Dessa vez, nem Michael Jackson salvou o Palmeiras. Em mais um jogo com inúmeras oportunidades perdidas no ataque, o Verdão não conseguiu sair do 0 a 0 com o Santo André, neste sábado, no Pacaembu, e perdeu a chance de seguir encostado no líder Corinthians. Adriano, autor de quatro gols sobre o Comercial-PI, na última quarta-feira, foi só um dos que desperdiçou chance atrás de chance. Mesmo com um jogador a mais desde a metade do primeiro tempo, o Verdão não conseguiu furar a defesa do Ramalhão.
O resultado deixa o carnaval palmeirense um pouco mais desanimado. O time chegou aos 22 pontos e agora está a três do líder Corinthians, que venceu o Linense na rodada. O Santo André subiu para sete pontos, segue na zona de rebaixamento e mantém seu jejum de vitórias: é o único time que ainda não venceu no Paulistão.
Assim como no jogo contra o Comercial, o Palmeiras foi soberano nas finalizações: foram 19, mas poucas que realmente levaram perigo ao goleiro Neneca.
Sem o Mago, mas com Miguel
As notícias antes do jogo não eram nada animadoras para o Palmeiras. Fora de campo, Felipão havia se irritado com a diretoria e chegou a deixar a concentração na sexta-feira. O motivo foi a economia proposta pelo clube, que decidiu cortar a nutricionista Alessandra Favano das concentrações para economizar uma diária de hotel. O técnico não quis comentar o assunto.
Dentro do gramado, a ausência de Valdivia chamou a atenção. Ele foi vetado por conta de dores musculares e nem foi relacionado para o jogo. Assim, a garotada teve de chamar a responsabilidade: em vez de Valdivia e Kleber, Patrik e Miguel, duas revelações da base palmeirense. A dupla fez companhia a Tinga e Adriano Michael Jackson no setor ofensivo.
Com tanta juventude em campo, era natural que o Verdão ganhasse velocidade. E foi justamente isso que envolveu a defesa do Santo André no início da partida. Em toques rápidos de Patrik e Tinga, a bola chegava facilmente ao ataque e o time criava suas chances. No entanto, esbarrou no mesmo problema das últimas partidas: desperdiçou uma oportunidade atrás da outra.
Adriano teve a melhor chance do primeiro tempo. Após uma bela trama de Tinga, Miguel chutou cruzado e Adriano não alcançou a bola por centímetros. O time conseguia mais oportunidades com arremates de fora da área. Patrik e Marcos Assunção quase abriram o placar.
O ritmo acelerado do Verdão fez o Santo André apelar para as faltas – e aí vieram os cartões. Victor Hugo e Magno levaram um cada. Gilberto foi além e tomou dois, em duas entradas duríssimas contra atacantes palmeirenses. O lateral do Ramalhão acabou expulso e deixou mais espaços para o Palmeiras avançar.
Novas caras, velhos problemas
Felipão queria que o time trabalhasse mais pelas pontas. Por isso, lançou o atacante Luan no início do segundo tempo no lugar de Gabriel Silva. Na frente, Vinícius entrou para aumentar ainda mais a movimentação ofensiva. Em contrapartida, a defesa ficou mais exposta e o esperto time do ABC soube levar perigo - mesmo sem tanta qualidade técnica.
O Santo André não chegou a criar reais chances de gol, mas deu a sensação de que conseguiria furar facilmente a zaga palmeirense se Felipão não tomasse nova atitude. Pela direita, setor do atirado Cicinho, Rithelly e Borebi ficavam no mano a mano com Danilo e Thiago Heleno e assustavam. O técnico palmeirense colocou João Vitor no lugar de Cicinho e resolveu esse problema.
Então, restou ao Palmeiras atacar. Mas os velhos problemas de finalização vieram à tona. O time até tocou a bola com consciência, abrindo o jogo pelas pontas e promovendo rápidas tabelas. Mas na hora do chute... Vinícius fez ótima jogada pela direita, mas parou em Neneca. Adriano aproveitou bate-rebate da zaga e recebeu a bola sozinho, mas foi travado pela zaga. Patrik tentou finalizar de longe, mas o pé estava descalibrado.
Com tantos erros no arremate, a torcida começou a se irritar. Ansiosa a cada lance ofensivo do Verdão, não perdoou qualquer erro de passe - ainda mais perto da área adversária. No lance final, um vacilo da defesa permitiu que Rithelly ficasse de frente para Deola. O camisa 22 fez a defesa que salvou o Verdão da derrota. Depois de cinco gols e a forra sobre o Comercial-PI, o palmeirense terá de passar o carnaval em branco, sem nenhum golzinho para comemorar.