Autoridades paraguaias temem que quadrilhas lideradas por brasileiros, ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e ao Comando Vermelho (CV), estejam se enfrentando pelo controle do tráfico de drogas na região de fronteira com Mato Grosso do Sul. Logo depois de ser preso pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), do Paraguai, Carlos Antônio Caballero, que também atende pelo apelido de “Capillo”, declarou ser o chefe do PCC em território paraguaio. Ele já era apontado como um dos homens que preparavam cargas de maconha e também de armas para serem enviadas para o Rio de Janeiro. Por conta desses fatos assim como de alguns assassinatos, as autoridades do país vizinho não descartam a possibilidade de as quadrilhas de traficantes brasileiros e paraguaios estarem entrando em confronto na região de fronteira com o Paraguai. Essa guerra teria sido declarada depois da prisão de Jarvis Gimenes Pavão, 42 anos, pela Senad, no mês de dezembro do ano passado. As investigações estão sendo realizadas pelas autoridades paraguaias, e a hipótese ganhou mais força depois da execução do traficante Oscar Morel Quiñonez, de 42 anos, que morreu crivado de balas de fuzil após prestar depoimento ao juizado de Concepción. Morel foi morto juntamente com dois amigos que lhe davam proteção, Hermes Ramón Zarate Leon, de 51 anos, e Diego Rolando Moreira Coronel, de 26 anos, ambos funcionários da Ande, empresa de energia elétrica do Paraguai. Na quarta-feira, um lote de fuzis foi apreendido na casa de Marciano Cristaldo Álvares, 64 anos, ex-sogro de “Capillo”. O promotor de justiça Justiniano Cardoso, que acompanhou a apreensão, acredita que as armas seriam usadas na guerra travada por traficantes da região. Os armamentos teriam sido importados dos Estados Unidos, mas a forma como foi feita a importação ainda não foi descoberta pelas autoridades.