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ONU critica cerco a cidades e fome como métodos de guerra na Síria

ONU critica cerco a cidades e fome como métodos de guerra na Síria

Agência Brasil

05/03/2014 - 12h00
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A comissão de inquérito da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre violações de direitos humanos na Síria critica o cerco de cidades e a fome como métodos de guerra do regime, na mais recente atualização do seu relatório, divulgada hoje (5).

“Mais de 250 mil pessoas estão cercadas na Síria, regularmente bombardeadas pela artilharia e a aviação. Estão privadas de ajuda humanitária, de alimentos, de cuidados médicos, e forçadas a escolher entre a fome e a rendição”, diz o relatório, elaborado por juristas ligados à ONU e citado por agências internacionais.

O relatório, que tem entre os autores a ex-procuradora do Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia, Carla del Ponte, denuncia uma campanha de morte pela fome até a submissão.

“Esta campanha é aplicada no contexto de total violação dos direitos humanos e da lei humanitária internacional”, acrescenta o texto, destacando as situações em Ghouta, Daraya e Moadamiyet Al Sham, na zona rural de Damasco, no campo de refugiados palestinos de Yarmuk, perto da capital, e na cidade velha de Homs.

O relatório se refere a uma série de crimes de guerra e de crimes contra a humanidade cometidos pelas partes em conflito entre meados de julho de 2013 e 20 de janeiro de 2014.

Sobre o campo de Yarmuk, onde cerca de 20 mil pessoas estão sitiadas sem alimentos ou medicamentos, os autores do documento descrevem uma situação em que “as pessoas não têm nada para comer, esgotaram todas as suas provisões, e alimentam-se de folhas de plantas". Foram recebidas informações de mortes por fome, acrescentam.

Grupos da oposição ao regime também mantiveram cercos, incluindo as cidades de Nubul e Al Zahraa, na província de Alepo, e em parte do vale de Al Ghab, na província de Hama, segundo o relatório.

Uma comissão, dirigida pelo diplomata brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, foi criada em 2011 pela Comissão de Direitos Humanos da ONU para investigar abusos cometidos na guerra na Síria, que pode ter causado a morte de mais de 140 mil pessoas.

As forças governamentais e seus aliados, segundo o relatório, são responsáveis por “ataques generalizados contra civis e atos sistemáticos de assassinatos, tortura, violações e desaparecimentos forçados, como crimes contra a humanidade”. As forças do regime também são responsáveis por crimes de guerra como assassinatos, massacres, sequestros e uso de crianças como soldados.

Os vários grupos da oposição são responsáveis por crimes de guerra, incluindo assassinatos, execuções sumárias, tortura, sequestros e violações, assim como ataques contra médicos, religiosos e jornalistas.

As vítimas mais duramente atingidas são os civis das áreas controladas pelo grupo radical Estado Islâmico do Iraque e do Levante na província de Raqqa, sujeitos a “sofrimento físico e psicológico sistemático”.

A comissão não foi autorizada a ir à Síria e baseou a sua avaliação em 2.600 entrevistas.

O relatório inclui uma lista, confidencial, de pessoas e grupos que podem ser criminalmente responsabilizados por abusos e critica a intervenção de “atores externos” que apoiam as tropas com recursos financeiros e logística, destacando a falta de ação do Conselho de Segurança da ONU.

O conflito na Síria já provocou mais de 136 mil mortes desde março de 2011, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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