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Nossa "saúde doente"

Nossa "saúde doente"

Redação

12/05/2010 - 00h04
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A área da saúde no Brasil tem sido motivo de sucessivos ataques e dados negativos. Sou médico há 48 anos. Iniciei minha vida profissional no final de uma época em que o médico era figura valorizada e respeitada na sociedade pelo trabalho que realizava e a forma como o fazia.

Lembro-me de quando surgiram as primeiras interferências estatais na área médica, com o final dos IAPs, quando a medicina era de responsabilidade dos diversos grupos sociais, Eu dizia para meus colegas... Isso vai acabar com o médico e a medicina no Brasil! E o que temos hoje? Um profissional desprestigiado e que se desprestigia, sem meios adequados para o trabalho, precisando sobreviver. Desprestigiado porque a profissão foi desqualificada pelo poder público, submissa às ingerências dos seguros que cerceiam o trabalho médico. A formação médica deixa muito a desejar. Existem faculdades de medicina sem a mínima condição de dar uma boa formação (técnica e moral) que têm autorização para funcionar e, para completar, estamos assistindo a complacência com formados fora do Brasil, em lugares bem piores do que aqui. Vimos pelo novo código de Ética Médica a intenção  do CFM e dos CRMs de dar maior responsabilidade ao profissional médico. Vamos esperar a contrapartida das instâncias superiores do País.

Nas diversas áreas de atividade da sociedade os profissionais para se desempenharem no trabalho precisam gostar do que fazem e com seu trabalho sentirem paz para viver, principalmente no que diz  mais diretamente ao ser humano (saúde, educação e segurança física e social). Mas por aqui, esses temas servem de motivação para as campanhas políticas de hoje e de sempre. E, já começou!
O médico de hoje sofre as influencias externas (como citei acima) e internas à medicina. Não é mais um profissional autônomo e nem o paciente uma individualidade. Existem regras que exigem uma atuação direcionada como a hoje tão decantada medicina das evidencias, fruto das pesquisas  que apontam  a conduta estatisticamente  mais adequada , colocando o médico numa situação que parece dispensá-lo de pensar,  levando-o a aplicar o paciente ao protocolo médico. É a mesma situação do juiz que decide pela lei de forma fundamentalista, esquecendo que a lei existe para o homem e não o homem para a lei, sendo que cada caso é um caso.

Somando-se a essa situação, a evolução dos meios auxiliares de diagnóstico, o número maior de pacientes a serem atendidos, fizeram com que esses meios auxiliares passassem  a se designar de “meios de  diagnósticos” como se o médico fosse dispensado de fazê-lo . Nessa situação, o médico se vê obrigado a solicitar exames para que o paciente se sinta satisfeito com o atendimento e ele “justificado” diante do paciente. Como dizem... Um finge que é atendido e outro finge que atende.  O seguro e o País pagam a conta. A  medicina se torna muito cara e, proporcionalmente, menos eficiente.
No Brasil não há falta de médicos. A OMS diz que um país necessita de um médico para cada mil habitantes. Temos um para cada setecentos, senão mais. Acontece que não formamos médicos  preparados para nossa realidade, fazendo com que se concentrem nos grandes centros.

Citei o número maior de pacientes a serem atendidos.  Isso acontece por vários motivos, além do aumento populacional. Problema de saúde pública. Falta de saneamento básico adequado; doenças tropicais  endêmicas e epidêmicas; a cegueira da ignorância; o paternalismo político que leva ao ócio e ao vício.
Explico  meu ponto de vista sobre os dois últimos motivos. A cegueira da ignorância faz com que as pessoas não tenham discernimento, interpretando os fatos emocionalmente,  abrindo as portas para as doenças psicossomáticas. Se for feito um levantamento dos atendidos nos postos de saúde, certamente esse número será muito grande. As pessoas instruídas têm  maior abertura para a vida participativa, saindo de si, pensando menos em doenças, preocupando-se mais com o entorno, se bem que, a internet e a mídia se encarregam de poluir a cabeça, também, dos mais esclarecidos.
O paternalismo político joga o ser humano no esquecimento, pois  ele passa a ser um instrumento da politicagem e se compraz na ociosidade sem perceber que essa destrói  o seu corpo e a sua personalidade, fazendo-o sentir-se uma vítima da sociedade, sem responsabilidade com a mesma. Os programas sociais não podem ser paternalistas. Política decente deve atender às necessidades sociais, mas exige e cobra, de fato, a participação do cidadão e não constrói curral eleitoral.

Preocupar-se com a saúde não se restringe a prestar assistência médica direta, mas, principalmente, indireta  dando ao ser humano condições de uma vida digna (trabalho digno, segurança física e social para viver). A isso chamamos de desenvolvimento.

Fernando Vasconcellos Dias. Médico, Membro da Academia de Medicina de Mato Grosso do Sul.
E-Mail augusto.vasconcellos@uol . com. br

Encontro Internacional

Conservação no Pantanal vira pauta mundial durante encontro de exploradores em Nova Iorque

Presidente do IHP, Ângelo Rabelo, foi indicado junto com outros brasileiros para tratar temas nacionais nos Estados Unidos

23/04/2024 18h25

A entidade existe há 120 anos e reúne mais de 3,6 mil pessoas de referência global que desempenharam ou realizam ações para transformar positivamente o mundo Divulgação IHP

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O grupo The Explorers Club, que reúne autoridades e pessoas com reconhecimento global que desempenham medidas que envolvem promoção da ciência e da conservação, discutiu em um de seus encontros a situação do Pantanal. O presidente do IHP, sediado em Corumbá (MS), Ângelo Rabelo, participou das reuniões realizadas em Nova Iorque, durante o encontro anual do clube. Ele apontou que é preciso haver atenção mundial com relação à conservação do Pantanal e da riqueza cultural do território.

A entidade existe há 120 anos e reúne mais de 3,6 mil pessoas de referência global que desempenharam ou realizam ações para transformar positivamente o mundo. Os encontros ocorreram entre sexta-feira (19) e domingo (21). Foram realizados diversos encontros e reuniões entre os participantes do clube, bem como ocorreram discussões sobre temas globais a serem trabalhados para promoção da conservação do Planeta.

 

Ângelo Rabelo, que atua em ações de conservação no Pantanal há cerca de 40 anos, pontuou que há diferentes esforços em andamento para prevenir incêndios florestais e promover desenvolvimento sustentável. Na semana passada, os governos de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, junto com o governo federal, assinaram termo de cooperação visando a união de esforços na defesa, proteção e desenvolvimento sustentável do Pantanal. Além disso, um fundo foi criado para financiar ações que ajudam a proteger o bioma, porém até hoje somente o governo de MS fez aporte de recursos (R$ 40 milhões) e o setor pública busca outras linhas de subsídio para essas ações. A promoção do Pantanal para o exterior pode contribuir nesse propósito, como já ocorre com a Amazônia, por exemplo.

“A maior área úmida do mundo, o Pantanal, está no mapa sobre as grandes explorações e os relatos que indicam locais que são desafiadores no Planeta. Por esse caminho cheio de desafios temos, primeiro, os povos originários que ainda habitam o território, como é o caso dos Guatós. Depois vieram as pantaneiras e os pantaneiros, que também seguem no Pantanal sabendo lidar com a ocupação e a conservação. Depois, temos os registros de outros esforços de pessoas que também se dedicam pela conservação desse Patrimônio Natural da Humanidade”, comentou Rabelo.

O bioma Pantanal é considerado uma das maiores extensões úmidas contínuas do Planeta e apesar de ser o menor em extensão territorial no Brasil, abriga 263 espécies de peixes, 41 espécies de anfíbios, 113 espécies de répteis, 463 espécies de aves e 132 espécies de mamíferos, conforme dados do Ministério do Meio Ambiente. Além disso, o Programa de Monitoramento dos Biomas Brasileiros por Satélite – PMDBBS, realizado com imagens de satélite de 2009, mostrou que o Pantanal mantêm 83,07% de sua cobertura vegetal nativa. Mais de 90% do bioma está em propriedades privadas, enquanto 4,6% estão classificadas como unidades de conservação, dos quais 2,9% correspondem a UCs de proteção integral e 1,7% a UCs de uso sustentável.

A participação de Rabelo na reunião do The Explorers Club ocorreu porque ele foi nomeado, neste ano, como uma das 50 pessoas a fazer a diferença no Planeta. A escolha foi feita por integrantes do The Explorers Club e o presidente do IHP entrou na lista do EC50 2024. Concorreu com mais de 200 pessoas indicadas. Seus apoiadores na nomeação foram Dereck Joubert e Beverly Joubert, exploradores que atuam diretamente pela conservação da vida selvagem e desenvolvimento sustentável em países africanos. O casal convidou, neste mês, o governador Eduardo Riedel (PSDB) para conhecer iniciativas que são realizadas no continente africano.

Além do presidente do IHP, os brasileiros nomeados nesse grupo chamado EC50 deste ano foram a geóloga Fernanda Avelar Santos, o ictiologista Luiz Rocha, o designer naturalista Lvcas Fiat e o paraquedista profissional Luigi Cani. Além dos brasileiros recém-nomeados, personalidades mundiais fazem parte do Clube, como a ex-astronauta e géologa Kathryn Sullivan, veterana de três missões a bordo de ônibus espacial; o geneticista e biólogo nuclear James Dewey Watson, um dos autores do modelo de dupla hélice para estrutura da mólecula de DNA; bem como o explorador que fez parte do primeiro voo solar ao redor do mundo, concluído em 2016, André Borschberg; e Dominique Gonçalves, criadora do Programa de Ecologia de Elefantes no Parque Nacional da Gorongosa, em Moçambique, entre outras pessoas.

Também em Nova Iorque, a diretora-executiva do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, localizado em Corumbá (MS), Márcia Rolon, participou dos eventos abertos do The Explorers Club para divulgar o trabalho de diminuir a vulnerabilidade social de crianças e adolescentes da região de fronteira do Brasil por meio da arte.

 

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Cotidiano

Com 300 doses disponíveis, vacinação contra dengue deve acabar nesta semana

Aproximadamente 130 doses estão sendo aplicadas por dia; segundo a expectativa da pasta é que a vacinação se encerre até o final desta semana.

23/04/2024 18h15

Gerson Oliveira/

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As vacinas contra a dengue com prazo de validade até 30 de abril e que estão disponíveis pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) devem ser aplicadas até o final desta semana. A expectativa da pasta é que nenhuma dose deve ser descartada em Campo Grande. 

De acordo com a secretária, cerca de 130 doses estão sendo aplicadas por dia nos postos de saúde da cidade. Por causa disso, a expectativa é que todas as doses que estão perto do vencimento sejam aplicadas até sexta-feira (26).

A baixa procura do imunizante em Mato Grosso do Sul levou o Ministério da Saúde a informar aos municípios para ampliar a idade de vacinação. Segundo a pasta, pediu para todas as cidades priorizar a faixa etária entre 6 e 16 anos, mas com imunização ampliada para pessoas entre 4 e 59 anos. 

A medida foi tomada para reduzir a perda de doses que estão perto do vencimento, cabendo a cada município definir a estratégia de aplicação.  As doses que estão sendo utilizadas vencem no dia 30 de abril. 
 
Segundo a Sesau, em Campo Grande tem cerca de 300 doses estão espalhadas pelos postos de saúde da Capital. 

 

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