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Obama lembra drama armênio, mas evita usar termo genocídio

Obama lembra drama armênio, mas evita usar termo genocídio

Redação

24/04/2010 - 18h18
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        ASHEVILLE, Carolina do Norte

         

        O candidato à presidência dos Estados Unidos Barack Obama repetidamente prometeu que chamaria de genocídio o massacre de armênios pela Turquia. Já o presidente Obama tem se recusado a tomar essa atitude.
        
        Obama não chamou neste sábado as mortes de 1,5 milhão de armênios durante a Primeira Guerra como genocídio. Preferiu qualificar o massacre como "uma das piores atrocidades" do século XX e um "capítulo devastador" da história.
        
        Em comunicado divulgado neste sábado, enquanto ele e a primeira-dama Michelle Obama passam o fim de semana na Carolina do Norte, o presidente lembrou os 95 anos do início do massacre dos armênios pelos turcos otomanos com palavras fortes. Propositalmente, porém, evitou o termo genocídio.
        
        É um "capítulo devastador na história do povo armênio, e devemos manter sua memória viva, em honra àqueles que foram assassinados e para que não repitamos os graves erros do passado", afirmou Obama em comunicado.
        
        Em seu segundo ano no poder, Obama não usou em público a palavra pela qual muitos historiadores definem o primeiro massacre generalizado do século 20. "Nesse dia solene de recordação, nós paramos para lembrar que 95 anos atrás começou uma das piores atrocidades do século 20."
        
        Na capital armênia, Erivan, centenas de milhares de pessoas neste sábado depositaram flores em um monumento às vítimas do massacre cometido pelos turcos otomanos.
        
        "Eu reconhecerei o genocídio armênio", afirmou Obama em 19 de janeiro de 2008, durante sua campanha. Em vários momentos, o candidato empregou a palavra.
        
        Agora, porém, utilizar o termo genocídio para a matança generalizada pode atrapalhar as intenções do presidente de fortalecer a parceria entre os EUA e a Turquia, um aliado vital na instável região. Evitar a palavra, porém, macula a promessa de campanha de reconhecer o fato como genocídio.
        
        No comunicado, Obama nota que já expressou anteriormente sua visão sobre o ocorrido em 1915 e diz que "minha visão sobre aquela história não mudou".
        
        Obama acompanha com atenção a aproximação entre a Turquia e a Armênia. Os dois países firmaram acordos de reconciliação em outubro, mas esses textos precisam ainda ser aprovados por cada Parlamento. Os acordos preveem o estabelecimento de relações diplomáticas e a reabertura das fronteiras.
        
        A Turquia fechou a fronteira em 1993, para protestar pela guerra armênia contra o vizinho Azerbaijão. O Parlamento turco tem atrasado a ratificação do texto, enquanto a Turquia pressiona por um acordo entre Armênia e Azerbaijão sobre a região de Nagorno-Karabakh, que fica em território do Azerbaijão mas é controlada pelos armênios desde o fim dessa guerra, em 1994.
        
        Historiadores estimam que até 1,5 milhão de armênios tenham sido assassinados pelos turcos otomanos na época da Primeira Guerra (1914-18). Já a Turquia nega que tenha havido um genocídio, afirmando que o número de mortos foi inflado e as mortes foram fruto de uma guerra civil e da situação de instabilidade.
        
        "Eu saúdo os turcos que salvaram armênios em 1915 e estou encorajado pelo diálogo entre turcos e armênios e dentro da própria Turquia sobre essa dolorosa história", afirmou Obama no comunicado. "Juntos, os povos turco e armênio serão mais fortes, enquanto reconhecem sua história comum e sua humanidade comum."
        
        As informações são da Associated Press

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Comissão vai analisar pedido de anistia coletivo dos povos indígenas Guarani e Kaiowa de Caarapó

Violações praticadas pelo governo brasileiro aos indígenas no período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade

27/03/2024 17h00

Arquivo/Correio do Estado

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A Comissão de Anistia irá analisar, em sessão histórica o pedido de anistia coletivo dos povos Guarani Kaiowa, da comunidade indígena Guyraroká, protocolado pelo Ministério Público Federal (MPF) em 31 de agosto de 2015.

Esta será a primeira sessão promovida pelo órgão, criado em 2002, e atualmente vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, para analisar eventual reparação a indígenas que tiveram os direitos humanos violados durante o período da ditadura militar no Brasil, entre 1947 e 1980.

A sessão de apreciação dos pedidos ocorrerá às 8 horas (horário de MS) no próximo dia 2 de abril, no Auditório do MDHC, em Brasília (DF). O procurador da República Marco Antonio Delfino de Almeida, que subscreve o requerimento, representará o MPF.

Além da comunidade indígena Guyraroká, localizada no município de Caarapó (MS), a cerca de 275 quilômetros de Campo Grande, também serão analisados durante a sessão os pedidos de anistia relacionados aos povos Krenak, de Minas Gerais.

Como o primeiro pedido foi protocolado há quase uma década, o MPF promoveu recentes reuniões com lideranças da aldeia Guyraroká, no intuito de debater e atualizar o documento contendo os requerimentos coletivos, cujo teor será apresentado durante o ato no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

Retirada do território

Políticas federais de povoamento do país, implementadas durante o período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai, levaram agentes estatais a promover traslados compulsórios dos indígenas de Guyraroká, provocando mortes e profunda desintegração dos modos de vida destes povos tradicionais.

O propósito era retirar os indígenas das vastas áreas por eles ocupadas segundo os seus modos tradicionais e confiná-los em espaços exíguos definidos unilateralmente pelo poder público. As terras ocupadas anteriormente por eles foram liberadas à ocupação de terceiros, que tiveram a posse dos terrenos legitimada por títulos de propriedade.

Estas violações praticadas à época pelo governo brasileiro aos indígenas de Mato Grosso do Sul foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), que esteve em Dourados e ouviu integrantes da comunidade Guyraroká sobre o processo de confinamento territorial que sofreram. Estima-se que mais de 8.300 indígenas foram mortos no período em decorrência da ação estatal ou da omissão do governo brasileiro.

Repercussões das violações

Após anos longe do território, aos poucos, os indígenas buscaram ocupar Guyraroká, num processo que começou em 2004, iniciando pela ocupação da faixa de domínio da rodovia estadual que ladeia a terra indígena (MS-156) e posteriormente ocupando uma parcela do perímetro declarado – 65 de um total de 11 mil hectares.

O MPF destaca, no pedido de anistia, que a principal atividade econômica desenvolvida pelos indígenas Kaiowa é a agricultura e, quando retirados do seu território forçadamente pelo governo brasileiro, ficaram completamente desprovidos do exercício de todas as suas atividades econômicas, merecendo a reparação.

Além disso, a desintegração do grupo e a ausência de acesso ao território tradicional, somada à extrema miséria, provocaram um número significativo de mortes por suicídio na comunidade. Em um grupo de 82 pessoas, registrou-se um caso de suicídio por ano entre 2004 e 2010.

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Prefeita prevê conclusão das obras de saneamento básico na Homex em 60 dias

Segundo a Águas Guariroba, as obras iniciaram há 10 dias e até o momento foram instalados 3,5 km de rede de esgoto.

27/03/2024 16h45

Fotos: Gerson Oliveira

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Após anos de luta, cerca de 1,5 mil famílias que residem na comunidade Homex, localizada no Jardim Centro-Oeste, em Campo Grande, terão acesso ao sistema de saneamento básico de água e esgoto. A prefeita Adriane Lopes (PP) e o presidente da Águas Guariroba, Themis de Oliveira, realizaram uma visita técnica para inspecionar o andamento das obras iniciadas há dez dias. Segundo o cronograma, a previsão de conclusão é de 60 dias. 

Até o momento, foram instalados 3,5 km de rede de esgoto na Comunidade do Homex. O investimento, proveniente de uma parceria público-privada com a concessionária Águas Guariroba, é de aproximadamente R$8 milhões

De acordo com o diretor executivo das Águas Guariroba, Gabriel Brum, foram instalados 8,7 quilômetros de rede de água e outros 12 km de rede de esgoto na comunidade. 

"Esta é uma obra bem complexa por causa de diversas instalações que acabamos encontrando debaixo das casas. Infelizmente agora é uma dor de cabeça aos moradores, mas em breve será de muita alegria, porque o nosso objetivo é terminar em 60 dias",  relatou ao Correio do Estado.  

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A prefeita Adriane Lopes destacou que o saneamento básico é fundamental para a qualidade de vida das pessoas. Ela ainda ressaltou que a disponibilidade de água tratada nas torneiras irá reduzir as filas nas unidades de saúde e, consequentemente, promover o bem-estar dos moradores

"Estamos avançando nessa obra de grande importância para a comunidade. São mais de 1,5 mil famílias, e cerca de 5 mil pessoas que terão saneamento que é vida", afirmou. 

Durante a apresentação do mapa das obras para a imprensa, o diretor-presidente da Águas Guariroba, Themis de Oliveira, anunciou que, no primeiro mês após a instalação, não será cobrada tarifa de água e esgoto dos moradores.

"Além de não pagarem água e esgoto no primeiro mês, as famílias serão cadastradas na tarifa social. Vamos passar pela comunidade ensinando as famílias a consumir a água", explica Themis Oliveira.


Qualidade de vida 

Observando de longe o trabalho dos funcionários da Águas Guariroba, Clair Lopes, de anos, é residente da Comunidade do Homex há 8 anos, tentava entender o que estava acontecendo. Após a imprensa relatar que seria instalada uma rede de esgoto e água, ela ficou extremamente animada com a expectativa de ter água limpa na torneira. Junto com ela, moram quatro pessoas: seu marido, seu filho e uma filha que está grávida. 

"Nossa, que alegria ouvir isso. Será uma benção, é tudo que a gente queria, ter água limpa em casa. Meus netos todos já tiveram diarreia e agora vamos ter uma água boa para nós consumir", relatou.

Clair ainda expressou sua ansiedade por poder tomar um banho demorado, já que a família atualmente precisa se banhar com baldes.

"Não vejo a hora de poder tomar banho de verdade, ninguém merece ter que usar baldinho", relatou Clair.

 

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