As taxas de juros elevadas e a burocracia para contratar um empréstimo, estão cada vez mais levando o consumidor a optar pelo penhor. Em Mato Grosso do Sul, o número de contratações cresceu 10% em relação ao ano passado – índice superior à média brasileira, que foi de 6,3%. A facilidade de obter recursos sem burocracia ou análise de ficha cadastral, faz desta modalidade de crédito uma opção cada vez mais popular. Os juros também são atrativos: giram em torno de 2% ao mês. Já a tarifa do cheque especial está próxima dos 10% e o crédito pessoal em torno de 20%. De acordo com o gerente Regional da Caixa Econômica Federal, João Batista Andrade Filho, o penhor é a melhor opção para obter empréstimo rápido. O cliente chega com a joia, que é imediatamente avaliada, e sai com o dinheiro na mesma hora. Já nas outras modalidades de crédito, são necessários alguns dias para que o pedido seja aprovado. Entre as opções de financiamento, o Crédito Direto ao Consumidor (CDC) é o menos burocrático. Mesmo assim, segundo Andrade, existe a necessidade da préaprovação do cadastro e o cliente só poderá retirar o dinheiro depois de cumprir as exigências. Apenas em alguns casos o consumidor já possui autorização para sacar o dinheiro diretamente no terminal do banco. Pagamento João Andrade explica que hoje o penhor está ainda mais difundido. As pessoas que possuem muitas joias em casa, utilizam essa prática para que elas fiquem sob custódia da Caixa. “As taxas de juros são baixas e o período de contrato é indeterminado. Essa é uma boa alternativa também para deixar em lugar seguro e ainda ficar com algum dinheiro”, diz. O prazo para rernovação do contrato é de até 180 dias, ou seja, se o cliente renovar dentro do limite estipulado, o contrato não perde a validade. O pagamento dos juros é mensal; caso o consumidor deixe de pagar por mais de 30 dias, as joias são colocadas em leilão, que ocorrem a cada 60 dias. Se isso acontecer, basta ir até a agência da Caixa, renovar o contrato com o pagamento da taxa de juros proporcional ao número de dias da renovação, garantindo o patrimônio. “Caso a joia seja vendida pela Caixa por um valor maior que a dívida, o consumidor recebe essa diferença”, diz o gerente da Caixa. Precauções Antes de penhorar um bem, o advogado do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Alessandro Gianeli, recomenda alguns cuidados. O primeiro é procurar instituições financeiras idôneas. Existe decreto lei de 1969 que estabeleceu que o penhor de joias é monopólio da Caixa. Então, a primeira dica é procurar a instituição, que é tradicional. Depois, valem aqueles cuidados básicos em todos os empréstimos, como solicitar uma projeção dos juros futuros e ler o contrato com cuidado. Vale lembrar que no penhor, além dos juros do empréstimo, existe um bem que fica em poder do banco como garantia.