Rose Rodrigues, Três Lagoas
Agentes da Polícia Federal de Três Lagoas apreenderam cerca de 500 quilos de cocaína. O fato se deu na madrugada de ontem, durante fiscalização de rotina no posto entre Mato Grosso do Sul e São Paulo, na barragem de Urubupungá, no final da rodovia BR-262. Essa foi a segunda maior apreensão de cocaína no Estado, tendo a outra, de 725 quilos, sido registrada no dia 8 deste mês, na região de Guia Lopes da Laguna.
Na operação de ontem, além da meia tonelada de entorpecente, também foram apreendidos dois caminhões que eram utilizados para o transporte da mercadoria. Foram presos Altavir Trindade, 63 anos, motorista do guincho, e José Roberto de Araújo, 41 anos, que viajava num caminhão boiadeiro.
Segundo informações dos federais, durante a abordagem, por volta das 2 horas da madrugada, os agentes pararam dois caminhões que vinham juntos na rodovia. Os caminhões, um Ford Cargo cinza com placa de Curitiba e um guincho Volkswagem branco, com placa de São Paulo, foram levados para o pátio da Delegacia da Federal e submetidos a uma vistoria, depois que foram detectadas contradições nos depoimentos dos motoristas.
Na vistoria, os policiais encontraram a droga dentro de uma peça da barra de sustentação, que é ligada ao chassi e dá suporte ao guincho. A cocaína estava dividida em parte pura e em pasta-base, acondicionada em pacotes de aproximadamente um quilo, embalados com fita adesiva colorida. A droga está avaliada em mais de R$ 20 milhões.
Os motoristas são moradores em Diadema, interior de São Paulo, e, conforme os depoimentos, receberam o carregamento em Sonora, Mato Grosso do Sul, com a missão de levá-lo para a capital paulista. Os dois responderão por tráfico e formação de quadrilha.
Ao serem abordados, os dois negaram que se conheciam, mas acabaram confessando que são amigos há 20 anos. Os agentes acharam, entre os pertences dos acusados, passagens aéreas confirmando que viajaram juntos para Cuiabá no último dia 25, e que de lá teriam ido até Sonora, onde se hospedaram no mesmo hotel. Além disso, os documentos dos caminhões eram do mesmo despachante.
Negaram que tenham ido buscar a cocaína e afirmaram que iam apenas receber os veículos e entregá-los em São Paulo, pois não sabiam da existência do entorpecente. Ambos têm passagem pela polícia. A droga foi localizada apenas no caminhão guincho. Porém, a policia acredita que o outro caminhão vinha como batedor, para avisar em caso de barreiras policiais na rodovia.