Maria Matheus
Para o governador André Puccinelli (PMDB), a pesquisa Ibrape publicada na edição de ontem do Correio do Estado mostra que seu principal adversário na disputa pelo governo, José Orcírio dos Santos (PT), “está comendo poeira lá longe”.
Conforme o levantamento realizado entre os dias 8 e 14 de abril, Puccinelli tem 51% das intenções de voto, José Orcírio, 32% e Marisa Serrano, 8%. Brancos, nulos e indecisos somam 9%. O segundo cenário, com apenas dois candidatos, mostra Puccinelli com 54% contra 36% de Orcírio. Dos 1.647 eleitores entrevistados, 3% disseram que não votariam em nenhum dos dois e 7% estão indecisos.
“Pesquisa é radiografia do momento. Se ela estiver assim, desmente as falácias que o PT dizia, que está na frente ou que está pouco atrás”, comentou o governador.
Puccinelli considerou alto o índice de rejeição do petista. Dentre os eleitores entrevistados, 43% disseram que não votariam em José Orcírio, 33% rejeitam Marisa Serrano e 23% jamais optariam por André Puccinelli. Outros 4% rejeitam todos os candidatos citados pelo Ibrape e 5% estão indecisos (a soma dos índices ultrapassa os 100% porque alguns entrevistados rejeitam mais de um candidato).
“Se esse índice de rejeição (de Orcírio) subir mais um pouquinho, ele não alcança nunca um voto a mais que ele precisa ter para vencer”, avaliou o peemedebista.
A margem de erro da pesquisa é de cinco pontos percentuais, para mais ou para menos.
Candidato ao Senado
Sobre a possível candidatura do vice-governador Murilo Zauith (DEM) ao Senado, Puccinelli disse que conversaria ontem com o prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad (PMDB), responsável por conduzir a negociação da suplência de Murilo e coordenar a sua eventual campanha. “Está na hora de nos reunirmos e definirmos”, disse o governador.
Puccinelli disse não trabalhar com a hipótese da desistência do Murilo. “Ao contrário, nossa insistência é para que ele seja candidato”, frisou. “Vou conversar com Nelsinho para agilizar a questão. Vamos chamar o Murilo e perguntar: serve esse (suplente), não serve? Está na hora de resolver”, enfatizou.
A intenção da reunião com Nelsinho é, também, “unificar os discursos”. “Todos chegaram à conclusão de que informações isoladas do governador, do prefeito, do deputado, do deputado federal, dos candidatos trazem às vezes problemas de entendimento”, contou. “Então, vamos uniformizar as questões, tratando sempre em grupo. Pretendemos reunir todos e discutir”.
Prejuízo
O governador afirmou, ainda, que pretende voltar a conversar com o senador Valter Pereira (PMDB), que estuda ingressar no PSB. O senador ficou insatisfeito com a forma como foram conduzidas as prévias do PMDB que escolheram o deputado federal Waldemir Moka para ser o candidato do partido ao Senado e, consequentemente, enterraram seu projeto de concorrer à reeleição.
Puccinelli deu sinais de que pode propor a Valter o comando de uma secretaria em um eventual segundo mandato ou vaga de suplência de senador, ou apoio, se o senador decidir, concorrer a deputado ou, ainda, o compromisso de futuramente apoiar uma possível candidatura do filho do senador, o prefeito de Terenos, Beto Pereira (PSDB). “Tem que falar com ele: quer ser candidato a deputado federal? Quer ser suplente? Quer ser (deputado) estadual? Quer ser secretário no futuro? Vamos ver”.