouvidos
pela Polícia Civil estavam
com J.C.S.F., por ocasião do
espancamento. Eles também
foram agredidos e ainda estão
com marcas pelo corpo.
Em um deles, a lesão está
aparentemente mais grave.
Todos foram encaminhados
para exame méd ico.
Os laudos sobre as agressões
aos jovens e o da causa-
morte do garoto devem
ficar pronto em 10 dias.
A família do menino afirma
que ele não era integrante de
gangue, mas que os autores
do crime, formavam uma.
Para irmãos e amigos da vítima,
que não quiseram se
identificar, os responsáveis
pela morte são de classe média
alta e não tinham motivo
para cometer o crime.
A i nda chocado com a
morte do quinto filho, de
um total de 10, o pedreiro
Ramão Flores, 43 anos, quase
não consegue falar. Disse
apenas que o sentimento é
de revolta e que não podia
falar sobre as suspeitas dele.
Também emocionada, a mãe
do garoto, a dona de casa Eloísa
Helena dos Santos Flores,
42 anos, fala pouco sobre o
assunto. Foi ela quem alertou
um dos filhos de que a vítima
não havia dormido em casa
no domingo. “Não apareceu
em casa. Aí a gente fica preocupada.
Foi quando liguei para
meu outro filho”, contou.
A família mora em uma
casa simples, de alvenaria,
inacabada, em uma das últimas
ruas do Jardim Colúmbia.
Na noite de domingo, o menino
de 13 anos estava com um
irmão de 19 anos, outro mais
novo e dois amigos, nos altos
da Avenida Afonso Pena. Por
volta das 22 horas, diversos
rapazes desceram de três veículos
– possivelmente Gol e
Golf de cor preta – e passaram
a agredir o garoto, os amigos
e os irmãos dele.
A briga só terminou com
a chegada da Polícia Militar.
Cerca de uma hora depois,
conforme relato de um dos
irmãos da vítima, eles foram
embora da Afonso Pena. O
menino, um irmão e mais dois
amigos, seguiram em bicicletas
pela Avenida Via Parque.
O outro irmão foi em direção
à saída para Três Lagoas.
O grupo foi agredido novamente
nas proximidades
do Parque do Sóter. Os agressores
teriam sido os mesmos
da Afonso Pena. O corpo de
J.C.S.F. foi encontrado por um
dos irmãos no Córrego Sóter.