Ao contrário do que agentes da esquerda radical divulgam nos meios de comunicação que lhes são solidários por resquícios ideológicos ou interesses econômicos, não deve haver nos quartéis e nos navios das Forças Armadas nenhum temor pelas ondas revanchistas deflagradas pelo Terceiro Programa Nacional de Direitos Humanos, até por que, nesses locais, dado os 35 anos que separam as últimas ações terroristas aos dias de hoje, já não existem nenhum daqueles que combateram a guerrilha comunista. O que deve existir, sim, são indignação e solidariedade. Indignação pela inesgotável capacidade da esquerda radical brasileira de querer passar-se por democrática e travestir-se de heróico em sua insana tentativa de implantar pela força um regime marxista no País e solidariedade a aqueles que lutaram, morreram assassinados e se dispuseram a enfrentar terroristas e guerrilheiros que sequestravam, justiçavam e eliminavam, e que agora, no poder, pretende qualificá-los como criminosos. Nas Organizações Militares deve existir, também, uma indignação pelo silêncio da maioria dos jornais, dos homens de bem, da igreja, enfim, de todos aqueles que lhes devem, hoje, um País livre do medo e do terror do totalitarismo marxista, onde não deixaram ocorrer, como em Cuba, modelo de democracia no imaginário dessa esquerda, 17 mil fuzilamentos e cerca de dois milhões de refugiados. Sabedores que são de serem lembrados somente nos momentos difíceis da pátria, convivem estoicamente com suas angústias e permanecem atentos, prontos para servir ao menor chamamento da Nação, mesmo que essa lhe vire as costas após o perigo. Nos quartéis e nos navios, possivelmente, além desses sentimentos, deve pairar a surpresa pela timidez da reação da maior parte da imprensa, dos religiosos, dos cientistas, da classe produtora, dos juízes, dos que se intitulam democratas e do restante da população brasileira que ainda pensa em um Brasil com igualdades de oportunidades para todos, condição que a nova Constituição governista apresentada sob a camuflagem de 3º Programa Nacional de Direitos Humanos pretende alterar, também de forma dissimulada, em nome de direitos das minorias e de uma reedição da história contemporânea do País. A busca da vingança de um grupo para sempre inconformado com a derrota incontestável sofrida a trinta e cinco anos atrás frente à sociedade brasileira que não lhe deu o mínimo crédito e menor, ainda, acolhida, pretende, passados, vinte e cinco anos dos governos militares, período em que 50% da atual população nacional ainda não era nascida e 20% da população da época já não existe, como pretensas vitimas, acusadores e juízes, impor a julgamento, em tribunais plagiados do inesquecível líder, Stalin, durante o Grande Terror, e condenar não só aqueles que os combateram em nome do Estado, mas, e principalmente, as Forças Armadas como medida profilática contra as quebras constitucionais que estão a caminho e deles saírem como virtuais heróis, o que sabem nunca foram. Contudo, o Programa vai muito além de um revanchismo inerme e mesquinho. O ensaio de endemonizar as Forças Armadas parece visar, primeiro degradá-las para depois anulá-las como instrumento da garantia dos poderes constituídos, com a intenção de afastá-las do grande objetivo estratégico de mudança da ordem institucional delineada ao longo do documento que o presidente diz ter assinado sem ler. O Programa, obra prima da sagacidade dessa esquerda, pretende, dissimulado de direitos humanos, criar no País um Estado multiétnico, plurinacional, socialista, totalitário, anticristão e intolerante. O leitor incrédulo, ou ingênuo, que julga exagerada ou tendenciosa essas considerações deve ler o documento e tirar suas conclusões. Da leitura, poderá constatar, entre outras diretrizes, a garantia da demarcação, homologação, regularização e desintrusão das terras indígenas de acordo com os projetos de futuro de cada povo indígena; o inventário das línguas faladas no Brasil; a garantia da realização de acampamentos do povo cigano em todo território nacional; a instituição da justiça popular, no melhor estilo dos soviets bolchevistas, para a mediação das invasões de imóveis urbanos e rurais; o ressuscitamento dos temidos comissários soviéticos nas figuras dos ouvidores e observadores do Programa; a transferência de renda para a erradicação e redução da pobreza; a descriminação do aborto; a desconstrução dos estereótipos relativos às profissionais do sexo e a proibição do uso de símbolos religiosos em estabelecimentos públicos da União. Na consecução de seus objetivos, o documento, como pode ser averiguado na continuação de sua leitura, pretende, além disso, restringir a liberdade dos meios de radiodifusão (rádio e televisão) via penalidades administrativas que vão da advertência à cassação da concessão, de acordo com a gravidade das violações praticadas e o acompanhamento editorial dos jornais e revistas a fim de criar um ranking nacional dos veículos de comunicação comprometidos com os princípios de Direitos Humanos, assim como os que cometerem violações, de acordo o julgamento de observadores designados pelo Governo, e promover, com base em informes obtidos pela Comissão da Verdade, a reconstrução da história recente do País. O Correio do Estado, na vigência do Programa, com o editorial publicado em 14 de janeiro, ocuparia uma posição perigosa nesse ranking. Quem ler e não estiver engajado com as intenções do Programa, certamente, da mesma forma que nos quartéis e nos navios ficará surpreso, ou até mesmo atormentado, com a ousadia de uns poucos e o silêncio da maioria do País.