Quase 67% dos sul-mato-grossenses são favoráveis à mudança do fuso horário, equiparando-o com o de Brasília. Os dados são da pesquisa de opinião realizada pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais (Nepes) da Anhanguera/Uniderp. Os homens indicaram um nível de aprovação de 71%, maior do que a das mulheres (62%).
Segundo o coordenador do Nepes, professor Celso Correia de Souza, no entanto há uma forte contrariedade à mudança indicada pelos habitantes com menor nível de escolaridade, onde 67% das pessoas com ensino fundamental incompleto e 62% das pessoas com ensino médio incompleto são contra a mudança do fuso horário em Mato Grosso do Sul. "Outras não aprovações à mudança aparecem para 44% das pessoas com renda familiar menor que R$ 830,00. Isto indica que as classes econômicas D e E não são favoráveis à mudança do horário do Estado", ressalta Correia.
O coordenador da pesquisa, professor José Francisco dos Reis Neto explica que quanto ao setor de atividade econômica, são a favor da mudança 76,5% das pessoas relacionadas com a Indústria; 76,3% ao Comércio; 68,1% aos Serviços e 61% a Agropecuária. "Mais de 41% das pessoas ligadas a Administração Pública são contra a alteração do fuso horário local", fala Reis.
De acordo com dados da pesquisa, 95% da população entende que ocorra a mudança do fuso horário, deve-se adiantar os relógios em uma hora e para 63% deles isto será normal. "Todavia 25% dizem que isto será confuso e para 12% será indiferente a alteração do horário", acrescenta José Francisco.
Os pesquisadores informam que as pessoas estão conscientes que acrescentar mais uma hora nos relógios será: indiferente na sua hora de almoçar (31%), jantar (37%), no atendimento bancário (28%), no funcionamento do comércio (28%), viagens (34%) e no lazer (34%). "Porém, a mudança do fuso horário irá afetar a hora de acordar (51%), ir à escola (45%), assistir TV (47%), os negócios com os outros Estados (45%) e ir às aulas na universidade (41%)", pontuam.
De acordo com os entrevistados, acordar será mais difícil para as mulheres (55%) do que para os homens (48%). Isto também acontecerá com os menores de 18 anos (63%), os casados (52%), os com renda familiar até R$ 830 (56%) e as pessoas com nível de escolaridade média incompleta (77%). "Acordar 'mais cedo' será mais difícil para 55% das pessoas com atividade econômica na Administração Pública e para 52% daqueles que atuam no setor de Serviços", aponta o coordenador da pesquisa.
De forma geral, a população de Mato Grosso do Sul indica que não sofrerá com a mudança do fuso horário. "As percepções de maior sofrimento com a mudança são destacadas para as pessoas mais velhas (39%), os estudantes (38%), os trabalhadores (37%) e para os habitantes das grandes e pequenas cidades (28%). Os respondentes indicam que os trabalhadores da Administração Pública (43%) e da Agropecuária (42%) poderão sofrer mais com a mudança do fuso horário, enquanto que para os trabalhadores da Indústria (54%) isso será indiferente, ou seja, o novo horário não irá fazê-los sofrer menos ou mais", diz José Francisco.