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Origem e significados

Origem e significados

Redação

04/04/2010 - 19h53
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OSCAR ROCHA

De um lado, o forte apelo comercial; do outro, uma das imagens mais bonitas e simbólicas do cristianismo. Sem esquecer de que a origem de tudo está num dos principais momentos da construção da identidade do povo judeu. A comemoração da Páscoa, que  acontece hoje, reúne, numa só tacada, vários significados, alguns até contraditórios, principalmente quando o assunto atinge a fé religiosa e o comércio.

“A mídia, que se rende mais ao comércio do que ao real significado da Páscoa,  deveria contribuir para que as pessoas entendessem melhor a dimensão dessa tradição”, avalia o padre anglicano e professor de Teologia Carlos Eduardo Calvani. Ele não está sozinho na queixa quanto à desvirtuação do tema. “O assunto acaba sendo diluído pela abordagem que é feita na atualidade e também serve para demonstrar a desestrutura das famílias, o consumismo cada vez maior, sem a compreensão, na totalidade, do sentido da Páscoa”, aponta o frei José Bastos da Silva.

Para entender o princípio do assunto, é necessário recorrer ao Velho Testamento da Bíblia, mais especificamente ao “Êxodo”, e lembrar uma das suas passagens, aquela que descreve o processo de libertação do povo judeu do Egito, depois de período escravizado. Segundo o texto, a saída do cativeiro significou a passagem para liberdade e a jornada à Terra Prometida. Isso ocorreu, provavelmente, cerca de 1.200 anos antes do nascimento de Cristo.

A Páscoa Judaica também está relacionada com a passagem dos hebreus pelo Mar Vermelho, liderados por Moisés. Nesta data, os judeus fazem e comem o matzá (pão sem fermento) para lembrar a rápida fuga do Egito, quando não sobrou tempo para fermentar o pão. “Para eles, a data significa a passagem da escravidão para a liberdade, estabelecendo uma nova fase”, explica Carlos Eduardo.
A Bíblia institui a celebração da Páscoa em Êxodo 12, 14: “Conservareis a memória daquele dia, celebrando-o como uma festa em honra do Senhor. Fareis isto de geração em geração, pois é uma instituição perpétua”.

Tradição cristã

Para os cristãos, a Páscoa passou a contar com outro significado, diferente dos judeus. Refere-se a um momento marcante, o período posterior à crucificação de Jesus Cristo. Mesmo assim, os fatos anteriores ganham importância para a data.  

“A tradição está ligada a um contexto maior do que somente a ressurreição, é preciso compreender a paixão e a morte”, aponta frei José.
Para o padre Carlos Eduardo, a data marca a vitória definitiva sobre a morte e pode ganhar outros significados no cotidiano de todos. “Pode ser traduzida também como recomeçar, ter novas perspectivas, acreditar em novas possibilidades para a vida”, aponta.

A Páscoa ainda traz, longe das tradições religiosas, resquícios de costumes pagãos. Isso pode ser notado no costume de  presentear com ovos. Na mitologia anglo-saxã, o ovo aparecia em rituais ligados à fertilidade e à renovação, principalmente ocorridas durante a primavera, no hemisfério Norte. Era comum a prática de pintar ovos cozidos, decorando-os com desenhos e formas abstratas.

“No século 19, nos países nórdicos, era comum enfeitar os ovos e dar de presente. O que o capitalismo fez foi explorar essa tradição e dar outra conotação a essa prática. Atualmente, a exploração do comércio em torno do assunto é grande”, enfatiza Carlos Eduardo.

Um dos locais que poderia servir de apoio para difundir o real significado da Páscoa seria a escola. “Por meio de um ensino religioso, sem proselitismo, em sala de aula, poderia se repassar a total abrangência do assunto”, prossegue o anglicano. Para a professora do ensino fundamental Carolina Soares da Silva há a tentativa de se trabalhar o assunto em todas os aspectos em sala de aula, mas o apelo comercial da data é muito forte. “As crianças até aprendem, mas estão mais interessadas nos ovos de Páscoa, feitos com chocolate. A publicidade é grande em torno do assunto”, enfatiza. 

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Conservador pró-Trump preside comissão dos EUA que divulgou relatório sobre Moraes

Jim Jordan foi citado no relatório do 6 de janeiro e ajudou a fundar ala radical do Partido Republicano

19/04/2024 21h00

Ministro Alexandre de Moraes Reprodução

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O presidente da comissão responsável pela publicação do relatório com decisões sigilosas do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), é aliado de Donald Trump e se define como "um dos membros mais conservadores" do Congresso dos Estados Unidos.

Jim Jordan é um deputado do Partido Republicano e preside a Comissão de Judiciário do Congresso. O grupo divulgou na última quarta-feira (17) um documento que afirma haver censura no Brasil.

A comissão foi criada em 1813 e é responsável por supervisionar o Departamento de Justiça norte-americano e avaliar propostas legislativas. Jordan a chefia desde o ano passado.

Natural de Ohio, tem 60 anos e estudou Economia na Universidade de Wisconsin. Lá foi campeão do torneio universitário de luta livre. É formado em Direito pela Universidade da Capital, em Columbus, Ohio, e mestre em Educação pela Universidade Estadual de Ohio.
Ele está no Congresso dos EUA desde 2007 e ajudou a fundar o Freedom Caucus, do qual foi o primeiro presidente. O grupo aglutina parlamentares da ala mais conservadora do Partido Republicano e tem posições mais à direita em temas como política fiscal e imigração.

Jordan é aliado de Donald Trump. O ex-presidente dos EUA lhe presenteou com a Medalha Presidencial da Liberdade em 2021 e o apoiou na campanha para a presidência da Câmara dos Representantes no ano passado.

Segundo o relatório da comissão responsável por investigar os atos do 6 de janeiro, quando apoiadores de Trump invadiram o Capitólio, sede do Legislativo americano, o parlamentar foi um "ator importante" para os planos do ex-presidente de reverter o resultado eleitoral que deu a vitória a Biden.
O relatório da comissão diz que o Brasil, via Judiciário, tenta forçar o X (ex-Twitter) e outras empresas de redes sociais a censurar mais de 300 perfis, incluindo o do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), do senador Marcos do Val (Podemos-ES) e do jornalista Paulo Figueiredo Filho.

A assessoria de imprensa do STF afirmou que o documento não traz as decisões fundamentadas que determinaram a retirada de conteúdos ou perfis, mas os ofícios enviados às plataformas para cumprimento delas. "Todas as decisões tomadas pelo STF são fundamentadas, como prevê a Constituição, e as partes têm acesso à fundamentação.

O relatório não fica restrito ao Brasil. O texto afirma que o presidente Joe Biden força empresas de redes sociais como o Facebook a censurar informações verdadeiras, memes e sátiras, de modo a levar a plataforma a mudar sua política de moderação de conteúdo.
 

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Moraes diz que Justiça está acostumada a combater 'mercantilistas estrangeiros' e 'políticos extremi

Fala ocorre em meio à união entre Bolsonaro e o bilionário Elon Musk nas críticas ao ministro

19/04/2024 19h00

Ministro Alexandre de Moraes Arquivo/

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O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), afirmou nesta sexta-feira (19) que a Justiça Eleitoral está "acostumada a combater mercantilistas estrangeiros" e "políticos extremistas".

A fala é uma indireta a união entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o bilionário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), nas críticas às decisões de Moraes sobre a retirada de conteúdos das redes sociais durante a campanha eleitoral de 2022.

"A Justiça Eleitoral brasileira está acostumada a combater mercantilistas estrangeiros que tratam o Brasil como colônia. A Justiça Eleitoral brasileira e o Poder Judiciário brasileiro estão acostumados a combater políticos extremistas e antidemocráticos que preferem se subjugar a interesses internacionais do que defender o desenvolvimento no Brasil" afirmou o ministro na cerimônia de assinatura dos planos de trabalho para a construção do Museu da Democracia da Justiça Eleitoral, no centro do Rio de Janeiro.

Na presença do governador Cláudio Castro (PL), aliado de Bolsonaro, Moraes afirmou que a Justiça Eleitoral "continuará defendendo a vontade do eleitor contra a manipulação do poder econômico das redes sociais, algumas delas que só pretendem o lucro e a exploração sem qualquer responsabilidade".

"Essa antiquíssima mentalidade mercantilista que une o abuso do poder econômico com o autoritarismo extremista de novos políticos volta a atacar a soberania do Brasil. Volta a atacar a Justiça Eleitoral com a união de irresponsáveis mercantilistas ligados às redes sociais com políticos brasileiros extremistas", disse o magistrado.

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