Pelo menos 11 ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva devem disputar as eleições de outubro. Antes do feriado da Semana Santa, o governo quer definir como ficará a Esplanada dos Ministérios. O prazo para desincompatibilização termina no próximo sábado, mas, devido ao feriado, o Planalto marcou para hoje, pela manhã, uma cerimônia no Palácio do Itamaraty de despedida para quem está saindo e para apresentação dos substitutos nas pastas.
Além do ex-ministro da Justiça, Tarso Genro, que deixou o Ministério da Justiça em fevereiro para concorrer ao Governo do Rio Grande do Sul, também sairão do governo a ministra Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil, que concorrerá à Presidência da República, e os ministros Hélio Costa (Comunicações), Edison Lobão (Minas e Energia); Geddel Vieira Lima (Integração Nacional). Costa deve disputar o governo de Minas Gerais ou concorrer à reeleição para senador, Lobão tentará se reeleger a senador pelo Maranhão e Geddel concorrerá ao governo da Bahia.
Os ministros José Pimentel (Previdência Social), Reinhold Stephanes (Agricultura) e Edson Santos, (Igualdade Racial) saem para tentar a reeleição como deputados federais pelo Ceará, Paraná e pelo Rio de Janeiro, respectivamente. Carlos Minc, titular do Meio Ambiente, disputará novo mandato para deputado estadual no Rio de Janeiro. Alfredo Nascimento (Transportes) disputará o governo do Amazonas. O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, anunciou ontem que vai deixar o governo para concorrer ao governo de Minas Gerais.
Meirelles
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que ele não deixasse o governo para se candidatar e que ficasse até o final do seu mandato. Após a reunião com o presidente, Meirelles pediu 24 horas para dar uma resposta definitiva.
“A opinião dele é que, se depender dele, eu fico no Banco Central até o final deste governo. É para completar o trabalho, a estabilização econômica [...]. Eu pedi 24 horas a ele para pensar e, portanto, amanhã (hoje), eu darei a resposta ao presidente. Se, de fato, fico no Banco Central, conforme pedido do presidente, ou se saio para via eleitoral”, disse Meirelles.
Questionado se não seria prejudicial para o mercado a demora, Meirelles afirmou que a decisão já é aguardada há muito tempo e que “mais 24 horas não fazem diferença”.
Filiado ao PMDB, Meirelles já foi cogitado para ser candidato ao Governo de Goiás e até mesmo como vice na chapa da petista Dilma Rousseff à Presidência, mas o destino mais certo para o presidente do BC, caso deixe o governo, será uma candidatura ao Senado.
Em 2002, Meirelles foi o deputado federal mais votado de Goiás, elegendo-se pelo PSDB. Logo depois, embora as urnas o tivessem transformado em um banqueiro tucano, o então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, escolheria seu nome para assumir a presidência do BC do governo petista de Luiz Inácio Lula da Silva.