Política

Política

A+ A-

Na encruzilhada

Na encruzilhada

Perfil

21/02/2010 - 07h51
Continue lendo...

Ignácio Coqueiro impressiona pela tranquilidade. De havaianas nos pés, rabo de cavalo e uma fala pausada, o diretor-geral de “Poder paralelo”, da Record, não demonstra qualquer estresse com a trama que termina no dia 2 de março – com uma série de assassinatos em cenas repletas de ação. Mesmo diante do atraso dos capítulos para as cenas finais, o diretor carioca avalia, com serenidade, o resultado de sua primeira parceria com o autor Lauro César Muniz. Em dúvida se deve ou não assinar com o SBT, que tem sondado o diretor, Ignácio se orgulha de seu lado “workaholic” e já pensa em dirigir um seriado, um filme e uma novela interativa. “Gosto de trabalhar sábado e domingo. Faço questão de estar em cenas no domingo pela manhã, com 40º C, no centro do Rio. Se eu estou, ninguém pode reclamar. Assim se segura uma equipe”, valoriza. “Poder paralelo” oscilou entre 8 e 15 pontos de média e a audiência foi crescente nas últimas semanas. Que avaliação você faz desses números? A audiência teria sido maior se a novela fosse exibida sempre no mesmo horário. O público se sente traído, isso é muito ruim. A Record é a única emissora que tem novela às dez da noite. O horário devia ser bem marcado. A gente perdeu uma grande oportunidade de tomar esse horário e o público fixar isso. Essa novela é muito boa, tem uma carpintaria incomum que o Lauro encontrou. Se você perde um capítulo, não entende nada. Tem um olhar diferente, é como capítulo de minissérie, um filme por dia. Mas me surpreendi positivamente também. É difícil ter harmonia com uma equipe que está gravando há um ano e meio uma novela que está há oito meses no ar. As relações se desgastam. Tem uma hora que você deixa de ser diretor e passar a ser síndico. Apaga fogo o tempo inteiro. Mas, com essa, consegui controlar a situação. No início da trama, as cenas de sexo foram censuradas pela Record e reeditadas. Como você reagiu? Trabalho numa empresa que tem seus balizadores. Fiz uma novela na Band (“Paixões proibidas”) que tinha um apelo sexual maior. Aqui eu sabia que não teria a mesma liberdade. Mas não salguei nada. Os diretores da Record me consultaram antes. Mas o que você vai fazer se o cara é quem paga meu salário? A Record briga com muita gente. As pessoas ficam antenadas para falar mal, a gente tem de estar atento a isso. É como um jogo de xadrez. Mas isso não me tira o prazer de fazer. Você trabalhou mais de 30 anos na Globo, desde que começou como operador de VT em “Saramandaia”, em 1975. Como foi essa ruptura e sua adaptação na Record? Fui criado na Globo. Comecei na época do incêndio na emissora, ajudei a tirar as fitas e ainda fazia faculdade de Música ( Ignácio é violonista clássico). Aprendi a fazer sonorização, colocava programas no ar, rodava por todas as máquinas, passei também pela Tupi e pela Band. Voltei para a Globo como editor para fazer “Malu mulher”. Depois, comecei a dirigir musicais do “Fantástico” e minha primeira novela como diretor foi “Bambolê”. Foi um caminho longo, mas que não senti muito quando vim para a Record. Tirando o tamanho, que o Projac é bem maior, aqui tenho a lente que quero, a grua que preciso, nisso é tão bom quanto. Talvez sua passagem pela Record seja breve. Seu contrato acaba no final de fevereiro e o SBT convidou você para assinar com a emissora. Como estão as negociações? Estou um pouco balançado, me ligaram, tenho vários amigos que trabalham lá e têm conversado comigo, mas prefiro não falar nisso (risos). Ainda não conversei diretamente com eles. Fui sondado sobre meu contrato, mas estou muito a fim de ficar na Record, estou negociando. O Lauro renovou com a Record e me pergunta quando vou assinar com o SBT (risos). Estou focado em novos projetos. Seria o “100 Idade”, o seriado que você iria produzir no SBT? Também apresentei esse seriado para a Record. São quatro mulheres de sessenta e poucos anos em um tipo de “Armação ilimitada”. Também estou desenvolvendo esse roteiro para o cinema e quero filmar logo. Tenho um projeto de uma novela interativa, a “Geração Y”. Apresentei na Globo há sete anos e, agora, para a Record. É a história de cinco irmãos criados por um tio milionário, que morre no primeiro capítulo e deixa a fortuna para um só. No fim de cada capitulo da tevê aberta, o público pode continuar acompanhando cada personagem pela internet, telefone ou no pay-per-view. Cada personagem continua com cenas com apenas uma câmara o seguindo. Quem descobrir, no final da novela, o verdadeiro herdeiro, através de pistas que são dadas ao longo dessas cenas, ganha R$ 1 milhão, parte da fortuna. Aposto muito nesse projeto e já estou com sete capítulos prontos.

Campo Grande

Riedel, Beto Pereira, Carlão e mais oito vereadores alinham pré-campanha em churrascaria

Carlão que comentou o encontro e disse: "se alinhar o time, o Beto cresce"

19/04/2024 16h59

Beto Pereira saindo de churrascaria onde almoçou com governador e vereadores João Gabriel Vilalba

Continue Lendo...

O deputado federal e pré-candidato à prefeitura de Campo Grande, Beto Pereira (PSDB), o governador Eduardo Riedel (PSDB), o presidente da Câmara de Campo Grande, vereador Carlão (PSB) e outros oito vereadores da Capital alinharam detalhes e estratégias para as eleições deste ano em almoço realizado no restaurante Fazenda Churrascada, no Parque dos Poderes. 

A equipe do Correio do Estado falou com alguns dos políticos na saída do almoço, em que o assunto foi as eleições deste ano. O presidente da Câmara, Vereador Carlão, foi pego de surpresa pela equipe de reportagem do Correio, mas disse que a reunião  “foi boa”. “Foi só para a comida e para desejar ‘boa sorte’ na campanha depois”, disse o presidente da Câmara. 

“A gente estava reunido ali, os vereadores, conversando, porque encerrou agora o prazo de filiação né?”, comentou Carlão. “Foi para almoçar e organizar as coisas para a partir de maio e junho”, disse. 

“Basicamente, cada vereador terá de explicar para o seu time quem é o nosso candidato. Por exemplo, o meu time não sabe, 100% que meu candidato é o Beto. Não pode fazer ainda, mas a ideia é alinhar o time”, afirmou.  

Carlão ainda comentou a ação como estratégia para fazer Beto Pereira crescer nas pesquisas. “Se alinhar o time, o Beto cresce”, comentou.

Além de Carlão, estiveram na reunião os vereadores Professor Juary (PSDB), Papy (PSDB), William Maksoud (PSDB), Zé da Farmácia (PSDB), Otávio Trad (PSD), Clodoilson Pires (Podemos), Ronilço Guerreiro (Podemos), Clodoilson Pires (Podemos), Betinho (Republicanos). Além disso, também estava presente além do governador Eduardo Riedel e de Beto Pereira, o secretário ajunto da Casa Civil, João César Mato Grosso. 

Apresentação de números

O deputado federal e pré-candidato a prefeito da Capital, Beto Pereira, disse que o motivo do almoço foi o fato de esse ter sido o “primeiro encontro depois da janela partidária”. “Todos juntos”, disse ele. 

Segundo ele, foi feita uma análise da pré-campanha e uma apresentação de números. “Foi uma apresentação de números, que mostram um pouco do que a gente está desenhando para esse período agora de pré-campanha”, informou. 

Otávio Trad também comentou o almoço. “Estou no PSD e vamos apoiar o Beto, estou com nosso partido”, afirmou. 

O governador Eduardo Riedel saiu sem falar com nossa equipe.  

Assine o Correio do Estado

MPE

Vereador Claudinho Serra e mais 21 são denunciados por esquema de corrupção

Ministério Público Estadual fez a denúncia pelos crimes de peculato, corrupção passiva, organização criminosa, fraude em licitações e concurso material de crimes

19/04/2024 12h00

Vereador Claudinho Serra está preso desde o dia 3 de abril Foto: Arquivo / Correio do Estado

Continue Lendo...

O vereador Claudinho Serra e mais 21 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público (MPMS) pelos crimes de peculato, corrupção passiva, organização criminosa, fraude em licitações e concurso material de crimes. Ele está preso desde o dia 3 de abril, durante operação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).

Conforme o Ministério Públicos, os denunciados faziam parte de uma organização criminosa destinada a fraudar licitações para desviar dinheiro públicos em Sidrolândia, em esquema que funcionava desde 2017.

A organização era formada por agentes públicos e privados, destinada à obtenção de vantagens ilícitas decorrentes, principalmente, dos crimes de fraude ao caráter competitivo de inúmeros processos licitatórios e desvio de dinheiro público diante da não prestação ou não entrega do produto contratado.

"Um meio para isso foi a criação ou a utilização de pessoas jurídicas já existentes para a participação conjunta nos mesmos processos licitatórios, com o prévio incremento do objeto social sem, contudo, apresentarem qualquer tipo de experiência, estrutura e capacidade técnica para a execução dos serviços ou fornecimento dos bens contratados com o ente municipal", diz a denúncia.

Veja o nome dos denunciados e crimes atribuídos a cada um:

  • Claudinho Serra – organização criminosa, fraude ao caráter competitivo de licitação pública, fraude ao contrato decorrente da licitação, peculato, corrupção passiva e concurso material de crimes.
  • Carmo Name Júnior – organização criminosa, fraude ao caráter competitivo de licitação pública, fraude ao contrato decorrente da licitação, peculato, corrupção passiva e concurso material de crimes.
  • Ueverton da Silva Macedo, vulgo Frescura - fraude ao caráter competitivo de licitação pública, peculato e  concurso material de crimes.
  • Ricardo José Rocamora Alves - fraude ao caráter competitivo de licitação pública, corrupção ativa, peculato e  concurso material de crimes.
  • Thiago Rodrigues Alves – organização criminosa, fraude ao caráter competitivo de licitação pública, corrupção ativa, peculato e concurso material de crimes.
  • Milton Matheus Paiva Matos - fraude ao caráter competitivo de licitação pública, corrupção ativa e concurso material de crimes.
  • Ana Cláudia Alves Flores – organização criminosa, fraude ao caráter competitivo de licitação pública e concurso material de crimes.
  • Marcus Vinícius Rossentini de Andrade Costa - organização criminosa, fraude ao caráter competitivo de licitação pública, fraude ao contrato decorrente da licitação e concurso material de crimes.
  • Luiz Gustavo Justiniano Marcondes - organização criminosa, fraude ao caráter competitivo de licitação pública e concurso material de crimes.
  • Jacqueline Mendonça Leiria - organização criminosa, fraude ao caráter competitivo de licitação pública, fraude ao contrato decorrente da licitação e concurso material de crimes.
  • Heberton Mendonça da Silva - organização criminosa, peculato e concurso material de crimes.
  • Roger William Thompson Teixeira de Andrade - fraude ao caráter competitivo de licitação pública e concurso material de crimes.
  • Valdemir Santos Monção - organização criminosa, fraude ao caráter competitivo de licitação pública, corrupção ativa e concurso material de crimes.
  • Cleiton Nonato Correia - organização criminosa, fraude ao caráter competitivo de licitação pública, corrupção ativa e concurso material de crimes.
  • Edmilson Rosa - organização criminosa, fraude ao caráter competitivo de licitação pública, corrupção ativa, peculato e concurso material de crimes.
  • Fernanda Regina Saltareli - organização criminosa, fraude ao caráter competitivo de licitação pública, corrupção ativa e concurso material de crimes.
  • Maxilaine Dias de Oliveira - fraude ao caráter competitivo de licitação pública.
  • Roberta de Souza - fraude ao caráter competitivo de licitação pública e concurso material de crimes.
  • Yuri Moraes Caetano - organização criminosa e concurso material de crimes.
  • Rafael Soares Rodrigues – peculato e concurso material de crimes.
  • Paulo Vitor Famea – corrupção passiva e concurso material de crimes.
  • Saulo Ferreira Jimenes - peculato

Todos são apontados como integrantes do esquema criminoso, cada qual a seu modo e com estrutura ordenada, caracterizada pela divisão de tarefas.

Claudinho Serra era o chefe do esquema de corrupção na Prefeitura de Sidrolândia, de onde foi secretário municipal de Finanças, Tributação e Gestão Estratégica de Sidrolândia (Sefate) e é genro da prefeita Vanda Camilo (PP).

A denúncia foi assinada pelos promotores do Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc) Adriano Lobo Viana de Resende e Humberto Lapa Ferri, pela promotora de Justiça Bianka M. A. Mendes, e pelo promotor do Gaeco, Tiago Di Giulio Freire.

O MPMS requer que o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul receba a denúncia e que prossiga o feito nos termos do Código de Processo Penal e da lei especial, citando os denunciados e ouvindo e as testemunhas arroladas na sequência, até final decisão de condenação

Esquema

Segundo o MPMS, o esquema criminoso tinha como modo de operação a prática de fraude no caráter competitivo das licitações, valendo-se de diversas empresas vinculadas ao grupo criminoso; prática de preços muito baixos em comparação com o mercado, fazendo com que tais empresas sempre saíssem vencedoras; realização de vários empenhos pela Prefeitura de Sidrolândia, objetivando receber os valores pretendidos pelo grupo criminoso, independentemente da real necessidade da municipalidade; deliberação dos empresários sobre qual a margem de lucro relativa ao valor repassado a título de propina, em quais contratos públicos recairiam esses valores e sobre quais produtos recairiam as notas fiscais forjadas.

Claudinho Serra é apontado como o chefe do esquema. Segundo o MPMS,  na condição de ex-secretário municipal de Fazenda de Sidrolândia e atual vereador em Campo Grande, desempenharia o papel de mentor e de gestor da provável organização criminosa, perante a Prefeitura de Sidrolândia, que, mesmo não ocupando cargo atualmente dentro da Administração, continuaria a comandar a organização e a obter vantagens ilícitas perante a municipalidade.

O modo de operação utilizado pelo grupo é demonstrado em mensagens, que constam na denúncia, trocadas entre Ricardo José Rocamora Alves e Ueverton da Silva Macedo, o Frescura, no dia 23 de setembro de 2023, quando Rocamora inicia conversa com Ueverton enviando imagem de maços de dinheiro e, na sequênca, disse que havia notas fiscais para emitir até as 15 horas do mesmo dia, às quais ele se prontifica a fazer dentro do prazo.


 
Além disso, Ricardo Rocamora questionou se o empenho já estaria pronto, obtendo resposta positiva da parte de “Frescura”, dizendo que é pedido do “Chefe”, em referência a Claudinho Serra.

Ricardo Rocamora orientou Ueverton Macedo a falar com Tiago Basso, servidor da prefeitura e envolvido na organização criminosa, para emitir a nota fiscal relacionada, aleatoriamente, ao setor de obras, pois "Ele" (Claudinho Serra) queria o dinheiro no mesmo dia, R$ 8.450,00 para si e mais R$ 15.000,00 em favor de "Beleza".

Por esse motivo, "Frescura" enviou mensagem para que o valor acordado fosse transferido para Milton Matheus Paiva Matos, integrante da organização, que repassaria a parte de "Claudinho" e a dos demais beneficiários, conforme ordem deste.
 
Outro fato relevante apontado pelo juiz é o que aconteceu no dia 19 de janeiro do ano passado, quando "Frescura" enviou mensagem a Ricardo Rocamora para "ir devagar" na emissão de notas fiscais para a Secretaria de Fazenda de Sidrolândia, já que teria recebido informações de que Claudinho Serra seria nomeado para ocupar um cargo no Governo do Estado.

O magistrado citou ainda a empresa de publicidade Papo com Ton (Heberton Mendonça da Silva), que seria intermediária entre a Prefeitura de Sidrolândia e a empresa Art e Traço Publicidade e Assessoria Eireli, que venceu o Processo Licitatório 123/22, homologado em 11 de abril de 2022, com valor inicial de R$ 1.500.000,00.

Após 8 dias da homologação, foi criada a empresa Heberton Mendonça da Silva (Papo com Tom) e, em 22 de agosto de 2022, começam as investidas do servidor público Tiago Basso, pressionando a empresa vencedora da licitação, Art e Traço.
 
Essa atuação de Tiago Basso teria sido por orientação de Carmo Name Júnior, assessor de Claudinho Serra, sendo que, mesmo diante do questionamento acerca de irregularidades com a empresa Heberton Mendonça da Silva, Tiago Basso autorizou a liberação do pagamento pela empresa Art e Traço.
  
Por fim, o último fato citado é a retirada do ar do Portal da Transparência da Prefeitura de Sidrolândia, como demonstrou conversa realizada por Carmo Name Júnior, assessor de Claudinho Serra. Nesse bate-papo, ele recebe orientação destinada a repassar ao “Chefe” (Claudinho Serra) sobre o modo de obstar o conhecimento público acerca das diárias pagas pela municipalidade, de modo que a solução encontrada foi a retirada do próprio Portal da Transparência do ar, subtraindo dos órgãos de controle e da sociedade o conhecimento acerca da transparência das contas públicas.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).