Lidiane Kober, da redação
Clodoaldo Silva, De Brasília
O PDT pedirá a cassação do mandato de prefeitos e vereadores infiéis nas próximas eleições. O diretório nacional do partido baixou resolução prometendo punir quem atuar em prol de candidatos de outras legendas. Em Mato Grosso do Sul, a determinação promete dar trabalho por conta da aproximação de pedetistas com os ex-correligionários, deputados estaduais Ary Rigo e Onevan de Matos, que trocaram o PDT pelo PSDB e vão disputar a reeleição.
“É uma decisão para fortalecer o partido e a direção nacional não abrirá mão desse procedimento”, afirmou Carlos Lupi, presidente nacional licenciado da legenda. “Os prefeitos e vereadores do partido terão de fazer campanha para os nossos candidatos a deputado federal e estadual”, reforçou. “Existe uma resolução publicada, que normatiza este procedimento, prevendo punição em caso de descumprimento, com a possibilidade de expulsão dos gestores municipais e consequente perda dos mandatos”, finalizou.
“Em Mato Grosso do Sul vamos seguir a deliberação da executiva nacional”, garantiu o presidente regional do PDT, deputado federal Dagoberto Nogueira. No Estado, o partido tem nove prefeitos e cerca de 100 vereadores. No total, grande parte deverá atuar em favor de Rigo e Onevan na corrida por vaga na Assembleia Legislativa. É o caso dos prefeitos de Dourados, Ari Artuzi; Sete Quedas, Sérgio Mendes; Angélica, João Casuci; e Douradina, Darcy Freire.
Para Artuzi, por exemplo, a campanha não dá resultado a partir do momento no qual o prefeito é obrigado a fazer campanha para candidato que não tem identificação. “Ninguém vai me obrigar a apoiar fulano ou ciclano”, declarou. “Não sou uma pessoa ingrata, por isso, não deixarei de ajudar o Rigo”, acrescentou. Em seguida, ele frisou também apoiar representantes do PDT na corrida por vagas de deputado estadual. “Vou ajudar bastante gente”, encerrou.
Além de prefeitos, a normativa da cúpula nacional deverá provocar algumas situações curiosas a integrantes do Poder Legislativo Municipal. É o caso da vereadora por Naviraí, Leila Matos (PDT), mulher de Onevan. Dificilmente, ela deixará de fazer campanha para o marido, dessa forma, corre o risco de perder o mandato por ajudá-lo.
Ação preventiva
O presidente de honra do PDT, João Leite Schimidt, reconhece a chance de muitos correligionários atuarem em benefício de Rigo e Onevan. “Possivelmente isso vai acontecer”, admitiu. Daí a sua aprovação à resolução da direção nacional. “É uma medida preventiva para buscar a disciplina partidária”, comentou. Por enquanto, ele informou não ser possível colocar em prática a regra. “Só depois da convenção do partido, que homologará o rumo do PDT, poderemos combater os infiéis e, antes de tomar qualquer tipo de medida, é necessário alguém apresentar representação à direção, denunciando irregularidades”, explicou.