São Paulo
Depois da última rodada de pesquisas eleitorais, cientistas políticos avaliam que o candidato do PSDB, José Serra, perdeu força antes do esperado, mas o bom desempenho da candidata do PT, Dilma Rousseff, não será suficiente para decidir a eleição no primeiro turno. Para o diretor do Eurasia Group para a América Latina, Christopher Garman, e o professor do Insper, Carlos Melo, alguns fatores, como o crescimento do País, que deve chegar a 7,3% neste ano, segundo o BC, e o início da campanha na TV, devem consolidar a dianteira de Dilma e levá-la a vencer o primeiro turno com uma margem de cinco a dez pontos porcentuais de vantagem sobre Serra, sem contudo alcançar a maioria absoluta dos votos.
Garman e Melo ponderam que em junho a exposição no programa eleitoral do PSDB e a inserção em comerciais de partidos aliados deveriam ter levado José Serra a registrar uma vantagem expressiva sobre Dilma Rousseff, o que não ocorreu.
Na avaliação de Melo, ocorreram vários erros na campanha de José Serra no mês passado que deram condições para que Dilma o ultrapasse em duas pesquisas quando isso ainda não estava previsto. A primeira delas foi o PSDB ter criado a grande expectativa de que o ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves poderia ser o vice de Serra e uma espécie de “Messias” que traria a vitória. “Como isso não ocorreu, qualquer candidato a vice que não fosse ele seria o anticlímax, uma decepção”, disse.
Ambos os cientistas políticos acreditam que o intenso apoio do governo na campanha petista e a propensão do eleitorado de querer a continuidade das boas condições da economia tendem a garantir uma vantagem de Dilma Rousseff sobre José Serra nos próximos três meses, desde que não ocorram fatos extraordinários Melo e Garman não acreditam que a eleição será decidida no primeiro turno, pois avaliam que a disputa continuará acirrada.