Desde 1977, quando o governo determinou a adição de álcool na gasolina, na época para preservar mais o petróleo, já assistimos a 32 variações nessa mistura, de 10% a até 25%. A partir do dia 1º de fevereiro, nova alteração: a porcentagem, que hoje é de 25% cairá para 20%. Essa mudança, diferente da primeira de 23 anos atrás, visa preservar agora o álcool, que já beira os R$ 2,00 nas bombas dos postos de Campo Grande. Além de deixar desvantajoso o uso do combustível verde, essa nova composição tem gerado algumas dúvidas quanto à vida útil do motor e se é necessário alguma alteração mecânica para que a nova formulação do combustível não traga prejuízos aos carros movidos apenas a gasolina, como os importados por exemplo. Segundo José Edison Parro, presidente da AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva), os donos de automóveis não precisam se preocupar em fazer qualquer tipo de ajuste no motor para a nova fórmula da gasolina. “Os novos motores são modernos e contam com sistemas de gerenciamento eletrônicos, feitos para operar numa faixa mais ampla de porcentagem de álcool na gasolina. Não haverá grandes perdas para o consumidor. Essa modificação (na gasolina) talvez afete um pouco as emissões de poluentes e o consumo. Mas é algo bastante pequeno”, declarou. Se o motor for bicombustível a preocupação é ainda menor e não haverá qualquer problema, comenta José Parro. “Esses motores, que são hoje a grande maioria entre os novos, já são projetados para trabalhar com álcool ou gasolina, misturados em qualquer proporção”, explica. Nos carros movidos só a gasolina, deverá acontecer uma melhora na autonomia e no consumo da ordem de 2%, praticamente imperceptível pelos motoristas. Nos modelos mais antigos e nas motos que são equipadas com carburador, talvez haja a necessidade de uma pequena regulagem, para que não gastem mais combustível. Baixa a vista A redução na mistura de álcool na gasolina resultará em uma oferta adicional de 100 milhões de litros por mês em todo o País, do combustível verde, segundo União da Indústria de Cana-de-Açúcar. Isso poderá fazer com que o preço do combustível volte a baixar nos próximos três meses, tempo que dura a nova composição da mistura. Mais do que se preocupar com a quantidade de álcool ou gasolina que vai no tanque e o quanto isso custa de fato ao bolso, o motorista pode tomar algumas atitudes bem simples para diminuir a conta no fim do mês. Além de gastar menos, há ainda a preocupação com um ar mais limpo e isso é diretamente proporcional ao consumo. Quanto menos combustível queimado pelo motor, menor são as emissões de gases pelo escapamento. Veja ao lado como ajudar o meio ambiente e sua conta bancária.