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Partidos põem as finanças em ordem antes das eleições

Partidos põem as finanças em ordem antes das eleições

Redação

17/02/2010 - 07h40
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Em meio aos preparativos para lançar seus candidatos ao Palácio do Planalto, os partidos que planejam entrar na corrida presidencial deste ano decidiram pôr as finanças em ordem. O plano é reduzir ao máximo as dívidas – zerá-las, se possível – para evitar que o rombo nos cofres ganhe proporções maiores após a eleição. PT e PSDB encerraram a última campanha presidencial, em 2006, no vermelho. Petistas, que já contabilizavam saldo negativo de R$ 40 milhões, viram o buraco crescer R$ 9,8 milhões com débitos deixados pela campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Já os tucanos, que naquele ano lançaram o atual secretário paulista de Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, saíram com R$ 19,9 milhões em dívidas. Mais de três anos depois, o PT listará em sua próxima prestação de contas à Justiça Eleitoral dívida de R$ 36 milhões referente ao exercício de 2009. O número é bem menor do que os R$ 55 milhões herdados da gestão do ex-tesoureiro Delúbio Soares, que comandou as finanças petistas até ser expulso da sigla, após o escândalo do mensalão. Já o PSDB conseguiu baixar seu endividamento para cerca de R$ 4 milhões. Em 2009, o partido zerou os débitos ainda pendentes da disputa presidencial de 2002 e acertou contas com os fornecedores da campanha de 2006 – com exceção de um deles. “Estamos em negociações em relação ao valor e nossa expectativa é de chegar a um acordo logo”, disse Eduardo Jorge Caldas, vicepresidente nacional e responsável pelas finanças do PSDB. Ajuda “possível” O sucessor de Delúbio no PT, Paulo Ferreira, já avisou a instâncias regionais que o diretório nacional não vai sacrificar as contas partidárias em nome do desempenho nas eleições. O auxílio financeiro para a campanha de deputados virá apenas “na medida do possível”. “O diretório nacional não vai se endividar ainda mais por causa das eleições. Nós já sofremos o bastante”, disse Ferreira, que entrega o cargo nesta semana para disputar vaga na Câmara. Pelas previsões, deve ser substituído por João Vaccari Neto, presidente da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop). Ferreira admite ainda ser grande o rombo nas finanças, mas alega que os débitos foram renegociados e hoje cabem na capacidade de pagamento do partido. “A dívida existe, está sendo paga e já não impede o funcionamento do partido.” A herança de Delúbio ainda compõe a dívida do PT. Empréstimos junto aos bancos BMG e Rural correspondem a débitos de R$ 3,6 milhões e R$ 4,5 milhões, respectivamente. Ainda assim, a maior fatia da dívida se refere a outra eleição. São R$ 14 milhões devidos à Coteminas, empresa do vice-presidente José Alencar, pela compra de camisetas para a campanha de 2002. PSB E PV O PSB, que contra a vontade de Lula ainda insiste em lançar o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) ao Planalto, não possui dívidas significativas e tem seu balanço financeiro equilibrado, de acordo com o deputado Márcio França (SP), tesoureiro da legenda. Mais do que isso, ele afirma que já tem reserva para ajudar candidatos na eleição para o Legislativo, de aproximadamente de R$ 1 milhão. O plano é aproveitar a corrida eleitoral para reforçar o caixa. O PSB quer impulsionar a votação de candidatos a deputado para engordar a fatia a que tem direito no Fundo Partidário. Os recursos desse fundo são divididos entre todos os partidos de acordo com a votação de cada um nas eleições para a Câmara. Atualmente, segundo o tesoureiro, entram cerca de R$ 800 mil ao mês no cofre da sigla em repasses do fundo e contribuições de filiados. Para motivar as instâncias regionais a ampliar a votação para a Câmara, a sigla criou um critério específico para a distribuição das receitas. A regra prevê 40% da verba que deve ir para os diretórios estaduais. No caso do PSB, um terço desse montante é dividido igualmente entre essas instâncias. Os dois terços restantes são distribuídos conforme a votação de cada Estado na eleição para a Câmara. “É uma maneira de aumentar nossa cota do fundo”, justificou França. O PV, que disputará uma eleição presidencial pela primeira vez com a senadora Marina Silva (AC) como candidata, tem contas “modestas, mas equilibradas”, afirmou Alfredo Sirkis, vice-presidente da legenda. Em 2008, a sigla admitiu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter feito gastos irregulares com recursos do Fundo Partidário e teve de devolver R$ 94 mil aos cofres da União.

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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