Petistas esperam pelo apoio de Nelsinho a Dilma em MS
26 JAN 10 - 07h:18ADILSON TRINDADE E MARIA MATHEUS
Com a possibilidade de o
governador André Puccinelli
(PMDB) fechar com José Serra
(PSDB) ou outro candidato
tucano à Presidência da República,
deputados federais do
PT comentaram, ontem, sobre
o desejo da ministra-chefe da
Casa Civil, Dilma Rousseff, de
contar com a presença do prefeito
de Campo Grande, Nelsinho
Trad (PMDB), em seu
palanque. Nelsinho já deu sinais
de sua intenção de não
apoiar Serra. Isso levou os petistas
a apostar no reforço da
segunda maior liderança do
PMDB na campanha de Dilma
em Mato Grosso do Sul.
Embora não tenha participado
diretamente da discussão
de Nelsinho com a cúpula
nacional do PT sobre a sucessão
presidencial, o deputado
federal Vander Loubet disse
ter certeza do pedido do Planalto
para o prefeito apoiar
Dilma no Estado, no caso de
o PMDB concretizar a aliança
nacional com o PT. “Acho que
isso, no mínimo, foi conversado”,
comentou. Ele apontou
a ajuda do Governo federal à
administração de Nelsinho
como sinal de entendimento
político.
Por isto, Vander não estranhou
a possibilidade de Nelsinho
ficar fora do palanque
de Serra em Mato Grosso do
Sul. “Essa posição de Nelsinho
já está em sintonia com
o caminho que o PMDB nacional
vai tomar”, observou o
parlamentar petista.
Na sua avaliação, se o
PMDB indicar a vice de Dilma,
“seria incoerência ele (o
Nelsinho), por todos os investimentos
que o Governo
federal tem feito em Campo
Grande, apoiar outro candidato
a presidente”. O prefeito,
no entanto, evita entrar
nesta polêmica. Ele não quis,
ontem, falar sobre o assunto,
mas também não negou a
notícia sobre o desejo de ficar
distante do palanque de
Serra, mesmo que o governador
André Puccinelli (PMDB)
assuma compromisso com o
PSDB no Estado.
Apesar do suspense, Vander
foi taxativo: “Eu não vejo
como ele (prefeito Nelsinho
Trad) não apoiar Dilma”. Para
o deputado, o problema está
no governador. Ele tem como
adversário justamente um
petista, o ex-governador José
Orcírio dos Santos. Vander
apontou as articulações de
Puccinelli para forçar o Planalto
a retirar a candidatura
de José Orcírio. “Isto prova a
tese de que o PMDB vai ficar
com o PT”, comentou.
Outro deputado petista,
Antônio Carlos Biffi, tem a
mesma opinião. Para ele, o
PMDB vai fazer aliança nacional
com o PT, formando a
chapa Dilma Rousseff (presidente)
e Michel Temer (vice).
“Portanto, nada mais coerente
da parte do Nelsinho o
apoio a Dilma, porque o vice
vai ser do seu partido e mais,
ele tem recebido do Governo
Lula e da Dilma uma atenção
especial”, afirmou.
Biffi não espera o mesmo
compromisso do governador
André Puccinelli, porque vai
estar enfrentando José Orcírio
na sucessão estadual. O
que não é o caso de Nelsinho.
Ele não estará disputando nenhum
cargo eletivo em 2010
que possa comprometer o seu
projeto político.
Por isto, Biffi acredita no
engajamento de Nelsinho na
campanha de Dilma. “Não
precisa subir no palanque
do PT”, afirmou o deputado.
Segundo ele, o prefeito
“tem muitas maneiras de
fazer campanha sem subir
no palanque”. Aliás, ressaltou
Biffi, “palanque é o que
menos vai ter nessa eleição.”
“É o corpo-a-corpo, caminhadas,
manifestação de
apoio e, neste caso, acredito
numa participação do prefeito
de forma efetiva”, declarou
Biffi.