Orcírio prefere ver Dilma longe de Mato Grosso do Sul
18 FEV 10 - 06h:40
Apesar de sair em defesa de
dois palanques para o PT em
Mato Grosso do Sul na disputa
presidencial, o ex-governador
José Orcírio dos Santos (PT) prefere
ver a ministra-chefe da Casa
Civil, Dilma Rousseff, longe
do Estado para não ser instigada
a envolver-se na disputa pelo
governo estadual. Ele considera
constrangedor para ministra
subir no palanque do governador
André Puccinelli (PMDB) e
depois no seu para pedir votos.
“Se ela (Dilma) tiver dois palanques
aqui, então, é melhor ela
(a ministra) não subir em nenhum”,
opinou. Por outro lado,
ele não enxerga problemas em
ver PT e PMDB pedindo votos
a favor da ministra na batalha
pela sucessão presidencial.
Na avaliação de José Orcírio,
não dá para Dilma discursar em
dois palanques com propostas
opostas. Pela lógica partidária,
a ministra, por ser petista, deveria
fazer campanha em prol
da candidatura de José Orcírio.
Mas pode passar pelo constrangimento
de ter de pedir votos
também para André Puccinelli,
que sempre combateu os petistas
sul-mato-grossenses. Isto,
no caso de ter dois palanques
em Mato Grosso do Sul. Diante
da saia justa, José Orcírio considera
coerente a ministra “não
subir no palanque de ninguém”
no Estado.
E, apesar da popularidade
do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva (PT), que tende a reforçar
o palanque de Dilma por
conta de sua alta popularidade,
o ex-governador acredita que a
ausência da candidata presidenciável
do PT em Mato Grosso
do Sul não vai mudar o resultado
da eleição. “Vou tocando a
minha campanha do jeito que
dá. Em 1998, (quando venceu a
disputa pela sucessão estadual)
não precisei da Dilma e do Lula
para vencer”, destacou. “E isso
não é petulância, nem soberba”,
completou.
Por outro lado, o petista
considera determinante o debate
entre os candidatos. “Quero
desmascarar o petulante e
hipócrita do André”, declarou.
Para ele, o PMDB vai perder
espaço na eleição a partir do
momento em que ele e o governador
ficarem frente a frente
nos debates políticos.
Já o deputado estadual Paulo
Duarte (PT) reconhece a importância
da presença de Dilma
e de Lula no palanque do PT no
Estado. Para ele, “o mais decente,
honesto e sincero seria o governador
dar palanque para os
tucanos”. “Ao longo de sua história,
o André sempre agrediu
o PT e, agora, por conveniência,
já que tem medo de se colocar
contra o Lula, cogita apoiar a
Dilma”, comentou.
Juntos a favor de Dilma
Apesar de considerar constrangedor
assistir a Dilma subir
em seu palanque e no de Puccinelli,
José Orcírio não enxerga
problemas em ver tanto ele
quanto o peemedebista pedirem
votos a favor da petista. Para
ele, isso seria natural, levando
em conta os investimentos
que o governo federal repassou
para Mato Grosso do Sul.
Contudo, Puccinelli já deixou
clara a sua determinação
de excluir Dilma de seu palanque,
se José Orcírio concorrer
ao governo do Estado. Então,
não há clima, no momento,
para André ajudar a alavancar
a candidatura da ministra no
Estado.
O governador só vai definir
o seu futuro político no dia
31 de março. Até lá, ele estará
conversando com importantes
lideranças da cúpula nacional
do PMDB e com o Planalto. Inclusive,
amanhã, não está afastada
por André a hipótese de
discutir com o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva e a ministra
Dilma Rousseff, se estiver presente
no evento em Três Lagoas,
os conflitos do PMDB com o PT
no Estado.