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Nova mistura de álcool na gasolina não afeta motores

Nova mistura de álcool na gasolina não afeta motores

PAULO CRUZ

22/01/2010 - 06h56
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Desde 1977, quando o governo determinou a adição de álcool na gasolina, na época para preservar mais o petróleo, já assistimos a 32 variações nessa mistura, de 10% a até 25%. A partir do dia 1º de fevereiro, nova alteração: a porcentagem, que hoje é de 25% cairá para 20%. Essa mudança, diferente da primeira de 23 anos atrás, visa preservar agora o álcool, que já beira os R$ 2,00 nas bombas dos postos de Campo Grande. Além de deixar desvantajoso o uso do combustível verde, essa nova composição tem gerado algumas dúvidas quanto à vida útil do motor e se é necessário alguma alteração mecânica para que a nova formulação do combustível não traga prejuízos aos carros movidos apenas a gasolina, como os importados por exemplo. Segundo José Edison Parro, presidente da AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva), os donos de automóveis não precisam se preocupar em fazer qualquer tipo de ajuste no motor para a nova fórmula da gasolina. “Os novos motores são modernos e contam com sistemas de gerenciamento eletrônicos, feitos para operar numa faixa mais ampla de porcentagem de álcool na gasolina. Não haverá grandes perdas para o consumidor. Essa modificação (na gasolina) talvez afete um pouco as emissões de poluentes e o consumo. Mas é algo bastante pequeno”, declarou. Se o motor for bicombustível a preocupação é ainda menor e não haverá qualquer problema, comenta José Parro. “Esses motores, que são hoje a grande maioria entre os novos, já são projetados para trabalhar com álcool ou gasolina, misturados em qualquer proporção”, explica. Nos carros movidos só a gasolina, deverá acontecer uma melhora na autonomia e no consumo da ordem de 2%, praticamente imperceptível pelos motoristas. Nos modelos mais antigos e nas motos que são equipadas com carburador, talvez haja a necessidade de uma pequena regulagem, para que não gastem mais combustível. Baixa a vista A redução na mistura de álcool na gasolina resultará em uma oferta adicional de 100 milhões de litros por mês em todo o País, do combustível verde, segundo União da Indústria de Cana-de-Açúcar. Isso poderá fazer com que o preço do combustível volte a baixar nos próximos três meses, tempo que dura a nova composição da mistura. Mais do que se preocupar com a quantidade de álcool ou gasolina que vai no tanque e o quanto isso custa de fato ao bolso, o motorista pode tomar algumas atitudes bem simples para diminuir a conta no fim do mês. Além de gastar menos, há ainda a preocupação com um ar mais limpo e isso é diretamente proporcional ao consumo. Quanto menos combustível queimado pelo motor, menor são as emissões de gases pelo escapamento. Veja ao lado como ajudar o meio ambiente e sua conta bancária.

PAC Saúde

Com investimento de R$ 89,5 milhões, municípios de MS irão receber novas Unidades Básicas de Saúde

Com as novas unidades o Ministério da Saúde estima que mais de 8,6 milhões de pessoas sejam atendidas pela Atenção Primária

27/03/2024 17h30

Marcello Casal Jr / Agência Brasil

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O Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC Saúde) disponibilizou R$ 89,5 milhões para investimento em construção de Unidades Básicas de Saúde (UBS) em 37 municípios de Mato Grosso do Sul.

Entre os municípios estão Campo Grande (R$ 4.945.820,90), Dourados (R$ 4.945.820,90) e Corumbá (R$ 2.276.907,66). Em todo país serão construídas 1,8 mil unidades em mais de 1,5 mil municípios. Com isso, o Ministério da Saúde estima que mais de 8,6 milhões de pessoas sejam atendidas pela Atenção Primária. 

Conforme divulgado pelo Ministério da Saúde, com as novas UBS haverá a necessidade de ampliação no quadro das equipes de Saúde da Família (eSF), se Saúde Bucal (eSB), multiprofissionais  (eMulti) e de Agentes Comunitários de Saúde (ACS).

A pasta informou que o investimento feito é de R$ 4,2 bilhões, sendo que os valores das novas UBS apresentam a variação de R$1,8 e R$6,6 milhões, de acordo com a região e o tamanho da unidade. 

Ainda, de acordo com o Ministério, os dez pedidos entre equipamentos e obras que o Novo Pac Saúde contempla, novas UBS representam o maior número de propostas apresentadas pelos municípios, um total de 5.665 propostas, referentes a 3.001 territórios.

Veja a relação dos municípios

Para a escolha dos municípios a receber as novas UBS foram vulnerabilidades socioeconômica; ausência assistencial na Atenção Primária; locais com baixo índice de cobertura e Estratégia de Saúde da Família.

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Cidades

Comissão vai analisar pedido de anistia coletivo dos povos indígenas Guarani e Kaiowa de Caarapó

Violações praticadas pelo governo brasileiro aos indígenas no período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade

27/03/2024 17h00

Arquivo/Correio do Estado

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A Comissão de Anistia irá analisar, em sessão histórica o pedido de anistia coletivo dos povos Guarani Kaiowa, da comunidade indígena Guyraroká, protocolado pelo Ministério Público Federal (MPF) em 31 de agosto de 2015.

Esta será a primeira sessão promovida pelo órgão, criado em 2002, e atualmente vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, para analisar eventual reparação a indígenas que tiveram os direitos humanos violados durante o período da ditadura militar no Brasil, entre 1947 e 1980.

A sessão de apreciação dos pedidos ocorrerá às 8 horas (horário de MS) no próximo dia 2 de abril, no Auditório do MDHC, em Brasília (DF). O procurador da República Marco Antonio Delfino de Almeida, que subscreve o requerimento, representará o MPF.

Além da comunidade indígena Guyraroká, localizada no município de Caarapó (MS), a cerca de 275 quilômetros de Campo Grande, também serão analisados durante a sessão os pedidos de anistia relacionados aos povos Krenak, de Minas Gerais.

Como o primeiro pedido foi protocolado há quase uma década, o MPF promoveu recentes reuniões com lideranças da aldeia Guyraroká, no intuito de debater e atualizar o documento contendo os requerimentos coletivos, cujo teor será apresentado durante o ato no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

Retirada do território

Políticas federais de povoamento do país, implementadas durante o período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai, levaram agentes estatais a promover traslados compulsórios dos indígenas de Guyraroká, provocando mortes e profunda desintegração dos modos de vida destes povos tradicionais.

O propósito era retirar os indígenas das vastas áreas por eles ocupadas segundo os seus modos tradicionais e confiná-los em espaços exíguos definidos unilateralmente pelo poder público. As terras ocupadas anteriormente por eles foram liberadas à ocupação de terceiros, que tiveram a posse dos terrenos legitimada por títulos de propriedade.

Estas violações praticadas à época pelo governo brasileiro aos indígenas de Mato Grosso do Sul foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), que esteve em Dourados e ouviu integrantes da comunidade Guyraroká sobre o processo de confinamento territorial que sofreram. Estima-se que mais de 8.300 indígenas foram mortos no período em decorrência da ação estatal ou da omissão do governo brasileiro.

Repercussões das violações

Após anos longe do território, aos poucos, os indígenas buscaram ocupar Guyraroká, num processo que começou em 2004, iniciando pela ocupação da faixa de domínio da rodovia estadual que ladeia a terra indígena (MS-156) e posteriormente ocupando uma parcela do perímetro declarado – 65 de um total de 11 mil hectares.

O MPF destaca, no pedido de anistia, que a principal atividade econômica desenvolvida pelos indígenas Kaiowa é a agricultura e, quando retirados do seu território forçadamente pelo governo brasileiro, ficaram completamente desprovidos do exercício de todas as suas atividades econômicas, merecendo a reparação.

Além disso, a desintegração do grupo e a ausência de acesso ao território tradicional, somada à extrema miséria, provocaram um número significativo de mortes por suicídio na comunidade. Em um grupo de 82 pessoas, registrou-se um caso de suicídio por ano entre 2004 e 2010.

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