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Na contramão do abandono, donos mostram carinho e atenção com cães idosos

Na contramão do abandono, donos mostram carinho e atenção com cães idosos

Eduardo Fregatto

12/04/2014 - 18h00
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O cãozinho Schoep, 20 anos, ficou famoso no ano passado por uma foto compartilhada na internet. Na imagem (abaixo), o animal aparecia dormindo nos braços do dono, John Unger, em um rio, nos Estados Unidos. Na época, Unger explicou que o bichinho sofria de artrite e complicações de velhice e só na água conseguia relaxar.

Infelizmente, meses depois da fama repentina, Schoep faleceu, mas a dedicação de seu dono comoveu pessoas ao redor do mundo.

Em Campo Grande, a administradora Loren Garcia, 47 anos, vive uma história parecida. Sua labradora, Sally, 14 anos, luta contra um câncer e está bastante debilitada. “Achei que semana passada ela fosse partir”, comenta.

Mas Sally está resistindo a cada dia. Loren constantemente refuta os conselhos de pessoas próximas. “As pessoas dizem que ela está sofrendo e é melhor fazer a eutanásia, mas enquanto a Sally tiver o brilho no olhar, não consigo nem pensar nessa possibilidade”, afirma.

Para proporcionar uma vida confortável à cachorra, os esforços da dona são valiosos. “Dá trabalho, mas ela é um membro da família. É muito recompensador poder cuidar de um animal idoso”.

Rejeição
A veterinária Raquel Masae Hosokawa revela que muitas pessoas abandonam os animais depois que eles atingem certa idade. “Eles simplesmente dizem que não aguentam mais”, relata a profissional.

É comum que cães e gatos idosos se tornem mais pacatos e sedentários, podem engordar e ter dificuldades para caminhar e brincar.

Porte x Idade
A veterinária Raquel explica que a expectativa de vida depende do porte do animal. Para um labrador, 14 anos é muito tempo de vida. Um poodle pode chegar aos 20, mas aos nove já é idoso. “Existe uma medida que diz que um ano humano representa sete anos caninos”, comenta. Os gatos, geralmente, vivem mais que os cães

Mas, mesmo com todas as dificuldades físicas, os bichinhos ainda demonstram o mesmo carinho e afeto pelos donos. “A Sally é engraçada”, diz Loren. “Ela faz esforços monumentais apenas para estar perto de mim. Estou aprendendo muito com ela. Todos seremos idosos e vamos querer que nos tratem da mesma forma. É de uma insensibilidade sem tamanho abandonar um animal assim”, argumenta.

A graduada em Letras, Laís Toledo, 22 anos, tem a mesma percepção de sua convivência com o poodle Chico, que completa nove anos. “Você percebe pelo olhar que ele está velhinho”, diz Laís. “Mas ainda faz festa quando chegamos em casa, é o mesmo cachorro que eu cresci junto, desde os meus 12 anos”.

Recompensa
“Quem tiver disposição e possibilidade de adotar um animal idoso, a gratidão desse animal é impressionante”, diz Loren.

Nos 14 anos juntas, a cadela Sally acompanhou momentos marcantes da vida da dona. “Ela fez parte de momentos difíceis, como a perda da minha mãe, nós duas temos uma ligação muito forte”.

Loren sabe que a jornada de Sally está na reta final e tem se preparado para encarar os fatos. “Eu acho que ela cumpriu a parte dela e eu estou cumprindo a minha. Um dia vou ser recompensada, aliás, já estou recompensada por ela, isso marca nossa vida”, conclui. 

          

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Comissão vai analisar pedido de anistia coletivo dos povos indígenas Guarani e Kaiowa de Caarapó

Violações praticadas pelo governo brasileiro aos indígenas no período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade

27/03/2024 17h00

Arquivo/Correio do Estado

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A Comissão de Anistia irá analisar, em sessão histórica o pedido de anistia coletivo dos povos Guarani Kaiowa, da comunidade indígena Guyraroká, protocolado pelo Ministério Público Federal (MPF) em 31 de agosto de 2015.

Esta será a primeira sessão promovida pelo órgão, criado em 2002, e atualmente vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, para analisar eventual reparação a indígenas que tiveram os direitos humanos violados durante o período da ditadura militar no Brasil, entre 1947 e 1980.

A sessão de apreciação dos pedidos ocorrerá às 8 horas (horário de MS) no próximo dia 2 de abril, no Auditório do MDHC, em Brasília (DF). O procurador da República Marco Antonio Delfino de Almeida, que subscreve o requerimento, representará o MPF.

Além da comunidade indígena Guyraroká, localizada no município de Caarapó (MS), a cerca de 275 quilômetros de Campo Grande, também serão analisados durante a sessão os pedidos de anistia relacionados aos povos Krenak, de Minas Gerais.

Como o primeiro pedido foi protocolado há quase uma década, o MPF promoveu recentes reuniões com lideranças da aldeia Guyraroká, no intuito de debater e atualizar o documento contendo os requerimentos coletivos, cujo teor será apresentado durante o ato no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

Retirada do território

Políticas federais de povoamento do país, implementadas durante o período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai, levaram agentes estatais a promover traslados compulsórios dos indígenas de Guyraroká, provocando mortes e profunda desintegração dos modos de vida destes povos tradicionais.

O propósito era retirar os indígenas das vastas áreas por eles ocupadas segundo os seus modos tradicionais e confiná-los em espaços exíguos definidos unilateralmente pelo poder público. As terras ocupadas anteriormente por eles foram liberadas à ocupação de terceiros, que tiveram a posse dos terrenos legitimada por títulos de propriedade.

Estas violações praticadas à época pelo governo brasileiro aos indígenas de Mato Grosso do Sul foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), que esteve em Dourados e ouviu integrantes da comunidade Guyraroká sobre o processo de confinamento territorial que sofreram. Estima-se que mais de 8.300 indígenas foram mortos no período em decorrência da ação estatal ou da omissão do governo brasileiro.

Repercussões das violações

Após anos longe do território, aos poucos, os indígenas buscaram ocupar Guyraroká, num processo que começou em 2004, iniciando pela ocupação da faixa de domínio da rodovia estadual que ladeia a terra indígena (MS-156) e posteriormente ocupando uma parcela do perímetro declarado – 65 de um total de 11 mil hectares.

O MPF destaca, no pedido de anistia, que a principal atividade econômica desenvolvida pelos indígenas Kaiowa é a agricultura e, quando retirados do seu território forçadamente pelo governo brasileiro, ficaram completamente desprovidos do exercício de todas as suas atividades econômicas, merecendo a reparação.

Além disso, a desintegração do grupo e a ausência de acesso ao território tradicional, somada à extrema miséria, provocaram um número significativo de mortes por suicídio na comunidade. Em um grupo de 82 pessoas, registrou-se um caso de suicídio por ano entre 2004 e 2010.

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Prefeita prevê conclusão das obras de saneamento básico na Homex em 60 dias

Segundo a Águas Guariroba, as obras iniciaram há 10 dias e até o momento foram instalados 3,5 km de rede de esgoto.

27/03/2024 16h45

Fotos: Gerson Oliveira

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Após anos de luta, cerca de 1,5 mil famílias que residem na comunidade Homex, localizada no Jardim Centro-Oeste, em Campo Grande, terão acesso ao sistema de saneamento básico de água e esgoto. A prefeita Adriane Lopes (PP) e o presidente da Águas Guariroba, Themis de Oliveira, realizaram uma visita técnica para inspecionar o andamento das obras iniciadas há dez dias. Segundo o cronograma, a previsão de conclusão é de 60 dias. 

Até o momento, foram instalados 3,5 km de rede de esgoto na Comunidade do Homex. O investimento, proveniente de uma parceria público-privada com a concessionária Águas Guariroba, é de aproximadamente R$8 milhões

De acordo com o diretor executivo das Águas Guariroba, Gabriel Brum, foram instalados 8,7 quilômetros de rede de água e outros 12 km de rede de esgoto na comunidade. 

"Esta é uma obra bem complexa por causa de diversas instalações que acabamos encontrando debaixo das casas. Infelizmente agora é uma dor de cabeça aos moradores, mas em breve será de muita alegria, porque o nosso objetivo é terminar em 60 dias",  relatou ao Correio do Estado.  

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A prefeita Adriane Lopes destacou que o saneamento básico é fundamental para a qualidade de vida das pessoas. Ela ainda ressaltou que a disponibilidade de água tratada nas torneiras irá reduzir as filas nas unidades de saúde e, consequentemente, promover o bem-estar dos moradores

"Estamos avançando nessa obra de grande importância para a comunidade. São mais de 1,5 mil famílias, e cerca de 5 mil pessoas que terão saneamento que é vida", afirmou. 

Durante a apresentação do mapa das obras para a imprensa, o diretor-presidente da Águas Guariroba, Themis de Oliveira, anunciou que, no primeiro mês após a instalação, não será cobrada tarifa de água e esgoto dos moradores.

"Além de não pagarem água e esgoto no primeiro mês, as famílias serão cadastradas na tarifa social. Vamos passar pela comunidade ensinando as famílias a consumir a água", explica Themis Oliveira.


Qualidade de vida 

Observando de longe o trabalho dos funcionários da Águas Guariroba, Clair Lopes, de anos, é residente da Comunidade do Homex há 8 anos, tentava entender o que estava acontecendo. Após a imprensa relatar que seria instalada uma rede de esgoto e água, ela ficou extremamente animada com a expectativa de ter água limpa na torneira. Junto com ela, moram quatro pessoas: seu marido, seu filho e uma filha que está grávida. 

"Nossa, que alegria ouvir isso. Será uma benção, é tudo que a gente queria, ter água limpa em casa. Meus netos todos já tiveram diarreia e agora vamos ter uma água boa para nós consumir", relatou.

Clair ainda expressou sua ansiedade por poder tomar um banho demorado, já que a família atualmente precisa se banhar com baldes.

"Não vejo a hora de poder tomar banho de verdade, ninguém merece ter que usar baldinho", relatou Clair.

 

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