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Na Semana Santa, famílias mantêm ritos

Na Semana Santa, famílias mantêm ritos

Redação

01/04/2010 - 21h29
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Vânya santos

 

Famílias resistem ao tempo e mantêm viva tradição de reverenciar morte e ressurreição de Jesus Cristo. Conforme costume antigo, elas seguem os ritos da Semana Santa, como participar da Missa de Lava Pés na quinta-feira, reservar a Sexta Feira da Paixão para oração e reflexão, além de celebrar o Sábado de Aleluia.

Este é o caso da devota Ramona Lugo Samudio, que aos 73 anos ainda segue os rituais juntamente com marido, filhos e netos. Ela conta que o costume era "forte" antigamente – há cerca de 50 anos – porque tanto as famílias quanto a Igreja Católica eram mais tradicionais.

"A Semana Santa era de muito respeito, oração e de ficar em silêncio. Não se trabalhava, não se fazia serviço doméstico. A casa era limpa dias antes. Na sexta não podia cozinhar, então a comida era feita na quinta-feira", relembrou dona Ramona, que, seguindo a tradição, fará todo o serviço de casa de hoje, inclusive o almoço desta sexta-feira.

A devota explicou que, no início da semana, as igrejas costumavam cobrir as imagens santas com pano roxo em sinal de luto pela morte de Jesus. Também retiravam os enfeites do altar e só descobriam os quadros no sábado. Famílias jejuavam na Sexta Santa, mas em algumas casas a carne ficava fora do cardápio. "As pessoas evitavam comer as coisas que mais gostavam, como doces. Outras não fumavam neste dia. Se o filho fizesse arte, a gente não brigava, deixava para resolver tudo no Sábado de Aleluia. As crianças não brincavam de bola, nem corriam", revelou.

Dona Ramona contou ainda que antigamente as famílias costumavam visitar sete igrejas, a pé, além de cemitérios. "Quando tinha companhia eu visitava as sete igrejas. Hoje visito a São Judas Tadeu, a Santo Antônio, a São Francisco e o cemitério".

O Sábado de Aleluia marca o fim da Semana Santa com a celebração da Missa de Ressurreição. Há alguns anos, neste dia era mais comum as famílias malharem o Judas como forma de repúdio à traição do apóstolo a Jesus Cristo.

 

Comparação

A aposentada Isabel Marin Lugo Magdalene, 59 anos, também preserva as tradições da Semana Santa. "Hoje as pessoas não dão a importância que a gente dava naquela época", comparou, esclarecendo que os pais ensinavam os costumes e os filhos seguiam. "Antes, a missa do Sábado Santo acontecia à meia-noite e era a coisa mais linda", relembrou.

Já a devota Aline Barbosa Lugo, de 69 anos, contou que seus pais a ensinaram a nunca deixar de ir à igreja e reservar a Semana Santa para fazer orações. "Hoje muita gente não tem o conhecimento da palavra de Deus porque o mundo oferece outras coisas", ressaltou.

 

Oratório

Há 35 anos, dona Ramona preserva em sua residência, localizada no Bairro Vila Carvalho, um cômodo destinado a orações. Além dos familiares, a devota frequentemente recebe visita de fiéis, que utilizam o oratório de São Miguel Arcanjo para rezar na intenção de agradecer a Deus ou para alcançar alguma graça pretendida.

"São Miguel é o arcanjo mais poderoso depois de Deus e intercede por todas as causas. Sua espada representa o poder que ele tem contra o mal", explicou Ramona. Para ela, o espaço une sua família e também aproxima as pessoas que precisam de oração.

O espaço é todo decorado com renda e cada cantinho está ocupado com bíblia, vela, imagens ou fotos. Religiosamente, todos os dias ela abre o oratório às 6h, reza e acende uma vela. O local também é visitado pelos filhos minutos antes de seguirem para o trabalho. "A minha família sempre teve oratório e minha mãe, quando era viva, exigiu que eu fizesse um", contou.

Greve Geral

Assembleia Geral define se professores da UFMS irão aderir à greve

Com 60% de docentes favoráveis, nesta terça-feira (21) Assembleia Geral irá decidir por meio de votação acerca da paralisação

22/04/2024 17h15

A seção convidou docentes filiados e não filiados ao sindicato, técnicos e estudantes para participar do evento que ocorre a partir das 8h, nas quatro unidades da UFMS Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Assembleia Geral convocada pelo sindicado dos professores (ADUFMS) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), definirá na manhã desta terça-feira (23), os caminhos com relação à greve dos profissionais da categoria.

A seção convidou docentes filiados e não filiados ao sindicato, técnicos e estudantes para participar do evento que ocorre a partir das 8h, nas quatro unidades da UFMS. Cada uma delas terá sua assembleia, levando em consideração pontos específicos conforme a demanda de cada campi. 

Conforme noticiado pelo Correio do Estado no dia 9 de abril, ficou definido pela manutenção do Estado de Greve, isto é, a paralisação dos profissionais da educação pode ocorrer a qualquer momento.

Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), que iniciou a paralisação no dia 15 de abril,  52 universidades, 79 institutos federais (IFs) aderiram ao movimento em todo país.

A presidente da ADUFMS,  a professora  Mariuza Aparecida Camillo Guimarães, explicou que os educadores estão pleiteando pelo reajuste salarial de 22% dividido em três parcelas (2024, 2025 e 2026). 

São cerca de 1.500 docentes na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, fora os aposentados.

"Temos uma carreira que não tem um percentual específico entre uma e outra, mas quando se trata do início de carreira do docente, ou um piso na educação superior isto representaria em torno de R$4.900,00, para um doutor em dedicação exclusiva, ou seja, não pode trabalhar em outro lugar", explicou Mariuza Aparecida.

Servidores técnicos-administrativos

O Ministério da Gestão e da Inovação esteve reunido com lideranças sindicais, na sexta-feira (19), e propôs o reajuste de 9% para os servidores técnicos-administrativos. Em Mato Grosso do Sul são 1.700 integrantes da categoria que estão em greve desde o dia 14 de março. 

A proposta de reajuste indicada foi de 9% para 2025 e 3,5 para 2026, deixando o ano de 2024 fora da rodada de negociações.

Algumas das demandas relacionadas ao plano de reestruturação de carreira foram acolhidas pelos representantes da pasta.

Além disso, ofereceram aumento nos benefícios que incluem:

  • Auxílio Alimentação;
  • Auxílio-creche
  • Auxílio-saúde

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sista-MS), está pleiteando o reajuste de 10,5% referente a 2024, e o mesmo valor referente aos dois anos seguintes. 

IFMS 


Além dos técnicos administrativos e professores da UFMS que representam (60%) favoráveis a adesão da greve, os profissionais do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) e os servidores técnicos da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) aderiram à greve. 

 

Os campi da IFMS paralisados pela greve dos professores e servidores técnicos são:

  • Campo Grande
  • Corumbá
  • Coxim
  • Dourados
  • Jardim
  • Naviraí
  • Nova Andradina
  • Ponta Porã
  • Três Lagoas

"Continuamos com os campus paralisados, ainda mais que o governo deu uma resposta insatisfatória na sexta. Na próxima quinta-feira nós vamos organizar a nossa assembleia. A expectativa, a grande expectativa, é que a contraproposta do governo seja rejeitada. Porque afinal de contas praticamente não atendeu em nada. Principalmente as reivindicações dos técnicos administrativos", explicou presidente do SINASEFE-MS e técnico administrativo Tiago Thomaz de Assis.

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Prefeitura autoriza início da instalação de padrões de energia elétrica para comunidade Mandela

Moradoras do Mandela relembram transtornos causados pela falta de energia no local

22/04/2024 16h24

Divulgação: Prefeitura de Campo Grande

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A Prefeitura de Campo Grande autorizou o início da instalação dos primeiros padrões de energia elétrica para os moradores da comunidade Mandela, na área situada no Jardim Talismã. A ação, concretizada com o apoio da concessionária Energisa, proporciona acesso à eletricidade regular para os moradores e também os insere na Tarifa Social, medida que visa aliviar o ônus financeiro das famílias de baixa renda.

“Agora vou ter energia sem medo de queimar minhas coisas. Lá na comunidade os aparelhos queimavam direto devido à instabilidade. Já perdi a conta de quantas TVs dessas de tubo tive que jogar fora, e nem me animava de comprar uma nova com medo de perder também. Chuveiro quente e secador a gente não podia nem pensar em ter porque podia pegar fogo”, disse a auxiliar de serviços gerais, Marlene Salazar de Lima, de 50 anos, que não vê a hora de se mudar para o local.

“Moro sozinha, tenho problemas de saúde e quando preciso meu filho fica comigo. Ter essa casa vai me dar segurança de ter um lar para descansar, é a minha garantia. Antes daqui eu sempre morei de aluguel, sempre tentei conseguir uma casinha. Agora quero reconstruir tudo o que perdi no incêndio”, contou emocionada.

A camareira, Andréia Rolon Argilar, de 46 anos, compartilha uma experiência semelhante. Ela relatou os desafios enfrentados devido à falta de energia, uma ocorrência frequente na comunidade por conta do grande número de pessoas compartilhando da mesma conexão elétrica, o que diariamente resultava na queda de energia.

“Quando começou a me dar muito problema, eu me endividei para comprar fio e fiz uma ligação sozinha para o meu barraco. Às vezes a gente dormia sem luz e era bem ruim sem ventilador por conta dos pernilongos, mas agora com a luz regular em casa será ótimo. Prefiro pagar e ter meus direitos, quando faltar, ter para quem ligar e reclamar, é uma garantia, uma vitória para todo mundo”, disse Andréia.

Andamento das obras

Na área do Jardim Talismã, o processo de fundação já foi concluído, abrangendo escavações, posicionamento de armações de aço e nivelamento das estruturas residenciais.

Até o momento, dez unidades foram totalmente cobertas, enquanto outras 20 encontram-se em estágio avançado de alvenaria, com esquadrias e rebocos já finalizados; as restantes estão em fase de construção do baldrame e contrapiso. Além disso, as portas e janelas já instaladas estão sendo pintadas.

“Estamos muito satisfeitos em ver que as obras seguem a todo vapor, dentro do cronograma estabelecido. Nosso compromisso é garantir que as famílias sejam atendidas dignamente e que tenham a oportunidade de realizar o sonho de todo brasileiro: ter um CEP, uma casa para chamar de sua. Estamos trabalhando incansavelmente para que isso se torne realidade, assegurando que cada família tenha seus direitos reservados e desfrute de um lar seguro e confortável”, afirmou o diretor-presidente da Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários (Emha), Claudio Marques.

Relembre

No dia 16 de novembro, um incêndio de grandes proporções destruiu cerca de 80 barracos na Favela do Mandela, fazendo com que 187 famílias perdessem seus lares e itens básicos nas chamas.

Poucos dias após o ocorrido, a Prefeitura garantiu que as famílias seriam realocadas para outras áreas da Capital, são elas:

  • José Tavares - 38 lotes
  • Loteamento Iguatemi I - 38 lotes
  • Loteamento Iguatemi II - 30 lotes
  • Talismã - 32 lotes

Os moradores não poderiam reconstruir as moradias no mesmo local onde é a Comunidade do Mandela por se tratar de uma Área de Proteção Ambiental (APP).

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