O remédio apontado como o “Viagra feminino” demonstrou que pode aumentar a libido em mulheres com bai xo desejo sexual. Voluntárias que tomaram o medicamento por seis meses se disseram mais satisfeitas sexualmente e com a libido aumentada em comparação com aquelas que ingeriram placebo. Médicos disseram que a flibanserina pode ser um tratamento efetivo para o problema que atinge de 9% a 26% das mulheres. A droga tem causado preocupação entre alguns pesquisadores – empresas farmacêuticas estariam exagerando o número de pacientes afetadas, aproveitando para promover uma pílula que não seria capaz de resolver questões psicológicas que reduzem o apetite sexual, além de uma imagem negativa do próprio corpo e estresse. “É um remédio parecido com o Viagra, só que para mulheres em quem o baixo desejo sexual é o problema mais comum, como a disfunção erétil é nos homens”, avalia John Thorp, professor de ginecologia da Universidade da Carolina do Norte (EUA). O medicamento foi desenvolvido como um antidepressivo. Com uma má performa nce nos testes, nunca foi aprovado, mas os questionários das pacientes revelaram um inesperado efeito colateral: “O remédio aumentava a libido. Conduzimos, então, múltiplos testes clínicos, e as voluntárias que tomaram o remédio para desordem do desejo sexual hipoativo (baixa libido por longos períodos) relataram mel horas sign i ficat ivas”, afirma Thorp. Antes de tomar o medicamento, as participantes tinham uma média de 2,8 relações sexuais satisfatórias por mês. Aquelas que tomaram a pílula aumentaram o índice para 4,5 vezes, em comparação com as 3,7 vezes das mulheres medicadas com placebo. Elas foram solicitadas a manter um registro do número de relações prazerosas ao longo da pesquisa. Utilizaram- se vários outros quesitos para avaliar a libido e os níveis de estresse durante o sexo. Os resultados foram comparados com informações obtidas antes e após o experimento. Thorp acredita que as conclusões apontam para um possível tratamento para o que considera o problema sexual que mais afeta as mulheres em idade reprodutiva. Petra Boynton, pesquisador do University College London, na Inglaterra, alerta que a pílula não é uma “bala mágica” e teme que isso faça com que os casais parem de conversar acerca de seus problemas: “O remédio não vai fazer você se sentir melhor com seu corpo ou seu parceiro ser melhor na cama”. A droga pode ser aprovada, fora do Brasil, dentro de 18 meses. Os dados do último teste serão enviados a órgãos americanos e europeus para revisão.