A Polícia Federal prendeu hoje, na cidade de Planalto, no Paraná, o traficante Carlos Arias Cabral, conhecido pela alcunha de Líder Cabral. Ele é o responsável, de acordo com polícia paraguaia, pelos grandes carregamentos de maconha para o Brasil e rival de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, protagonizando chacinas no Paraguai em 2002.
Segundo informações prestadas pela Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (Senad ), Cabral seria o maior traficante de maconha do Paraguai, sendo responsável pelo envio de grandes carregamentos da droga para o Brasil. As investigações iniciaram-se há um ano, pela Delegacia de Polícia Federal em Guaíra (PR), em conjunto com o Gaeco local e a Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai. Inicialmente, os policiais não sabiam que um dos investigados era Líder Cabral, já que o mesmo utilizava-se de diversos nomes para ocultar sua verdadeira identidade.
A partir da segunda metade dos anos 90, Cabral passou a ser um dos maiores traficantes em atuação na fronteira entre o Brasil e o Paraguai.
Porém, no dia 9 de janeiro de 2002, na cidade de Capitan Bado, no Paraguai, Líder Cabral teve sua casa invadida por cerca de 20 homens fortemente armados, a mando do traficante brasileiro Fernandinho Beira-Mar, em uma disputa pelo controle do tráfico de drogas na região. Na ocasião, Líder Cabral escapou pulando o muro de sua casa, mas sua esposa e um filho de 3 anos foram mortos junto com mais 9 pessoas, fato amplamente divulgado pela imprensa dos dois países.
Nas três semanas seguintes, Líder Cabral iniciou uma reação contra a quadrilha de "Fernandinho Beira-Mar", resultando na morte de 22 pessoas. Nessa disputa, Beira-Mar foi expulso do Paraguai, e o tráfico de maconha no país vizinho passou a ter Líder Cabral como principal articulador.
Depois do ocorrido, o investigado Líder Cabral passou a residir na cidade de Andresito, na Argentina, usando documento argentino em nome de Nicolas Ferreira Duarte, identidade argentina nº. 94189345. Aos poucos, foi se relacionando com moradores das cidades paranaenses de Planalto e Capanema, onde era visto constantemente.
Durante a Operação Liderança, como foi batizada a ação da PF para a prisão de Líder Cabral, foram apreendidas aproximadamente 32,3 toneladas de maconha, 50 quilos de crack e 51 quilos de cocaína. (Com informações Polícia Federal do Paraná)