LIDIANE KOBER
O prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad (PMDB), prometeu ontem ajudar o candidato a vice-presidente Michel Temer (PMDB) a esvaziar o palanque do tucano José Serra, em Mato Grosso do Sul. O PMDB é o principal aliado do PSDB no Estado, mas Nelsinho acredita na debandada de importantes líderes peemedebistas do palanque de Serra para reforçar a candidatura de Dilma Rousseff (PT), no Estado.
Temer, que também é presidente nacional do PMDB, deverá estar, nas próximas semanas, em Campo Grande, conforme o senador Valter Pereira (PMDB), coordenador-geral da campanha de Dilma, em Mato Grosso do Sul. Ele conversou com o vice da petista em Brasília na última quarta-feira. “O Michel virá antes que o Lula”, informou o senador. O presidente tem visita pré-agendada dia 24 de agosto na Capital e em Dourados.
O plano dos peemedebistas, que apoiam a coligação nacional firmada com o PT, é realizar um ato político em Campo Grande, com a presença de Temer. “O certo é seguir a diretriz nacional de aliança com o Dilma”, defendeu Valter. Com o argumento de fidelidade partidária, ele espera tirar correligionários do palanque de Serra e reforçar o da petista.
Além do senador, Temer conta com o apoio de Nelsinho Trad e de seu vice, Edil Albuquerque (PMDB), além do deputado federal Geraldo Resende (PMDB). O prefeito já avisou que se empenhará em ajudar o vice de Dilma a arregimentar mais parceiros. Para Nelsinho, o governo do presidente Lula ajudou muito Campo Grande e outras prefeituras. Assim ele explicou a preferência pela petista. “A Dilma é a candidata mais municipalista”, afirmou, destacando a importância de elegê-la “para o bem dos municípios”.
Ao mesmo tempo em que trabalha para alavancar a candidatura da petista, Nelsinho diz empenhar-se pela reeleição do governador André Puccinelli (PMDB), que está do lado do tucano José Serra. Indagado se a contradição não pode prejudicar a campanha de Puccinelli, o prefeito descartou a possibilidade: “o povo sabe diferenciar as coisas”, opinou.
Ofensiva
A vinda de Temer ao Estado foi adiantada está semana pela coluna Painel do jornal Folha de S. Paulo. A reportagem revelou o interesse do vice de Dilma em empenhar-se para virar o jogo eleitoral onde a petista está atrás de Serra na disputa. É o caso de Mato Grosso do Sul e do Rio Grande do Sul. Aqui, Dilma está 10 pontos percentuais atrás do tucano, como mostrou recente pesquisa do Ibrape, encomendada pelo Correio do Estado. No Estado gaúcho, onde o ex-prefeito de Porto Alegre, José Fogaça (PMDB), lidera a corrida eleitoral e está neutro na sucessão presidencial, a diferença é ainda superior. Segundo o Datafolha, Serra tem 46% contra 34% de Dilma.
Também deixou em alerta o candidato a vice de Dilma a curiosidade evidenciada no detalhamento da pesquisa Datafolha. Conforme o levantamento, Dilma vai mal entre os 7% que assinalaram o PMDB como partido de sua preferência: 30% das intenções de voto contra 51% de Serra.