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ONG lança campanha pelo fim dos testes de cosméticos em animais

ONG lança campanha pelo fim dos testes de cosméticos em animais

AGÊNCIA BRASIL

10/03/2014 - 22h00
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A organização não governamental Humane Society Internacional lançou hoje (10) no Brasil a campanha Liberte-se da Crueldade, para sensibilizar a população e pressionar o Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea) a proibir os testes de cosméticos em animais. Em reunião no próximo dia 20, o Concea avaliará o pedido, feito em setembro pela ONG, que requereu o banimento desse tipo de teste do país.

A campanha da ONG americana foi lançada também em outros países onde o assunto está sendo discutido, como a China, a Nova Zelândia e os Estados Unidos. Toda a União Europeia já proibiu os testes e a venda de cosméticos testados em animais – os procedimentos científicos também não são mais permitidos na Índia e em Israel. No Brasil, São Paulo foi o primeiro estado a vetar testes de cosméticos em animais, em janeiro deste ano, e ainda é o único a adotar a medida.

"São testes são muito dolorosos. Testes de toxicidade não têm anestesiantes, causam muito sofrimento e têm problema de confiabilidade. É impossível saber o efeito dessa toxicidade a longo prazo em seres humanos, que podem viver até mais 60 ou 70 anos, testando [o produto] em um animal, que vive muito menos", disse o gerente da campanha, Helder Constantino.

As alternativas aos testes em animais são o uso de pele humana e pele sintética e a combinação de células humanas com modelos computacionais. No entanto, Helder reconhece que não há métodos alternativos para todos os tipos de teste de toxicidade, como os que garantem que os cosméticos não causarão problemas reprodutivos ou de má-formação fetal.

No caso das substâncias que apresentam tais riscos, é melhor não colocar o produto à venda, recomenda. "Se ainda não há métodos alternativos a esses, o melhor é não vender. Até porque há problemas de confiabilidade".

Em seu site, o Concea informa que não há substituição para todos os tipos de teste com animais e que, por isso, vem trabalhando para tomar uma decisão a respeito: "O conselho não pode, contudo, desconsiderar os sérios riscos ainda envolvidos na completa e imediata exclusão dos animais para fins científicos, no que se refere à segurança e à saúde da população no Brasil."

O conselho ressalta que a Diretriz Brasileira para o Cuidado e a Utilização de Animais para Fins Científicos e Didáticos determina que as propostas de utilização de animais devem considerar a substituição dos testes por métodos alternativos, além dos princípios de redução e refino dos procedimentos, para reduzir o sofrimento das cobaias.

Métodos alternativos aos testes em animais são registrados pelo Centro Brasileiro de Validação de Métodos Alternativos e promovidos e incentivados pela Rede Nacional de Métodos Alternativos (Renama), mas, para Helder, é preciso aumentar o investimento. "A Coreia do Sul já investiu US$ 200 milhões, e a União Europeia, 300 milhões de euros. Aqui o investimento é muito menor. O Brasil é um mercado importante e dinâmico na indústria de cosméticos, o terceiro do mundo, e pode assumir uma posição de liderança nesse tema."

A modelo Fernanda Tavares, um dos rostos da campanha, disse que é preciso sensibilizar as pessoas com a campanha, para que elas percebam que usam produtos que causaram sofrimento ao ser testados em animais. "É muito mais fácil as pessoas se sensibilizarem com os cosméticos do que com os medicamentos, porque não são produtos de que elas precisam para viver.”

Segundo a modelo, é só com mais informação que se vai percebendo a crueldade dos testes com animais. “Muitas vezes, são pessoas que amam os bichos [que usam tais cosméticos], mas que simplesmente não pararam para pensar no que estão fazendo por vaidade", acrescentou Fernanda, que é vegetariana e também se recusa a usar casacos de pele e couro de animais.

A campanha lançada nesta segunda-feira inclui um vídeo que será divulgado em redes sociais e terá o reforço de uma carta assinada por 700 cientistas que apoiam a proibição. O documento deve ser publicado ainda nesta semana. 

Quem quer ser milionário?

Com chances renovadas, Mega-Sena sorteia neste sábado prêmio acumulado de R$ 100 milhões

Em Mato Grosso do Sul, as apostas podem ser feitas até as 18 horas

20/04/2024 09h41

Divulgação

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Mais um novo milionário pode surgir neste sábado (20) com o sorteio das seis dezenas do concurso de número  2.715 da Mega -Sena pela Loteria Federal. O sorteio será realizado na noite de hoje a partir das 20h (horário de Brasília), no Espaço da Sorte, localizado na Avenida Paulista, em São Paulo.

Para os que desejam acompanhar, o sorteio terá transmissão ao vivo pelo canal da Caixa no YouTube e também no Facebook das Loterias Caixa. O prêmio da faixa principal, acumulado pela nona vez, está estimado em R$ 100 milhões.

Em Mato Grosso do Sul as apostas podem ser feitas até as 18 horas deste sábado. A "fézinha" pode ser feita nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou por meio da página na internet.

O Estado, que carrega um histórico de pé-quente, contabilizou somente no último concurso 60 apostas vencedoras, que totalizou um monte de R$ 1.131,00 por acertar quatro das seis dezenas sorteadas. Resultado pode ser conferido pelo rateio divulgado pela Loteria da Caixa Econômica Federal.

Mega-sena

Os sorteios da Mega-Sena são realizados duas vezes por semana, às quartas e aos sábados. Para adequar o número do concurso da Mega da Virada, que deve ter final 0 ou 5 foram criadas as Mega-Semanas que são exclusividades da Mega-Sena.

Os sorteios ocorrem em datas predeterminadas ao longo do ano. Na ocasião são realizados três concursos semanais, às terças, quintas e sábados.

A Mega-Sena paga milhões para o acertador dos 6 números sorteados. Ainda é possível ganhar prêmios ao acertar 4 ou 5 números dentre os 60 disponíveis no volante de apostas.

Para realizar o sonho de ser o próximo milionário, você deve marcar de 6 a 15 números do volante, podendo deixar que o sistema escolha os números para você (Surpresinha) e/ou concorrer com a mesma aposta por 2, 4 ou 8 concursos consecutivos (Teimosinha).

Quanto mais números você marcar, maior a chance de acertar, porém, o valor aumenta conforme a quantidade de números marcados. O menor valor para se realizar um jogo simples, com seis números marcados, custa R$ 5.

ENTREVISTA

"Acreditamos que esta iniciativa deverá se repetir com o passar dos anos"

O desembargador explicou que o Judiciário é guardião dos valores do Programa Restitua não serão perdidos ou apropriados pelo poder público de Mato Grosso do Sul

20/04/2024 09h30

Sérgio Fernandes Martins - Presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) Divulgação

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 Sérgio Martins

Formou-se em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) no ano de 1982. Pouco tempo depois, em 1989, passou a lecionar na UCDB disciplinas como Direito Comercial, Direito Econômico e Direito Empresarial. Concomitante à vida acadêmica, ele ingressou na política, sendo subchefe da Secretaria Estadual de Governo, de 1990 a 1992, e vereador eleito em Campo Grande, de 1992 a 1996. No ano seguinte, tornou-se advogado-geral e procurador-geral do município de Campo Grande, cargo que exerceu até 2004. Ingressou na magistratura como desembargador na vaga correspondente ao Quinto Constitucional reservada a advogados em 21 de novembro de 2007. Autor do Livro “Tributos Municipais na Federação Brasileira como Fator de Realização da Justiça Fiscal”, Sérgio Martins é membro da cadeira nº 23 da Academia de Letras Jurídicas do Estado de Mato Grosso do Sul (ALJ-MS), desde 2 de agosto de 2008. Atualmente, ele exerce o cargo de presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) para o Biênio 2023-2024.

 

 

Nesta semana, o presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul (TJMS), desembargador Sérgio Matins, lançou o Programa Restitua, a fim de liberar R$ 314 milhões esquecidos pelos cidadãos sul-mato-grossenses.

Para detalhar essa iniciativa, ele concedeu uma entrevista exclusiva ao Jornal Correio do Estado, esclarecendo que a ideia surgiu depois que foi identificado em um caso específico a pendência de valores a serem levantados, isso mesmo depois do arquivamento do processo. 

“Nossa experiência indicava que dificilmente alguém, por mais que precisasse, se recordaria daquele valor. Não era expressivo, mas nos chamou atenção”, explicou o desembargador, complementando que há hipóteses legais em que o valor precisa permanecer vinculado a uma conta judicial mesmo após arquivado. 

“Posso citar, por exemplo, quando o beneficiário é menor de idade. Nesse caso, em regra, o valor ficava depositado, sendo corrigido monetariamente, é claro, até a maioridade”, argumentou. 

Sérgio Martins acredita que essa iniciativa deverá se repetir com o passar dos anos. “Afinal, lembro aqui uma pergunta que já me fizeram: ‘O que será feito com esses valores se, mais uma vez, não forem levantados pelos beneficiários?’. Respondo: eles ficarão lá, depositados! O Judiciário é o guardião desses valores, e eles não serão perdidos ou apropriados pelo poder público”, garantiu.

Confira abaixo a entrevista completa:

Presidente, o que motivou o senhor a lançar o Programa Restitua? 

Identificamos em um caso específico a pendência de valores a levantar, mesmo depois de arquivado o processo. Nossa experiência indicava que dificilmente alguém, por mais que precisasse, se recordaria daquele valor. Não era expressivo, mas nos chamou atenção. Sensibilizados com a situação, realizamos o levantamento do valor global e, percebemos a grandiosidade da questão.

Assim, determinamos a preparação e lançamento do Programa Restitua, sem precedentes neste Estado, em especial no Judiciário local. Já ocorreu algo similar pelo Banco Central do Brasil. Então aproveitamos a ideia e buscamos realizar mais uma ação que possa influenciar positivamente na vida de nossos jurisdicionados. 
 
Na sua avaliação, essa plataforma deve contribuir para que uma grande parte do montante de R$ 314 milhões esquecido seja resgatado pelos cidadãos?

A plataforma é essencial, pois os processos já estão arquivados definitivamente, se não houvesse esse trabalho, somente quando e, se alguém resolvesse verificar isto individualmente, é que algum valor seria restituído. Não há revisão do que já está no arquivo definitivo. Por isso, foi importante a sensibilidade por parte do Tribunal de Justiça e de nossas equipes quanto ao lançamento do Programa. 

O senhor acredita que o expressivo número de 40 mil processos já baixados com depósitos judiciais remanescentes é fruto do quê?

Há hipóteses legais em que o valor precisa permanecer vinculado a uma conta judicial mesmo depois de arquivado. Posso citar, por exemplo, quando o beneficiário é um menor de idade. Neste caso, em regra, o valor ficava depositado, sendo corrigido monetariamente, é claro, até a maioridade.

Posso citar ainda quando o valor de um crédito depositado é penhorado, em decorrência de outra ação (onde o beneficiário é devedor). Neste caso, aguarda-se a resolução do processo de execução que determinou a penhora. Mas há também casos onde o beneficiário foi intimado para levantar o valor e não o fez. Seja por falta de diligência, mas também pode ter ocorrido seu falecimento.

São apenas alguns exemplos que demonstram que as causas destes valores ainda se encontrarem nas contas judiciais são diversas e, apenas em raras vezes decorrem de falta/esquecimento pelo juiz do processo, ocasião em que as partes também terão deixado a oportunidade de levantamento passar em branco. Vencidos esses obstáculos que citei, os valores podem ser levantados.
 
Para o TJMS, o Programa Restitua pode motivar a realização de novas ações semelhantes?

Acreditamos que esta iniciativa deverá se repetir com o passar dos anos. Afinal, lembro aqui uma pergunta que já me fizeram. O que será feito com estes valores se, mais uma vez, não forem levantados pelos beneficiários? Respondo. Eles ficarão lá! Depositados!

O Judiciário é guardião destes valores e, eles não serão perdidos ou apropriados pelo poder público. Digo isto apenas para que as pessoas se sintam seguras e saibam que não perderão o que lhes pertence, mas é importante que diligenciem a respeito, pois em alguns casos há valores expressivos.
 
Como deve funcionar na prática o Programa Restitua?

Uma vez realizada a consulta no site www.tjms.jus.br/restitua e, identificado o crédito no processo, deve ser verificado se o crédito é desta pessoa ou não. O ideal é procurar um advogado, especialmente se o processo for complexo. Nos casos mais simples, nossos cartórios judiciais podem ajudar.

Sendo o crédito pertencente àquela pessoa, deve requerer o levantamento. Se o processo for dos Juizados Especiais, o advogado é prescindível. Se for da justiça comum, só o advogado pode fazer o pedido. Nosso sistema está preparado para que o processo seja levado à conclusão separado dos demais processos, para que o magistrado dê preferência e agilidade à análise destes pedidos.

Acreditamos que a maioria deles seja muito simples. Se deferido pelo juiz, é expedida uma guia de levantamento (o antigo alvará). Estas guias realizam a transferência por TED, a partir dali, em pouco tempo o dinheiro estará na conta do beneficiário.

Presidente, qual o reflexo dessa medida para a economia?

É um valor bastante expressivo e acreditamos que boa parte dele será levantado pelos beneficiários ou seus herdeiros. Então, certamente haverá algum impacto na vida das pessoas e provavelmente no comércio. Esperamos que as pessoas tenham acesso ao valor que lhes pertence. Tão melhor que ficar depositado, ainda que rendendo alguma coisa, é que sejam aplicados no pagamento de contas pessoais ou realização de algum sonho pessoal. A função do judiciário é agir ativamente na devolução destes valores.
 
Quais são os cuidados que as pessoas devem ter para evitar eventuais golpes?

Lançamos diversos alertas na página do Programa Restitua e, acreditamos que, se forem seguidas, ninguém terá problemas. Não realizaremos contato com os beneficiários (seja por telefone, email, Whatsapp, SMS, Messenger, Instagram, Facebook, ou quaisquer outros meios) e tampouco solicitaremos dados pessoais ou senhas. Todos os valores que forem localizados precisam ser checados pelo Juiz do Processo, inclusive porque pode pertencer à parte adversa.

Nossos sistemas não foram preparados para identificar os beneficiários automaticamente, já que isto depende da decisão escrita do juiz e/ou do Tribunal e, os sistemas informatizados não fazem esta identificação nas decisões, sentenças e acórdãos. Até poderiam ter sido, mas neste ponto isto é uma vantagem, porque o magistrado não irá liberar valores para quem não for o seu real beneficiário. E a decisão é sempre do juiz. O ideal é diligenciar o recebimento por meio de um advogado, que na realidade somente pode ser dispensado, se o processo onde o valor encontra-se depositado, por uma ação que tenha tramitado perante os Juizados Especiais.
 
No seu entendimento, esse programa é mais um fruto do uso da tecnologia por parte do TJMS?

Sem a tecnologia e os avanços que temos alcançado nos últimos anos isto não seria possível, pois o número de subcontas judiciais é muito grande e,a aplicação de filtros de pesquisa por nossa diligente equipe de tecnologia foi essencial. 
 

Mudando de assunto, atualmente quais são os principais gargalos da Justiça no Estado?

Eles são sempre os mesmos: a alta litigiosidade, agora aliada à demandas predatórias especialmente bancárias e de saúde (captadas por alguns advogados e que indica o uso de má-fé e até falsidades nos processos judiciais) e, a contraposição disso com o orçamento. Não que possamos reclamar do nosso orçamento deste ano, porém, é certo que as demandas e necessidades crescem em ritmo muito mais alto que ele.

Veja, por exemplo, o juízo de garantias. Se for aplicado à risca, precisaríamos de inúmeros juízes, (praticamente um novo magistrado para cada comarca) e servidores em todo o Estado só para tal atividade. Por isso, estamos desenhando uma forma de atender esta determinação do Supremo Tribunal, sem inviabilizar o Judiciário e prejudicar a execução do orçamento anual. 
 
Para encerrar, como o senhor analisa a crise surgida entre os poderes Judiciário e Legislativo em nível nacional?

Os Três Poderes da República devem ser harmônicos e independentes, aliás, este é o texto do artigo 2º da nossa Constituição Federal. A palavra “harmonia” é uma maneira de se complementarem e se limitarem em suas ações. Sabemos que a forma de se alcançar a harmonia por vezes passa por diálogos mais intensos. Isto não é incomum. Portanto tenho esperança que tudo, ao final, se alinhe e possamos manter nossa nação gigante e próspera.

 

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