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Nós, os aquarianos

Nós, os aquarianos

ANDRÉ LUIZ ALVEZ

04/02/2010 - 23h01
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“Todos os dias, sob todos os pontos de vista, vou cada vez melhor!” Com essa frase positivista, Omar Cardoso abria seu programa de horóscopo pela Rádio Cultura, lá pelos idos anos 70. Eu era criança e não prestava muita atenção, preferia que o Ramão Achucarro não interrompesse o programa com aquela chatice. Mas minha mãe Dalva, vó Aurora e as tias não saíam de casa sem antes ouvir as dicas do Omar. Que bobagem, penso hoje! O que a data de nascimento, a posição dos planetas e as estrelas, entre outras bobagens, podem influenciar na vida e no caráter das pessoas? E eis que entra fevereiro, logo irei completar mais um ano de vida. Os nascidos entre os dias 21 de janeiro e 19 de fevereiro são do signo de Aquário. Numa rápida pesquisa no Google, descubro que sou aquariano do terceiro decanato, com ascendência em Peixes, fato que, segundo os astrólogos, me torna um ser amigo, inteligente, inventivo, original, que ama a liberdade e possui o olhar voltado para o futuro. Sou, naturalmente, revolucionário, odeio velhos hábitos e anseio pelo novo. Ser aquariano é pertencer ao signo da mudança e da transformação! Legal, gostei. E tem mais, minha personalidade é extremamente contraditória, sou ao mesmo tempo rebelde e conservador, reservado e excêntrico, sereno e nervoso. Sou imprevisível, adverso à monotonia, pois o aquariano nunca para de pensar, sempre buscando alguma novidade, algo transformador. De ruim, sou esquisito e estabanado, costumo andar pelos ambientes com as mãos para trás e vira e meche quebro um copo ou algum outro vasilhame para, na sequência, esbravejar e me sentir desconsolado com isso. Nunca me dei conta se ando com os braços pra trás, mas garanto que já quebrei um monte de copos. Um outro site diz que o signo de Aquário é do elemento Ar, governado pelo planeta Saturno e tem como co-regente o planeta Urano. É positivo, masculino, violento, fixo, e de beleza. Interessante, livrei-me de Plutão que nem é planeta mais, porém não entendi o que violento tem a ver com beleza e nem o que realmente querem dizer com o tal “fixo”. Como assim? Sou fixo em algo ou em alguma coisa? Se o aquariano ama a liberdade e tem a mente voltada para o futuro, como pode ser fixo? Os astrólogos não se entendem, só pode. Num outro site fico sabendo que “um Aquariano típico adora as leis… somente para poder mudá-las!” Sensacional! Sempre fui um tanto anarquista, adepto ao “se hay gobierno soy contra” e agora vou acrescentar no final: Soy contra porque soy aquariano, catzu! Caminho mais um pouco na pesquisa e me surpreendo ao saber que meu signo combina com Áries, Leão e Sagitário. Esperem um pouco, tem algo errado, estou casado há dezesseis anos com uma canceriana, e nossos signos não combinam? Os astrólogos se equivocam, tenho certeza. E em sendo aquariano, estou em boa companhia: Lincoln, Galilei, Mozart, Camões, Dickens, Brecht, Thomas Edison, Sidney Sheldon, Mário Prata, Copérnico, todos aquarianos como eu. Que maravilha! Passo borracha para o fato que Dona Maria, a louca, rainha mentalmente desequilibrada de Portugal também era, e vou tentar apagar da minha mente que o ditador insano e assassino Kim Jong II, da Coréia do norte, além de aquariano, maldição, nasceu no mesmo dia que eu. Mas uma coisa eu não compreendo: Por que raios gêmeos que nascem no mesmo dia e, praticamente, na mesma hora, costumam ter comportamento extremamente diferente entre si, hein? Será que este singelo fato transforma tudo em charlatanismo? Espero que não, gostei muito das virtudes aquarianas. Por fim, é bom esclarecer que nem todos os que nascem em fevereiro são aquarianos, os que aniversariam depois do dia dezenove são do signo de Peixes, mas essa é outra história na qual prefiro não me meter.

Política

Conservador pró-Trump preside comissão dos EUA que divulgou relatório sobre Moraes

Jim Jordan foi citado no relatório do 6 de janeiro e ajudou a fundar ala radical do Partido Republicano

19/04/2024 21h00

Ministro Alexandre de Moraes Reprodução

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O presidente da comissão responsável pela publicação do relatório com decisões sigilosas do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), é aliado de Donald Trump e se define como "um dos membros mais conservadores" do Congresso dos Estados Unidos.

Jim Jordan é um deputado do Partido Republicano e preside a Comissão de Judiciário do Congresso. O grupo divulgou na última quarta-feira (17) um documento que afirma haver censura no Brasil.

A comissão foi criada em 1813 e é responsável por supervisionar o Departamento de Justiça norte-americano e avaliar propostas legislativas. Jordan a chefia desde o ano passado.

Natural de Ohio, tem 60 anos e estudou Economia na Universidade de Wisconsin. Lá foi campeão do torneio universitário de luta livre. É formado em Direito pela Universidade da Capital, em Columbus, Ohio, e mestre em Educação pela Universidade Estadual de Ohio.
Ele está no Congresso dos EUA desde 2007 e ajudou a fundar o Freedom Caucus, do qual foi o primeiro presidente. O grupo aglutina parlamentares da ala mais conservadora do Partido Republicano e tem posições mais à direita em temas como política fiscal e imigração.

Jordan é aliado de Donald Trump. O ex-presidente dos EUA lhe presenteou com a Medalha Presidencial da Liberdade em 2021 e o apoiou na campanha para a presidência da Câmara dos Representantes no ano passado.

Segundo o relatório da comissão responsável por investigar os atos do 6 de janeiro, quando apoiadores de Trump invadiram o Capitólio, sede do Legislativo americano, o parlamentar foi um "ator importante" para os planos do ex-presidente de reverter o resultado eleitoral que deu a vitória a Biden.
O relatório da comissão diz que o Brasil, via Judiciário, tenta forçar o X (ex-Twitter) e outras empresas de redes sociais a censurar mais de 300 perfis, incluindo o do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), do senador Marcos do Val (Podemos-ES) e do jornalista Paulo Figueiredo Filho.

A assessoria de imprensa do STF afirmou que o documento não traz as decisões fundamentadas que determinaram a retirada de conteúdos ou perfis, mas os ofícios enviados às plataformas para cumprimento delas. "Todas as decisões tomadas pelo STF são fundamentadas, como prevê a Constituição, e as partes têm acesso à fundamentação.

O relatório não fica restrito ao Brasil. O texto afirma que o presidente Joe Biden força empresas de redes sociais como o Facebook a censurar informações verdadeiras, memes e sátiras, de modo a levar a plataforma a mudar sua política de moderação de conteúdo.
 

Política

Moraes diz que Justiça está acostumada a combater 'mercantilistas estrangeiros' e 'políticos extremi

Fala ocorre em meio à união entre Bolsonaro e o bilionário Elon Musk nas críticas ao ministro

19/04/2024 19h00

Ministro Alexandre de Moraes Arquivo/

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O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), afirmou nesta sexta-feira (19) que a Justiça Eleitoral está "acostumada a combater mercantilistas estrangeiros" e "políticos extremistas".

A fala é uma indireta a união entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o bilionário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), nas críticas às decisões de Moraes sobre a retirada de conteúdos das redes sociais durante a campanha eleitoral de 2022.

"A Justiça Eleitoral brasileira está acostumada a combater mercantilistas estrangeiros que tratam o Brasil como colônia. A Justiça Eleitoral brasileira e o Poder Judiciário brasileiro estão acostumados a combater políticos extremistas e antidemocráticos que preferem se subjugar a interesses internacionais do que defender o desenvolvimento no Brasil" afirmou o ministro na cerimônia de assinatura dos planos de trabalho para a construção do Museu da Democracia da Justiça Eleitoral, no centro do Rio de Janeiro.

Na presença do governador Cláudio Castro (PL), aliado de Bolsonaro, Moraes afirmou que a Justiça Eleitoral "continuará defendendo a vontade do eleitor contra a manipulação do poder econômico das redes sociais, algumas delas que só pretendem o lucro e a exploração sem qualquer responsabilidade".

"Essa antiquíssima mentalidade mercantilista que une o abuso do poder econômico com o autoritarismo extremista de novos políticos volta a atacar a soberania do Brasil. Volta a atacar a Justiça Eleitoral com a união de irresponsáveis mercantilistas ligados às redes sociais com políticos brasileiros extremistas", disse o magistrado.

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