Fábio Dorta
A coligação ?Aliança por Dourados?, que tem como candidato a prefeito o deputado estadual licenciado Ari Artuzi (PDT), não conseguiu registrar dentro do prazo estabelecido pela legislação eleitoral ? até às 19h de sábado, dia 5 ? as chapas majoritária e proporcional, pelo fato de a documentação estar incompleta.
Por causa disso, Artuzi, o candidato a vice-prefeito, Carlinhos Cantor (PR), e os 48 candidatos a vereador foram obrigados a fazer individualmente os registrados. A maratona começou na tarde de hoje e o prazo final é até às 19h. Um dispositivo da lei eleitoral permite aos próprios candidatos registrarem suas candidaturas.
De acordo com a assessoria de comunicação da campanha, o problema aconteceu por causa de problemas técnicos de informática e, por conta disso, a assessoria jurídica decidiu pelo registrado individual. Artuzi e Cantor chegaram juntos ao Cartório Eleitoral de Dourados por volta das 14h, assim como vários candidatos a vereador.
Denúncia
Mas o presidente do PRB, um dos partidos coligados ao deputado, o ex-vereador Francisco Saraiva, disse que um dos disquetes que continham a listagem dos candidatos teria desaparecido misteriosamente do balcão do cartório da 43ª Zona Eleitoral. Ele afirmou no momento da entrega da documentação o contador da coligação deu pela falta do disquete.
A chefe do cartório, Milca Pereira, rebateu a acusação de Saraiva. Ela disse ao Correio do Estado que a documentação encaminhada pela coligação é que estava irregular, impedindo o registro das candidaturas. "Não sumiu nada. A coligação e o partido não tinham condições de registro", afirmou.
Crise
O problema causou mal estar na coligação encabeçada por Artuzi e hoje, quando chegou à Justiça eleitoral, o deputado carregava consigo e mostrou à imprensa uma cópia do parágrafo 4º da Lei 9.504 a chamada Lei das Eleições, que garante aos candidatos fazerem o próprio registro caso o partido ou a coligação não requeiram.
Artuzi mostrou aos jornalistas cópia de um dos trechos da lei que diz que o dispositivo que permite aos próprios candidatos fazerem seus registros "tem por finalidade corrigir eventuais cochilos ou manobras ardilosas de dirigentes partidários que tenham interesse em prejudicar candidatos ou ajudar outras legendas partidárias".
O candidato do PDT não comentou sobre o fato de estar carregando uma cópia da lei eleitoral, mas o episódio acirrou uma disputa interna que fez com que, inclusive, o presidente do diretório municipal do PDT, Sérgio Castilho, se afastasse da coordenação da campanha, que agora sob controle do candidato a vice, Carlinhos Cantor.
Os outros dois candidatos à prefeitura de Dourados, Murilo Zauith (DEM) e Wilson Biasotto (PT) não tiveram problemas para fazer os registros das candidaturas de suas coligações dentro do prazo estabelecido por lei.