Depois de consolidar suas
novelas, a Record agora
aposta em produções mais
curtas, feitas com mais qualidade
técnica e cuidados. E a
primeira estreia nesta quarta,
dia 3, às 22 h. “A história
de Ester” é uma minissérie
em 10 capítulos que narra a
trajetória de uma órfã judia
criada pelo tio que se torna a
rainha da Pérsia depois que
o rei a escolhe. Para retratar
o período narrado, cerca de
400 a.C., a equipe fez uso
de grandes cenários, tapetes
persas, roupas inspiradas na
época e, é claro, muitos efeitos
visuais. Principalmente
nas cenas de batalhas. “Gravamos
com o ator sozinho e,
depois, os personagens foram
multiplicados”, explica João
Camargo, diretor geral da
produção escrita por Vivian
de Oliveira.
A história começa mostrando
a vida de Hadassa
– verdadeiro nome da mocinha
Ester, interpretada
por Gabriela Durlo. A jovem
teve os pais mortos em uma
perseguição dos amalequitas
aos judeus ainda criança e foi
criada pelo tio Mordecai, de
Ewerton Castro. Anos mais
tarde, depois que a rainha
Vasti, de Daniela Galli, é expulsa
do reino, é uma das
moças convocadas para que
o rei Assuero, vivido por Marcos
Pitombo, escolha sua nova
mulher. Por isso, troca seu
nome para Ester, escondendo
sua origem judia. A partir daí
começa o romance entre os
dois e, assim, a chance de Ester
de salvar seu povo da ira
do vilão Hamã, conselheiro
do rei interpretado por Paulo
Gorgulho. “Por mais que a
história seja da Bíblia, o foco
está todo no romance do
casal e em como essa mulher
se tornou uma heroína”, deslumbra-
se Gabriela, estreante
na posição de protagonista.
Os cuidados em “A história
de Ester” lembram muito os
utilizados pela Globo na hora
de produzir e lançar suas minisséries.
Primeiro, a equipe
ficou mergulhada na história
e no período retratado, participando
de “workshops”, com
direito a aulas de equitação e
história, por exemplo. Além
disso, enquanto em uma novela
é comum que se grave
cerca de 30 cenas por dia,
a equipe pôde se dedicar ao
máximo em cada “take”, reduzindo
esse número para algo
em torno de quatro ou cinco
diárias. “É completamente
diferente de tudo que eu já
fiz. Você tem tempo para se
preparar, é um outro tipo de
cuidado. Não que uma novela
não mereça, mas não existe
tempo hábil para isso em um
trabalho longo”, explica Marcos
Pitombo.
A equipe garante que não
existe o interesse de defender
conceitos religiosos no texto,
apesar da emissora ser ligada
à Igreja Universal do Reino de
Deus. Mas a maior parte dos
atores confessa que, assim
que recebeu o convite, sentiu
essa preocupação. “Acho uma
coisa normal porque nenhum
ator deve se envolver, defender
qualquer ponto de vista. O melhor
é ficar neutro. Mas assim
que eu li os capítulos, percebi
que a minissérie está isenta
de qualquer defesa religiosa”,
atesta Vanessa Gerbelli, que
encarna a feiticeira Zeres.
A emissora ainda não sabe
qual, mas já a partir de março
um novo texto bíblico entrará
em pré-produção. “Vamos
nos reunir e escolher. Provavelmente,
a partir de junho já
teremos uma nova minissérie
sendo gravada aqui no Rio”,
adianta Hiran Silveira, o diretor
de teledramaturgia da
Record. A autoria, ele já confirma,
também será de Vivian
de Oliveira. “Ao contrário do
que saiu em alguns veículos,
só crescemos nessa área. Estamos
produzindo minisséries
e já no mês que vem começaremos
os trabalhos da próxima
novela em parceria com a
Televisa”, completa Hiran.