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O Fim do 2D está próximo

O Fim do 2D está próximo

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Na terça-feira, 22 de março, a Semp Toshiba fez a primeira demonstração nacional de sua TV 3D sem óculos, que vem derrubando queixos em feiras de tecnologia desde que foi apresentada no Japão, em outubro do ano passado. No Japão existem dois modelos, um de 12 e outro de 20 polegadas, além de um protótipo de 56’’ que só é demonstrado em feiras. Lá fora, a família é conhecida como Regza, mas os brasileiros da Semp Toshiba devem ter achado o nome feio demais para o nosso mercado e o omitiram do lançamento.

Boa parte dos jornalistas presentes desdenhou do produto, talvez por terem sido obrigados a se espremer em um corredor estreito e serem praticamente puxados pela camisa para darem lugar aos que estavam na fila que se alongava ao lado do palco. Tudo para ver uma tevezinha de 20 polegadas, menor que o monitor que têm em cima de suas mesas na redação. Os comentários iam de “parece aquele quadro de Jesus piscando” a “minha caneca do Batman é mais 3D que isso”. A recusa dos executivos da empresa em dizer por quanto e quando a tal TV chegaria ao Brasil só piorou a impressão. Não quiseram nem dizer o preço no Japão, ao alcance de qualquer Google (240 mil ienes, ou quase US$ 3 mil). Ao final da apresentação, no cafezinho, parecia que ninguém tinha visto nada de mais na Glassless TV da Toshiba. Eu, segurando o entusiasmo para não comprometer o ceticismo profissional obrigatório, saí achando que tinha visto o futuro.

O coleguinha que comparou a tecnologia da Toshiba com o lendário quadro estereoscópico kitsch-cristão não estava totalmente errado. A tecnologia da TV Glassless também usa o velho truque da estereoscopia para fazer com que cada olho veja uma imagem diferente e o efeito 3D aconteça. A diferença é que em vez de duas, são nove imagens, ou melhor, nove pixels diferentes, separados em ângulos por uma película na frente do LCD. Um vídeo explicando a tecnologia pode ser visto aqui pelo atalho bit.ly/hCBlKS (em japonês, mas as imagens são o suficiente).

Mas enfim, e o resultado, que é o que importa? Até agora, as tecnologias de TV 3D existentes, como a que a Philips desenvolveu durante anos, mas não conseguiu transformar em produto comercial, tinham um sério problema. Era preciso estar exatamente de frente para a TV para perceber o efeito 3D. Qualquer movimento ou mudança de ângulo fazia a imagem se desmanchar em um borrão como o que você vê quando tira os óculos em um filme 3D. Ou seja, era uma TV para uma pessoa só (ou para várias pessoas sentadas uma no colo da outra). Além disso, bastava alguns minutos assistindo imagens de demonstração (indefectíveis balões subindo, gotas pingando e flores se abrindo) para ficar com dor de cabeça.

A TV da Toshiba elimina esses problemas. O efeito 3D pode ser visto perfeitamente em um ângulo de até uns 60 graus. Se você ficar em um ângulo mais aberto, a imagem não borra, simplesmente você enxerga uma imagem 2D. Ainda existe uma pequena falha de paralaxe quando você muda de um dos nove ângulos de visão para o outro, mas se você não fica balançando a cabeça como um joão bobo como eu fiquei, ele passa desapercebido. O efeito 3D não é tão impactante quanto em uma TV 3D com óculos (as imagens não saltam tão perto nem são tão profundas). Mas é óbvio que é o primeiro passo em uma tecnologia inovadora.

Faça as contas: quase um milhão de pixels se mexendo a 480 Hz em uma tela multiplicados por nove exige um baita poder de processamento. Para conseguir essa façanha a Toshiba desenvolveu um novo modelo do processador Cell. Gamemaníacos conhecem esse nome de longa data. Sim, o sistema-em-um-chip da Regza pertence a mesma família do processador que move os gráficos alucinantes do PS3. A diferença é que ele é 3,5 vezes mais rápido e usa tecnologia de 40 nanômetros (o cell original era de 65nm e o do PS3 slim é de 45nm). Mesmo com todo esse poder de fogo, ele só consegue gerar imagens 3D em uma tela de 20 polegadas na resolução de 720p. O mesmo chip consegue gerar imagens em Full HD nas TVs 3D com óculos da Toshiba de até 65 polegadas.

Convencido pelo demo com flores e gotinhas da Toshiba, cheguei a conclusão que o fim do 2D está próximo e o fim das TVs 3D com óculos está mais próximo ainda. Por próximo, entenda algo como 5 a 10 anos. A onda atual das TVs 3Ds foi apenas o primeiro passo, necessário para movimentar toda uma indústria (ou várias) em direção a uma nova plataforma. Com filmes, games e transmissões feitas em 3D, a demanda por equipamentos para captar e reproduzir esse conteúdo aumenta e os preços caem. A TV da Toshiba tem limitações? Tem. Mas as TVs 3D atuais também tem uma limitação grave: exigem o uso daqueles caros, ridículos e desconfortáveis óculos de torneiro mecânico que ninguém consegue usar por mais de duas horas. Para uma tecnologia superar a outra é só uma questão de custo e processamento. Segura na mão de Moore e vai.

Hoje ainda vemos os filmes 3D como uma novidade e a tecnologia como um truque dos estúdios para atrair espectadores. Mas logo teremos uma geração acostumada com a estética tridimensional que, ninguém pode negar, é mais próxima da realidade que o 2D (a não ser para os vesgos e piratas). Mais alguns anos e o 3D vai ser algo banal e corriqueiro. Na década de 20, fazer filme em 2D vai ser como fazer filme em preto e branco, hoje. Coisa de artista atrás de uma linguagem diferente e autoral.

Esse foi o futuro que eu vi naquela telinha de 20 polegadas. Até então, eu achava difícil dobrar as leis da ótica para mostrar três dimensões em uma tela plana sem usar o truque sujo dos óculos piscando ultrarapidamente ou saquinhos de vômito como acessórios. Agora já vejo uma luz polarizada no fim do túnel. Óbvio que a concorrência vai se mexer e mostrar coisas mais avançadas daqui pra frente. Óbvio que as telas vão aumentar, os chips vão ficar mais parrudos e tecnologias mais revolucionárias ainda vão aparecer (alguém falou em TV holográfica?).

O futuro é 3D. Até inventarem a TV 4D.

WhatsApp

Usuários reclamam de instabilidade no WhatsApp nesta quarta-feira

Nesta tarde, mais de 116 mil usuários registraram queixas sobre o funcionamento da plataforma

03/04/2024 14h32

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Usuários estão indo às redes sociais para reclamar que o WhatsApp, nas versões para celular e desktop, está fora do ar na tarde desta quarta-feira (3).

Usuários reclamam que mensagens enviadas na versão dos aplicativos para celular e web não estão sendo enviadas.

A reportagem de Tilt tentou enviar mensagem para um contato no aplicativo do celular, mas o texto não foi encaminhado. Porém, os textos enviados pela versão Web foram recebidos.

Às 15h18 (horário de Brasília), mais de 116 mil usuários registraram queixas sobre o funcionamento da plataforma, segundo a versão brasileira do site Downdetector, plataforma que monitora instabilidades em serviços online.

Desenvolvimento

Líder do FMI diz que mundo deve investir em transição verde e IA nos próximos 100 anos

O FMI projeta o Produto Interno Bruto (PIB) global 13 vezes maior do que hoje, com padrões de vida nove vezes mais elevados

14/03/2024 18h00

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A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, disse nesta quinta-feira, 14, que o mundo deve investir nos próximos 100 anos principalmente em transição verde, inteligência artificial, computação quântica, nanotecnologia e fusão nuclear, para desenvolver uma economia e sociedade mais justas no futuro.

Em discurso na King's College, em Cambridge, sobre a economia que o mundo deve deixar para as crianças, ela também defendeu a necessidade de ouvir "não só vozes oficiais, mas também comunidades e organizações sociais", e de moldar a economia para atingir resultados concretos calcados na cooperação.

Segundo ela, o mundo deve buscar mais representatividade para sua tomada de decisão, incorporando também as vozes de países em desenvolvimento e emergentes.

Georgieva afirma que o FMI projeta dois cenários para a economia global daqui a 100 anos: o mais otimista projeta o Produto Interno Bruto (PIB) global 13 vezes maior do que hoje, com padrões de vida nove vezes mais elevados.

A visão "menos ambiciosa" aposta em um PIB três vezes maior e um padrão de vida duas vezes mais robusto. Porém, ambos os cenários dependem de um mundo que aposte em três principais áreas de investimento: a nova economia climática, a próxima revolução industrial, e investimentos em pessoas.

Caso estes investimentos sejam atingidos, ela prevê grandes avanços climáticos, mas diz ser necessário mobilizar trilhões de dólares para a mitigação, adaptação e transição verde, focando principalmente em países em desenvolvimento, "os que menos poluem e os que mais sofrem com a poluição".

Paralelo a isto, o preço do petróleo e carvão deve ser maior, afirmou Georgieva, para "refletir os custos e impactos que eles deixam para a humanidade".

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